Adalton Fernandes Lopes
Adalton Fernandes Lopes (Niterói, 12 de outubro de 1938 – Niterói, 2005[2][1] ou 2006[3]) foi um dos mais conhecidos e importantes ceramistas autodidatas fluminenses de sua época.[2]
Adalton Lopes | |
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Nome completo | Adalton Fernandes Lopes |
Nascimento | 12 de outubro de 1938 Niterói, RJ |
Morte | 2006 (68 anos) Niterói, RJ |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Mirtes
Alvarenga de Carvalho [1] |
Biografia
editarAdailton nasceu e viveu até o final da vida na comunidade do Maruí, no bairro do Barreto, na cidade de Niterói. Desde os 12 anos de idade dedica-se a modelar a argila nas horas vagas.[2] Na década de 1960 Adalton se aposenta e passou a ocupar todo seu tempo com a cerâmica. Adalton trabalhou com extenso e variado leque temático: da arte erótica à vida de Cristo, passando por vendedores ambulantes, cenas de namoro, casamento e parto. Obcecado pelo desejo de dar vida a seus personagens, criou engenhocas imensas, onde centenas de figuras articuladas movimentam-se animadamente. Seus bonecos são inconfundíveis e apresentam uma visão especial da vida urbana.[3]
Através de jornais e revistas Adalton Lopes teve contato e começou a se inspirar nas obras feitas pelo artista pernambucano Mestre Vitalino; improvisou no quintal da casa dos seus sogros um ateliê, onde residia na época, um lugar para desenvolver seu trabalho artístico, afastado do ambiente comum à família.[1]
Durante sua vida Adalton exerceu várias profissões, como pescador, soldado da Polícia Militar, motorista e trabalhou na Companhia Costeira do Ministério dos Transportes. Entretanto, sempre alimentou o desejo de dedicar-se inteiramente à modelagem do barro, que já fazia desde criança, por brincadeira e, depois de adulto, por prazer, nas horas vagas.[1]
Em 1975, Paulo Afonso Grisolli cria o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural do Rio de Janeiro e, através de seu Departamento de Folclore dirigido por Cáscia Frade, passou a fazer com sua equipe um trabalho de busca e procura de expressões culturais locais; foi neste contexto que a professora de arte popular e artesanato Amélia Zaluar conheceu o Adalton Fernandes Lopes e organizou as suas primeiras exposições no Rio de Janeiro; Numa destas exposições Adalton conheceu quem viria a ser o seu maior colecionador e divulgador de sua obra: o francês naturalizado brasileiro Jacques van de Beuque, fundador do Museu do Pontal.[1]
Em 2001, participou da mostra Un art populaire, em Paris, promovida pela Fondation Cartier, que adquiriu para seu acervo o trabalho exposto. Adalton fez muitos trabalhos enfocando a dinâmica do movimento. Espetáculos circenses, extração de ouro no garimpo da Serra Pelada, foliões brincando o carnaval no estribo do bonde, homens fantasiados cantando e sambando, banda de música e outras cenas desta natureza.[1]
O Museu do Pontal, na cidade do Rio de Janeiro possui o maior conjunto de obras de Adalton Fernandes Lopes em exposição num museu, onde se destacam as obras Desfile das Escolas de Samba e O Circo.[3]
Referências
- ↑ a b c d e f MATTOS, Juliana Paula Lima de. (2013). A construção do artista popular e sua obra: a trajetória de Adalton Fernandes Lopes no Museu Casa do Pontal (PDF) (Dissertação de Mestrado). Rio de Janeiro: Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UniRio). 84 páginas. Consultado em 23 de abril de 2024
- ↑ a b c «Adalton Lopes». ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileira. São Paulo: Itaú Cultural. 2022. ISBN 978-85-7979-060-7. Consultado em 24 de abril de 2024
- ↑ a b c «Niterói - RJ:Adalton». Museu do Pontal. Consultado em 28 de abril de 2024