A Traição do Padre Martinho
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A Traição do Padre Martinho | |
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Informações | |
Autor(es) | Bernardo Santareno |
Gênero teatral | Dramático |
Idioma original | português |
Editora | Ática |
Publicação original | 1969 |
A Traição do Padre Martinho é uma peça de teatro dividida em dois atos, escrita por Bernardo Santareno e publicada pela primeira vez em 1969. Foi adaptada ao teatro e ao cinema.
História
editarO enredo do livro é baseado no Cerco a Lourosa, que aconteceu a 14 de outubro de 1964 na aldeia de Lourosa. A igreja pretendia transferir o Padre Damião, mas o povo mostrou-se contra, especialmente as mulheres da terra, que montaram um sistema de vigias em frente à Igreja. A mando de Salazar, centenas de militares da GNR armados, impuseram um cerco à aldeia, mataram duas jovens e feriram várias pessoas. No livro A Traição do Padre Martinho, o autor mudou os nomes de alguns personagens e a localização, mas o enredo mantém-se sobre o Cerco de 1964.[1] [2] [3] [4]
Enredo
editarO enredo centra-se no Padre Martinho e nos seus diálogos interiores. Na década de 1960, o Padre Martinho era pároco do Cortiçal, onde era adorado pela população, pela sua disponibilidade para com os paroquianos em tudo aquilo que pudesse, incluindo questões profissionais. O padre vê como sua missão ajudar as pessoas da aldeia, impedindo-as de serem exploradas e apoiando-as na reivindicação dos seus direitos. Isto leva a algumas greves e paralisações na fábrica da aldeia, o que descontenta o engenheiro, o dono da única fábrica do Cortiçal. O envolvimento do Padre Martinho na origem das greves é discutido entre o lavrador, o engenheiro e o vigário, que acreditam que o padre poderá fazer parte dos movimentos comunistas da época, assim decidem apresentar queixa ao bispo. O bispo decide mudar o sacerdote de paróquia. Ao saber desta notícia, a população revolta-se recusando a saída do Padre Martinho. A população junta-se e decide montar um sistema de guarda em frente à casa do Padre, não permitindo a sua saída. O conflito evoluiu para entre o povo do Cortiçal e as forças da autoridade que tinham sido chamadas para retirar o padre da aldeia e acabar com a resistência da população. A este ponto o próprio padre já não é ouvido por ninguém. A escalada do conflito é iminente e acaba por acontecer quando a GNR dispara sobre a população, causando vários feridos e duas mortes. No final, devido ao sucedido, o padre Martinho renuncia ao sacerdócio pois sente que não consegue continuar a seguir esse caminho.[5]
Personagens
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Adaptações
editarA realização da peça foi proibida pela censura em Portugal, presumivelmente devido aos temas principais do livro constituírem uma oposição direta ao regime ditatorial da época. A peça foi encenada pela primeira vez, em 1970, em Cuba. Foi para lá levada pelo encenador português Rogério Paulo, que a apresentou à companhia de teatro Rita Montaner e a peça estreou pela primeira vez, a 21 de novembro de 1970, na cidade de Havana. Esta foi a primeira estreia conhecida de uma peça portuguesa em Cuba. Em Portugal, a peça estreou pela primeira vez em setembro de 1974, pela Companhia Rafael de Oliveira. Em 1976, o livro foi adaptado para um telefilme. Em 2022, estreou outra adaptação ao cinema Contado por mulheres- A traição do Padre Martinho, realizado por Ana Cunha, produzido pela Ukbar Filmes e distribuído pela RTP.[6] [7] [8] [9] [10]
Referências
- ↑ https://www.publico.pt/2009/10/14/jornal/um-crime-do-estado-novo-esquecido-ha-45-anos-18010374
- ↑ https://pampatrimonioartesemuseus.wordpress.com/2015/10/24/e-o-povo-que-contara-a-historia-da-aldeia-que-se-uniu-pelo-seu-padre/
- ↑ https://www.museudoaljube.pt/doc/rosa-vilar-da-silva/
- ↑ https://www.museudoaljube.pt/doc/maria-de-lourdes-oliveira/
- ↑ Santareno, B. (1973). A traição do padre Martinho: Narrativa dramática em dois actos (3.ª ed.). Edições Atica.
- ↑ https://rcl.fcsh.unl.pt/index.php/rcl/article/view/52
- ↑ https://www.imdb.com/title/tt6074142/?ref_=nm_flmg_t_4_act
- ↑ http://cvc.instituto-camoes.pt/teatro-em-portugal-pessoas/bernardo-santareno-dp7.html
- ↑ http://cvc.instituto-camoes.pt/teatro-em-portugal-instituicoes/companhia-rafael-d-oliveira-artistas-associados-dp23.html
- ↑ https://www.rtp.pt/programa/tv/p43072