Abul (ópera)
Abul é uma ópera ou ação lendária em 3 atos do compositor brasileiro Alberto Nepomuceno com libreto do próprio compositor baseado na obra de Herbert Ward. A ópera estreou no dia 30 de junho de 1913 no Teatro Coliseo em Buenos Aires[1]. No Brasil estreou em 10 de setembro de 1913 no Teatro Municipal do Rio de Janeiro.
Abul | |
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(personagem-título) | |
Idioma original | Português e uma versão em Italiano |
Compositor | Alberto Nepomuceno |
Libretista | Alberto Nepomuceno |
Tipo do enredo | Dramático |
Número de atos | 3 |
Ano de estreia | 1913 |
Local de estreia | Teatro Coliseo, Buenos Aires |
Personagens
editarTerak (escultor de ídolos) | baixo |
Abul (seu filho) | tenor |
Iskah (sacerdotisa) | soprano |
Shinah (esposa de Terak) | mezzo-soprano |
Amrafel (rei de Ur) | baixo |
uma mulher do povo | soprano |
uma sacerdotisa | contralto |
um escravo | tenor |
Resumo
editarA ação se passa na antiga cidade de Ur, na Caldeia.
Primeiro ato
É cedo de manhã e se vê a casa e oficina de Terak. Também vê-se um a estátua do ídolo Hurki. Terak e sua mulher Shinah aguardam ansiosos o retorno de Abul, filho de ambos, vindo de uma longa peregrinação. Abul é recebido calorosamente, mas quando o pai lhe induz a adoração do ídolo, Abul nega-se. Terak adverte o filho que o rei Amrafel pune com sentença de morte todo aquele que se nega a adorar o deus Hurki. Shinah informa ao filho que, naquele dia, Iskah, a nova sacerdotisa, sacrificará uma criança inocente. Abul, ao ouvir o nome da nova sacerdotisa, lembra-se da menina pura que agora está a ponto de cometer um crime cruel. O pai, endurecido com a as acusações de Abul, expulsa-o de casa.
Segundo ato
Em um jardim, ouve-se o canto das sacerdotisas que entram seguindo Iskah; esta se mostra aflita por ter de realizar o sacrifício que abomina. Em algum momento ela lembra-se de Abul, ele entra em cena e juntos cantam um dueto que fala de sua repugnância por Hurki. Iskah fica fascinada por sua intensidade de palavras, mas continua com o culto e não quer quebrar os votos sagrados. Aproxima-se a hora do sacrifício e a sacerdotisa segue para o templo, onde está a estátua de Hurki esculpida por Terak.
Terceiro ato
Em seu acampamento, Abul é saudado por seus seguidores como um ícone de santidade, quando se ouve o clamor de um grupo de mulheres, pois um soldado do rei raptou uma criança para um novo sacrifício ao deus Hurki. Os companheiros de Abul cercam o soldado, querendo fazer justiça, mas são impedidos por Abul que pede a libertação do soldado e permite que ele leve a criança. Todos estranham a decisão de Abul, que conforta a mãe da criança afirmando que o céu protegerá a criança.
A última cena leva-nos ao templo de Hurki, onde acontece o culto de sacrifício com danças e súplicas. Chega o momento do sacrifício. Quando Iskah está para começar o terrível ato, Abul e seus companheiros invadem o templo e impedem o ato cruel, e Iskah fica maravilhada pela atitude dele. O rei e sua guarda fogem. A ópera termina com Iskah nos braços de Abul e todos, inclusive os sacerdotes, cantando em coro a glória de Abul.
Gravações
editarPor uma série de motivos possíveis e reais como falta de interesse das autoridades musicais brasileiras, falta de partituras editadas ou preconceito contra óperas em português, esta ópera ainda não foi gravada.
Récitas
editar- 1ª- 30/06/1913, Teatro Coliseo, Buenos Aires, com Maria Farneti, Elvira Casazza, José Palet e Mario Stabile.
- 2ª- Rosário
- 3ªMontevidéu
- 10/09/1913, Teatro Municipal do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro
- 09/10/1913, Teatro Municipal de São Paulo, São Paulo
- 15/04/1915, Teatro Costanzi em Roma
Bibliografia
editar- Kobbe - O Livro Completo Da Opera/ed. em português/ editora: Jorge Zahar 1994
Referências
editar- ↑ «Abul de Alberto Nepomuceno em Buenos Aires: a ópera como lugar de encontro» (PDF). Fundação Biblioteca Nacional. Consultado em 26 de outubro de 2020