Ângela Lago
Angela Lago (Belo Horizonte, 17 de dezembro de 1945 – Belo Horizonte, 21 de outubro de 2017) foi uma escritora e ilustradora brasileira.[1]A maior parte de sua obra é dedicada ao público infantil. Em alguns de seus livros não usa palavras, apenas imagens.
Angela Lago | |
---|---|
Nome completo | Angela Maria Cardoso Lago |
Nascimento | 17 de dezembro de 1945 Belo Horizonte, Minas Gerais |
Morte | 22 de outubro de 2017 (71 anos) Belo Horizonte, Minas Gerais |
Prémios | Prémio Jabuti (1995) |
Género literário | Literatura infantil, Ilustração |
Magnum opus | Cena de Rua |
Entre suas obras destaca-se Cena de Rua, premiado na França e na Bienal de Bratislava. Cena de Rua foi publicado no México, na França, nos Estados Unidos e no Brasil.
Vida
editarEscritora e ilustradora mineira, nascida em Belo Horizonte em 1945, Angela Maria Cardoso Lago inicia sua formação superior na Escola de Serviço Social da Universidade Católica de Minas Gerais (PUC-MG). Frequentou o ateliê do escultor Bitter com um grupo de artistas plásticos.
Em 1969, leciona na Escola de Serviço Social e trabalha como assistente no Instituto Psicopedagógico para crianças com dificuldades psicopedagógicas e psiquiátricas. Em 1975, abre seu próprio ateliê de programação visual para publicidade, onde criou marcas, logotipos, propagandas institucionais entre outros.
Estreia na literatura em 1980 com o livro O Fio do Riso. Durante sua carreira, foi agraciada diversas vezes com os principais prêmios literários brasileiros, como o Prêmio Jabuti e o Prêmio FNLIJ. Além de livros próprios, ilustrou obras de outros autores e traduziu poemas.
Em 2008, concedeu uma entrevista ao Museu da Pessoa, onde falou sobre: a infância e a influência que os pais tiveram em seu gosto pela leitura e a viagem para a Escócia, onde descobriu o amor pela arte e deu início a carreira; os livros que escreveu e ilustrou, tanto autorais como de outros escritores, como “O gato chamado Gatinho” e "O touro encantado" de Ferreira Gullar. Em dado momento, Ângela foi questionada acerca do seu dia-a-dia de trabalho de criação ao qual respondeu:
“O que eu mais gosto de fazer é trabalhar, qualquer tempinho que eu tenha é pra trabalhar, eu adoro trabalhar! O meu trabalho é bom demais! Minha pesquisa é ficar lendo, passeando pela internet, experimentando um tracinho aqui, experimentando outro tracinho ali, desenhando e ouvindo música ao mesmo tempo. Eu não gosto de escrever, acho escrever difícil, escrevo a duras penas. Mas adoro desenhar! Eu só queria desenhar, na verdade. Eu queria desenhar toda a minha vida, não precisar ir à festa de aniversário, que eu detesto. Não precisaria ir à Bienal, que eu acho difícil (risos). Só desenhar! Agora, então, eu desenho o dia inteiro, eu acordo de manhã, leio, leio umas duas ou três horas, vou pro computador e desenho, desenho, desenho. Quando eu estou exausta, estou aprendendo a tocar violoncelo, eu toco violoncelo. É que o gesto, eu gosto muito de estar aprendendo a tocar, porque eu não toco, estou aprendendo, o gesto é muito diferente e exige gestos muito finos também, minhas marquinhas de violoncelo, está vendo? Que são completamente diferentes dos gestos de computador, de maneira que eu nunca tenho dor muscular nem nada.”[2]
Faleceu aos 71 anos vitimada por uma embolia pulmonar.[1]
- Cena de Rua, Editora RHJ, Belo Horizonte, 1994
- Tampinha, Editora Moderna, São Paulo, 1994
- A festa no céu, Editora Melhoramentos, São Paulo, 1995
- Uma palavra só, Editora Moderna, São Paulo, 1996
- Um ano novo danado de bom, Editora Moderna, São Paulo, 1997
- A novela da panela, Editora Moderna, São Paulo, 1999
- Indo não sei aonde buscar não sei o quê, Editora RHJ, Belo Horizonte, 2000
- Sete histórias para sacudir o esqueleto, Companhia das Letrinhas, São Paulo, 2002
- A banguelinha, Editora Moderna, São Paulo, 2002
- Muito capeta, Companhia das Letrinhas, São Paulo, 2004
- A raça perfeita, Angela Lago e Gisele Lotufo, Editora Projeto, Rio Grande do Sul, 2004
- A casa da onça e do bode, Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2005
- A flauta do tatu, Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2005
- O bicho folharal, Editora Rocco, Rio de Janeiro, 2005
- João felizardo, o rei dos negócios, Cosac-Naif, São Paulo, 2006
- Um livro de horas, Editora Scipione, São Paulo, 2008
- A complexização do objeto artístico: uma análise da obra de Angela Lago - tese defendida por André Mendes, da Faculdade de Letras da UFMG, foi vencedora do Prêmio Moinho Santista Juventude e publicada pela Editora UFMG em 2007 com o título "O amor e o diabo em Angela Lago – a complexidade do objeto artístico".[5]
- Matrizes de linguagem e pensamento na literatura infantil e Juvenil: a tessitura dos signos em obras de Angela Lago e Otaviano Correia - doutorado em Letras pela USP, de Maria Zilda da Cunha publicado posteriormente pela Humanitas, em 2002.[6]
- Livro de Imagem: três artistas narram seus processos de criação (Angela Lago, André Neves e Graça Lima)Hanna Talita Gonçalves Pereira de Araújo - dissertação de Mestrado em Artes, Universidade Estadual de Campinas, defendida em 2010.[7]
- De charadas e adivinhas: o continuum do contar de Angela Lago - Dissertação de mestrado defendida por Rosemarie Giudilli Cordioli na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP.[8]
Periódicos
- Revista Literartes nº 3 (2014): Especial Angela Lago.[9]
Algumas premiações
editar- Prémio Iberoamericano de Ilustración, La Consejería de Cultura, Junta de Andalucia, Sevilha, Espanha, 1994.[10]
- Prêmio Octogone de Ardoise 1994-1995.[10]
- Prix Graphique, Centre International d’ Etudes en Littératures de Jeunessa, Paris, pelo livro Cena de Rua. BIB Plaque.[10]
- Prêmio da Bienal Internacional da Bratislava, 2007, pelos originais ilustrações do livro João Felizardo o rei dos negócios.[10]
- Prêmio Jabuti, Categoria Melhor Ilustração de Livro Infantil ou Juvenil, 2008, Câmara Brasileira do Livro, pelo livro João Felizardo, o rei dos Negócios.[10]
Fontes:[11]
Ligações externas
editar- Site de Angela Lago (2011), inativo desde sua morte.
Referências
- ↑ a b «Escritora e ilustradora Angela Lago morre em Belo Horizonte». G1
- ↑ «Entrevista de Ângela Lago ao Museu da Pessoa». Museu da Pessoa. Consultado em 02 de janeiro de 2024
|nome1=
sem|sobrenome1=
em Authors list (ajuda); Verifique data em:|acessodata=
(ajuda) - ↑ Catálogo Arquivado em 23 de setembro de 2015, no Wayback Machine., veja a obra completa de Angela-Lago.
- ↑ «Estudos sobre Angela Lago». Consultado em 1 de janeiro de 2012. Arquivado do original em 23 de setembro de 2015
- ↑ «A complexização do objeto artístico: uma análise da obra de Angela Lago | Aletria: Revista de Estudos de Literatura». 26 de outubro de 2022. doi:10.17851/2317-2096.14.2.138-146. Consultado em 5 de janeiro de 2023
- ↑ «Matrizes de linguagem e pensamento na literatura infantil e juvenil: a tessitura dos signos em obras de Angela Lago e Otaviano Correia | PÓS-GRADUAÇÃO». pos.fflch.usp.br. Consultado em 5 de janeiro de 2023
- ↑ «Detalhes do Material – Biblioteca Digital da UNICAMP – BDU». Consultado em 5 de janeiro de 2023
- ↑ Cordioli, Rosemarie Giudilli (22 de junho de 2001). «De charadas e adivinhas: o continuum do contar em Angela Lago». Consultado em 5 de janeiro de 2023
- ↑ «n. 3 (2014)». www.revistas.usp.br. Consultado em 5 de janeiro de 2023 Texto " Literartes" ignorado (ajuda)
- ↑ a b c d e f «Angela-Lago - Premiações». web.archive.org. 23 de setembro de 2015. Consultado em 5 de janeiro de 2023
- ↑ «CBL - Câmara Brasileira do Livro - Serviços, Eventos, Bienal do Livro, Jabuti». Consultado em 5 de janeiro de 2023