1,99 - Um Supermercado Que Vende Palavras
1,99 - Um Supermercado que Vende Palavras é um filme de drama e ficção científica brasileiro de 2003 dirigido e escrito por Marcelo Masagão.[1] O filme apresenta uma discussão sobre o consumismo na sociedade através de um supermercado que ao invés de vender produtos, vende caixas com mensagens que vão definir os desejos das pessoas.[2]
1,99 - Um Supermercado que Vende Palavras | |
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Pôster oficial do filme. | |
![]() 2003 • cor • 72 min | |
Gênero | ficção científica |
Direção | Marcelo Masagão |
Produção |
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Roteiro |
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Elenco |
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Música | Wim Mertens |
Cinematografia | Hélcio Alemão Nagamine |
Sonoplastia | André Abujamra |
Figurino | Maite Chasseraux |
Edição | Marcelo Masagão |
Companhia(s) produtora(s) | Agencia Observatorio Bits Produções |
Distribuição | California Filmes Imovision |
Lançamento | 18 de outubro de 2003 |
Idioma | português |
Sinopse
editarO filme se passa em um supermercado fictício, completamente branco, que vende caixas vazias com slogans e frases impressas. Os consumidores compram os produtos compulsivamente, atraídos pelas frases impressas.[3] É uma crítica à sociedade de consumo, em que a motivação para a compra é a simples posse do produto.[4]
Elenco
editarO elenco do filme é composto por um grande número de figurantes e diversos atores, como: Márcio Camargo, Sergio Capezzuto, Giseli Duarte, Patrícia Gordo e Chico Neto.[5]
Produção
editarO filme é dirigido por Marcelo Masagão, que havia ganhado destaque em 1999 pelo filme Nós Que Aqui Estamos Por Vós Esperamos, e teve sua trilha sonora composta por Wim Mertens e organizada por André Abujamra.[6] A música possui um papel muito importante na trama pois ela conduz a emoção da narrativa boa parte do tempo, visto que o filme não é constituído por diálogos entre os personagens.[6] Os personagens são apresentados através das caixas com palavras que eles compram.[7]
Marcelo Masagão conta que o filme foi imaginado após ele ler o livro Sem Logo, de Naomi Klein, o qual aborda uma discussão sobre marcas que sentem cada vez mais a necessidade de fetichizar as imagens dos produtos, fazendo com que o slogan e a propaganda sejam mais importantes que o próprio conteúdo do produto.[5]
A narrativa do filme é dividida em dois ambientes: o primeiro é o interior do supermercado, com uma estética clara, roupas brancas e limpo, com pessoas caminhando em harmonia; o segundo é o exterior do mercado, um ambiente escuro, caótico e com pessoas caminhando em círculos tal qual zumbis desejando entrar no supermercado.[5] Isso representa uma crítica à sociedade consumista. No filme, é possível perceber que todos os personagens de foram do supermercado tentam reproduzir os mesmos costumes e atos dos que estão no interior.[5]
Recepção
editarRepercussão
editar1,99 - Um Supermercado que Vende Palavras teve uma relevante repercussão entre grupos de estudiosos, sobretudo da sociologia, pela discussão sobre a sociedade apresentada no filme. O filme foi objeto de estudo para alguns artigos. Nereide Cerqueira publicou em 2008 na revista ComCiência o artigo "Consumismo Apático", onde discute os hábitos consumistas e as necessidades das grandes marcas em criar imagens de produtos que procuram cada vez mais atrair clientes.[8] Ela conclui seu texto escrevendo: "Masagão, também diretor dos documentários Nós que aqui estamos por vós esperamos, Nem gravata nem honra e Um pouco mais, um pouco menos, consegue trazer a discussão acerca do consumismo, assunto que não é novidade, à categoria de cinema-arte. Não se trata, porém, de entretenimento fácil, mas sim de um filme para ser visto com espírito crítico e que leva à reflexão."[8]
Resposta dos críticos
editarLeonardo Campos, escrevendo para o website Plano Crítico, disse 1,99 - Um Supermercado que Vende Palavras é "um filme com amplas possibilidades interpretativas, pecaminoso por não ser um pouco mais próximo do comercial, algo que lhe permitiria ir além e ganhar maiores dimensões. Mas, como tenho dito, temos que julgar uma obra pelo que ela é, não pelo que poderia ser. Louvável abordagem de um tema polêmico e muito atual, em minha experiência, mesmo como um amante do cinema que filosofa demais, acredito que faltou mais ritmo para fisgar."[9]
Rosângela Dantas, do portal Carta Maior, escreveu: "Toda complexidade da existência humana vai sendo minada pela superficialidade das idéias que as palavras carregam para vender. Um mozaico dos valores decadentes empilhados nas prateleiras até que o ser humano se torne uma embalagem apenas. E assim caminha a humanidade..."[7]
Prêmios e indicações
editarNo Grande Prêmio do Cinema Brasileiro de 2005, o filme recebeu uma indicação para o Grande Otelo de Melhor Som para André Abujamra.[10]
Referências
- ↑ «1,99 - Um Supermercado que Vende Palavras». Adoro Cinema. Consultado em 15 de março de 2018. Cópia arquivada em 16 de janeiro de 2021
- ↑ Guerra, Germano (9 de fevereiro de 2012). «1,99 – Um supermercado que vende palavras (Brasil, 2003)». Agência da Boa Notícia. Consultado em 26 de janeiro de 2022
- ↑ Luis Nassif (25 de setembro de 2011). «"1,99 – Um Supermercado Que Vende Palavras"». GGN. Consultado em 6 de abril de 2021. Cópia arquivada em 7 de abril de 2021
- ↑ «1,99 - Um Supermercado que Vende Palavras». Guia da Semana. Consultado em 6 de abril de 2021. Cópia arquivada em 28 de setembro de 2020
- ↑ a b c d «Em "1,99 - Um Supermercado Que Vende Palavras" Masagão Traduz a Abstração do Fetichismo das Marcas». Revista Fórum. 24 de setembro de 2011. Consultado em 26 de janeiro de 2022
- ↑ a b Cena, Cinema em. «1,99 - Um Supermercado que Vende Palavras | Cinema em Cena - www.cinemaemcena.com.br». Cinema em Cena (em inglês). Consultado em 26 de janeiro de 2022
- ↑ a b «1,99 – um supermercado que vende palavras». Carta Maior. Consultado em 26 de janeiro de 2022
- ↑ a b Cerqueira, Nereide (2008). «Consumismo apático». ComCiência (99): 0–0. ISSN 1519-7654. Consultado em 26 de janeiro de 2022
- ↑ planocritico (2 de junho de 2020). «Crítica | 1,99 - Um Supermercado Que Vende Palavras». Plano Crítico. Consultado em 26 de janeiro de 2022
- ↑ Admininstrator, Gazeta (5 de fevereiro de 2021). «'Cazuza' lidera indicações ao Grande Prêmio TAM de Cinema». GazetaNews. Consultado em 26 de janeiro de 2022