Área de Proteção Ambiental dos Morros Garapenses
A Área de Proteção Ambiental dos Morros Garapenses é uma unidade de conservação localizada entre os municípios de Buriti, Duque Bacelar, Afonso Cunha e Coelho Neto, no Maranhão. A APA foi criada a partir do Decreto Nº 25.087 de 31 de dezembro de 2008 e possui área de 234.767 hectares.[1]
Área de Proteção Ambiental dos Morros Garapenses | |
---|---|
Categoria V da IUCN (Paisagem/Costa Protegida) | |
Babaçu, planta típica da Mata dos Cocais | |
Localização | Maranhão, Brasil |
País | Brasil |
Dados | |
Área | 234.767 ha |
Criação | 2008 |
Gestão | Secretaria de Meio Ambiente do Maranhão |
Entre seus objetivos, está à preservação de um dos maiores sítios paleobotânicos do Brasil e das características geoambientais do Cerrado Norte-Maranhense e das Matas dos Cocais, do Leste do Estado. Compreende um domínio de natureza bastante frágil, com grande predisposição à extinção da fauna e flora.[1][2]
História
editarAcredita-se que esses morros que deram origem ao nome do povoado Garapa. Na estação chuvosa, a água acumulava em partes de seus vales, dificultando a travessia de tropeiros e pedestres pela vereda principal em razão da formação de extensos atoleiros. Com a criação da cidade de Duque Bacelar (1955), o nome povoado Garapa foi sendo substituído pelo nome atual.
O povoado Garapa foi um antigo porto natural fluvial na margem esquerda do rio Parnaíba (Maranhão). O Garapa é o nome do morro central da cidade de Duque Bacelar, com aproximadamente de 200 metros de altura. Com a popularização da escalada ao Morro Garapa por jovens, crianças e a população em geral, houve um crescente sentimento de preservação da região circundando a cidade e suas espécies vegetais nativas, a partir de 2001.
Durante o governo Jackson Lago, pela Lei Nº 25.087/2008, foi criada a unidade de conservação maranhense localizada no Baixo Parnaíba e Alto Munim, dispondo de um Conselho, o CONAMG.
Relevo
editarOs Morros Garapenses Urbanos em Duque Bacelar são um conjunto de seis morros de formatos topográficos diversos, circundando o oeste e o sul da cidade.
O Morro do Urubu fica na parte oeste da cidade, formando a parte direita do vale da Avenida Coronel Rosalino, no Centro, e do Bairro Vargem Redonda. No Centro da cidade, ele ainda forma partes da paisagem natural e, sendo cortado pela Rua Vicente Vilarem sua borda. Algumas da espécies de animais verificadas são: coelhos, porcos- espinhos, soins, veados e répteis. A floresta de babaçu em seu topo é densa.
O Morro Garapa é um dos mais conhecidos e visitados, sendo palco de diversas atividades de lazer, educação ambiental e ecoturismo. Com 200 metros de altura, forma uma das paisagens naturais mais significativas da cidade, sendo considerado um de seus cartões postais, com a presença de um mirante natural. O Morro Garapa forma a parte esquerda do vale da Avenida Coronel Rosalino e do Bairro Vargem Redonda. Nas suas proximidades, verifica-se a Lagoa da Oleria.
O Morro dos Patins, localizado na Rua Chico Carnaúba, fica atrás do Morro Garapa. De seu Mirante natural, é possível observar na parte de traz do município uma visão das diversas lagoas e do vale do Parnaíba é espetacular.
O Morro dos Estudantes, no Centro, é margeado pela Rua São José e a Rua Zeca Barão e Chico Carnaúba. De seu topo, é possível observar o Centro, dos bairros Mutirão, Vicente Vilar e a Rua Chico Rita. Sua vegetação é típica da Mata dos Cocais.
O Morro Zeca Barão, Morro da Igreja ou Morro do Alto dos Mandis é extenso, com diversas curvas e bordas com muitas palmáceas. Ele é margeado pela Rua São José e Alto dos Mandis. Na parte sul, há uma estrada que leva ao Pontão, sendo verificado o Igarapé Central, que deságua no rio Parnaíba.
O Morro dos Ambientalistas localiza-se nos proximidades do bairro Furtado, com o cume mais baixo dos seis morros urbanos de Duque Bacelar na APA dos Morros Garapenses. Sua vegetação é uma das mais exuberantes. Atualmente, pela construção de bairros residências nas proximidades de seu entorno, ele sofre com sua vegetação séria ameaças de desaparecimento.
Biodiversidade
editarA Vegetação da APA dos Morros Garapenses busca preservar os ecossistemas da zona de transição da Mata dos Cocais no leste do Maranhão, entre a caatinga (8,67%) e o cerrado (91,33%), biomas brasileiros muito ameaçados.
Sua hidrografia é composta por dois importantes rios: Parnaíba e Munim. Em seu território, existem as nascentes do rio Preto e Estrela, bem como outras nascentes formadoras de riachos e lagoas naturais.
A fauna é composta por várias espécies de mamíferos e aves ameaçadas de extinção, como o gato-maracajá, onça-parda, jacu-de-porco, etc.
Na APA, outra atração é a floresta petrificada de árvores pré-históricas, encontrada em diversos sítios fosselíferos, constituindo um dos principais patrimônios ambientais e culturais do Maranhão.
Importância e conservação
editarAlguns dos principais motivos para a preservação da APA são: a contribuição para regularizar o clima; são Patrimônios Naturais e Paisagísticos, contribuindo para a beleza da cidade; proporcionam um lugar de atividades de lazer, trilhas e educação da população e dos ambientalistas, com uma das principais atrações ecoturísticas da cidade; protegem a cidade de assoreamento, deslizamento de barrancos e segmentos naturais; promovem fonte de alimentos e extrativismo com seus frutos.
A APA possui um dos maiores sítios paleobotânicos do Brasil, com fósseis vegetais de idade permiana (mais de 250 milhões de anos).
Seu território abriga as nascentes do rio Preto e Estrela.
Entretanto, os Morros Garapenses enfrentam diversas ameaças à sua preservação, como queimadas criminosamente feitas por folquetes, roças e caeiras; roças de tocos; desmatamentos e as caeiras; urbanização desplanejada e predatória (construindo casas e prédios comerciais); ausência de políticas agrárias.; desrespeito a Legislação Ambiental consistente as Áreas de Proteção Ambiental e Áreas de Preservação Permanente; ausência de Fiscalização por parte da Secretaria Municipal do Meio Ambiente e Polícia Militar.
Referências
- ↑ a b «Secretaria de Estado do Meio Ambiente e Recursos Naturais - SEMA». www.sema.ma.gov.br. Consultado em 26 de maio de 2018. Arquivado do original em 25 de junho de 2018
- ↑ «APA dos Morros Garapenses | Unidades de Conservação». uc.socioambiental.org. Consultado em 27 de maio de 2018