12.º Regimento de Caçadores da África

O 12º Regimento de Caçadores da África (em francês: 12e régiment de chasseurs d'Afrique, 12º RCA) é um regimento de cavalaria do Exército Francês, criado em 1º de setembro de 1941 com o nome inicial de 12º Grupo Autônomo de Caçadores da África (12º GACA) e dissolvido em 1963.[1]

12º Regimento de Caçadores da África
12e régiment de chasseurs d'Afrique

Insígnia regimental do 12ª RCA.
País  França
Corporação Exército de Terra Francês
Subordinação 2ª Brigada Blindada, 3ª Divisão
Missão Treinamento
Tipo de unidade Centro de formação inicial para militares graduados
Criação Fevereiro de 1941
Lema Audace n'est pas déraison
(Audácia não é irracional)
História
Guerras/batalhas Segunda Guerra Mundial
Guerra da Argélia
Condecorações Cruz de Guerra 1939-1945
Méritos em batalha Libertação de Paris
Libertação de Estrasburgo
Logística
Inscrições no estandarte Paris 1944
Strasbourg 1944
AFN 1952-1962
Equipamento histórico Somua S-35
Comando
Comandantes
notáveis
Paul Girot de Langlade
Sede
Guarnição Bitche

Desde 2019, o centro de formação inicial de militares graduados (CFIM) da 2ª Brigada Blindada, em Bitche, assumiu a herança e o nome do 12º RCA e passou a ser CFIM da 2ª Brigada Blindada - 12º regimento de Caçadores da África (em francês: CFIM de la 2e brigade blindée - 12e régiment de chasseurs d'Afrique, CFIM da 2ª BB - 12º RCA).[1]

Criação e nomes diferentes

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  • 1941: Fevereiro, formação de um grupo de esquadrões autônomas para o 1º RCA
  • 1941: Julho, tonar-se o 12º Grupo Autônomo de Caçadores da África (12º GACA).
  • 1943: 15 de fevereiro, torna-se o 12º Regimento de Caçadores da África (12º RCA).
  • 1963: Dissolução.
  • 2010: O esquadrão de reconhecimento e investigação nº 2 (EEI 2) da 2ª Brigada Blindada anexada ao 12º Regimento de Couraceiros retoma as tradições do 12º RCA.
  • 2015: O EEI 2 torna-se o esquadrão de reconhecimento e intervenção 12 (ERI 12) e mantém as tradições do 12º RCA.[2]
  • 2019: centro de formação inicial de suboficiais da 2ª Brigada Blindada - 12º Regimento de Caçadores da África.

Sucessivos comandantes

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Nome Mandato
1 Coronel Girot de Langlade 1941 - 1944
2 Tenente-Coronel Minjonnet 1944 - 1945
3 Chefe de esquadrão Gribius 1945 - 1946
4 Tenente-Coronel Minjonnet 1946 - 1946
5 Tenente-Coronel Marrion 1946 - 1946
6 Coronel Barrou 1946 - 1951
7 Coronel de Fürst 1951 - 1953
8 Tenente-Coronel Beaumont 1953 - 1955
9 Coronel Huot 1955 - 1958
10 Tenente-Coronel du Chéné 1958 - 1960
11 Tenente-Coronel Blacas 1960 - 1961
12 Tenente-Coronel Barras 1961 - 1962
13 Tenente-Coronel Marsauche 1963 - 1963
14 Tenente-Coronel Verlaet 2019 - 2021
15 Tenente Coronel Kieffer 2021 - 2023

História operacional

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Do Senegal à Tunísia

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O 12ª RCA e seus SOMUA S35 em formatura enquanto spahis desfilam em Túnis em 20 de maio de 1943.

O 12º Grupo Autônomo de Caçadores da África foi formado para reforçar a África Ocidental Francesa (AOF), leal ao regime de Vichy e ameaçada pelas Forças Francesas Livres. Após a Batalha de Dacar, em setembro de 1940, os alemães autorizaram o envio de tanques SOMUA S35, os mais modernos então disponíveis. Para o exército do armistício, estes tanques foram uma oportunidade para desenvolver uma nova unidade blindada longe dos olhos alemães.[3][4]

Uma unidade começou a ser formada no Marrocos sob o nome de Grupo de Esquadrão de Carros e Motocicletas da AOF em fevereiro de 1941 e, a partir de março de 1941, o Grupo de Esquadrão Autônomo do 1º RCA.[4] O 12º GACA foi criado em 1º de setembro de 1941, sendo composto por um pelotão de comando e dois esquadrões, um esquadrão de motocicletas e um esquadrão de 23 carros S35; permanecendo no Senegal até retornar a Orã em 21 de janeiro de 1943.[3][4]

Em 15 de fevereiro de 1943, o 12º GACA tornou-se oficialmente o 12º Regimento de Caçadores da África (12º RCA).[5] A 2ª Esquadra participou no final da campanha da Tunísia em maio de 1943 com os seus SOMUA S35.[3][4]

O regimento com a Divisão Leclerc

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Um tanque Sherman M4 do 12º Regimento de Caçadores da África (12º RCA) saindo de um LST em uma praia na Normandia.

No verão de 1943, o 1regimento juntou-se à 2ª Divisão Francesa Livre do General Leclerc. Em setembro de 1943, dividiu-se para reformar o 12º Regimento de Couraceiros (em francês: 12e régiment de cuirassiers, 12º RC).[6] O 12º RCA, o 12º Cuirassiers e o novo 501º Regimento de Carros de Combate são os três regimentos de tanques da 2ª Divisão Blindada. Concluída a sua reorganização em 1944, o 12º RCA é modelado a partir de um regimento de tanques médios americano:[7]

  • Esquadrão fora da classificação
    • Pelotão de comando (jipes, Dodge 6×6 e motocicletas)
    • Pelotão de transmissões (jipes, Dodge 4x4 e meias-lagartas)
    • Pelotão de recuperação (três TRVs M31, três caminhões GMC 2,5t, dois Ward LaFrances e jipes)
    • Pelotões logísticos (jipes e GMC)
    • Pelotão médico (jipes, ambulâncias Dodge 4×4 e meias-lagartas médicos)
  • Esquadrão de Estado-Maior
    • Pelotão de tanques leves (três tanques M3A3 Stuart)
    • Pelotão de tanques médios (três tanques M4A2 Sherman)
    • Pelotão de apoio (três obuseiros AP M4A3 com canhão de 105mm)
    • Pelotão de morteiros (quatro meias-lagartas e três morteiros de 81mm)
    • Pelotão anticarro (dois canhões de 57mm e seus tratores Dodge 6×6)
  • 1º, 2º, 3º e 4º Esquadrões de combate
    • Pelotão de comando (dois tanques médios M4A2, um tanque M4A3 com canhão de 105mm, grupo de transmissão, grupo de recuperação, caminhões)
    • 1º pelotão de combate (cinco tanques médios M4A2)
    • 2º pelotão de combate (cinco tanques médios M4A2)
    • 3º pelotão de combate (cinco tanques médios M4A2)
 
Memorial ao 12º RCA em Floing.

A partir de setembro de 1944, o esquadrão de Estado-Maior recebeu reforços de um pelotão de reconhecimento em jipes e meias-lagartas. Com a 2ª Divisão Blindada, o 12º RCA participou na libertação das cidades de Paris e Estrasburgo.[8][9]

Na primavera de 1945, o regimento foi destacado para o destacamento do Exército do Atlântico do General Larminat, responsável por reduzir bolsões de resistência alemã na costa atlântica. O 12º RCA é designado para a reconquista da Ponte de la Coubre.[10]

De 1945 a 1963

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Guarnecido em Rambouillet em 1945, o 12º RCA transferiu-se para Meknès no ano seguinte. Em 1958, deixou o Marrocos, que se tornara independente, para se instalar na Argélia em guerra.[11] Voltando a Sissonne, foi ali dissolvido em 31 de dezembro de 1963.[11]

Desde 2019

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Em julho de 2019, o centro de formação inicial de praças em Bitche - anteriormente vinculado ao comando de inteligência - mudou de nome e subordinação e passou a ser o CFIM da 2ª Brigada Blindada - 12º Regimento de Caçadores da África (CFIM do 2ª BB - 12º RCA). É responsável pela formação inicial dos recrutas voluntários dos regimentos da 2ª Brigada Blindada.[12] O CFIM – 12º RCA conta com duas companhias de instrução e 49 efetivos permanentes.

Legado

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Desenho do reverso do estandarte do 12º RCA.
 
O M4A3 Champagne, notadamente com a marcação amarela sobre fundo azul indicando seu pertencimento ao 3º esquadrão do 12º RCA.

Condecorações

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A gravata do estandarte regimental é condecorada com a Cruz de Guerra 1939-1945, com duas palmas (duas citações na ordem do exército). O regimento usa a fourragère nas cores da Cruz de Guerra: cores da Cruz de Guerra 1914-1918 com azeitona nas cores da Cruz de Guerra de 1939-1945.

Estandarte

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O estandarte traz, costuradas em letras douradas em suas dobras, as seguintes inscrições:[13]

Divisa

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Audácia não é irracional (em francês: Audace n'est pas déraison).

Marcações

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No seio da 2º DB de 1943 a 1945, os veículos do 12º RCA são marcados por um C ladeado por duas barras verticais amarelas sobre fundo azul. Em cada extremidade das duas barras pode ser colocado um traço para indicar o número do esquadrão.[14][15]

Personalidades que serviram no regimento

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  • General Paul Girot de Langlade (1894 - 1980), criador do regimento, seu comandante e depois comandante do Grupo Tático Langlade da 2ª DB.
  • Jean-Pierre Nouveau (1921-1991), combatente da resistência francesa, Companheiro da Libertação.
  • Guy de Valence de Minardière (1920 - 2014), ajudante de ordens do General Leclerc, diplomata e Ministro Plenipotenciário dos Veteranos.

Ver também

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Referências

  1. a b «Centre de formation initiale des militaires-12e régiment de chasseurs d'Afrique». Ministère des Armées et des Anciens combattants (em francês). Consultado em 2 de janeiro de 2025 
  2. «Escadron de Reconnaissance et d'Intervention du 12ème Régiment de Cuirassiers». reco12rca.canalblog.com. Consultado em 30 novembre 2016  Verifique data em: |acessodata= (ajuda).
  3. a b c Pascal Danjou (2003). «1942-1943 La Campagne de Tunisie». SOMUA S 35. Col: Trackstory. [S.l.]: Éditions du Barbotin. ISBN 2-9520988-0-8 
  4. a b c d Pascal Danjou (2010). «Tunisie, aux marches de l'Empire». SOMUA S35. Col: Trackstory. [S.l.]: Éditions du Barbotin 
  5. Claude Auboin. «Historique du 12ème Régiment de Chasseurs d'Afrique». 12 RCA Historique. Consultado em 30 novembre 2016  Verifique data em: |acessodata= (ajuda).
  6. Robinson & Seignon, p. 19.
  7. Robinson & Seignon, p. 24.
  8. Robinson & Seignon, p. 34.
  9. Robinson & Seignon, p. 49.
  10. Robinson & Seignon, p. 56.
  11. a b Sicard & Vauvillier 1999, p. 72.
  12. « De l’importance du patrimoine », sur le site de l'Armée de terre, le 1er juillet 2019 de O primeiro parâmetro é necessário, mas foi fornecido incorretamente! de {{{3}}}.
  13. Décision Predefinição:N°/SGA/DPMA/SHD/DAT du 14 septembre 2007 relative aux inscriptions de noms de batailles sur les drapeaux et étendards des corps de troupe de l'armée de terre, du service de santé des armées et du service des essences des armées, Bulletin officiel des armées, Predefinição:N°, 9 novembre 2007
  14. Robinson & Seignon, p. 14.
  15. Robinson & Seignon, p. 38.

Bibliografia

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Ligações externas

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