Afonso Teles de Meneses (morto em 1230)

Aristocrata castelhano
 Nota: Para outras pessoas com o mesmo nome, veja Afonso Teles de Meneses (desambiguação).

Afonso Teles de Meneses (em castelhano: Alfonso Téllez de Meneses; m. 1230)[1] conhecido como "o Velho", filho de Telo Peres de Meneses, foi um rico-homem castelhano que participou na decisiva Batalha de Navas de Tolosa na Reconquista, o segundo senhor de Meneses e, por meio de sua segunda esposa, o primeiro senhor de Albuquerque. Desempenhou um papel importante na crise política que se seguiu após a morte precoce e acidental de Henrique I em 1217.[2]

Afonso Teles de Meneses
2.º Senhor de Meneses e o 1º senhor de Albuquerque
Nascimento ca. 1161
Morte ca. 1230 (69 anos)
Nome completo  
Afonso Teles de Meneses o Velho
Casa Teles de Meneses
Pai Telo Peres de Meneses
Mãe Gontrodo Garcia

Esboço biográfico

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Porta da Villa de Albuquerque, senhorio de Afonso Teles de Meneses

Foi o filho de Telo Peres de Meneses, um poderoso nobre em Tierra de Campos e Cea, e de Gontrodo Garcia, membro da linhagem dos Flaínez.[3][4][5][6] Governou várias tenências em diferentes periódos, incluindo Cea, Grajal, Madrid, Cabezón, Mayorga, Montealegre e Carrión de los Condes, esta última, partilhado com Gonçalo Rodrigues Girão.[7][6] Foi senhor de Montalbán, de Meneses e, por meio de sua segunda esposa, o primeiro senhor de Albuquerque.

Participou no povoamento das terras do Guadiana e provavelmente teve uma relação estreita com a Ordem de Calatrava. Tinha em seu exército mercenários ultramontanos e aparece em 22 fevereiro de 1211 num documento dessa Ordem, com sua primeira esposa Elvira, trocando sua vila de Vilches com um cavalheiro inglês chamado Roberto Wallas, por umas terras em Malamoneda.[8]

Participou, junto com seus irmãos na Batalha de Navas de Tolosa em 1212.[3][9]

Desempenhou um papel importante na crise política que se seguiu após a morte precoce e acidental de Henrique I em 1217. Defendiou os castelos de Montealegre e de Villalba de Alcor.[10]

Em 1213, o rei Afonso VIII doou a vila de Palazuelos a Afonso que fundou o Mosteiro de Palazuelos destinado à Ordem de Cister para comemorar a batalha de Navas de Tolosa.[6].[11]

O rei Sancho I tinha dado a vila de Alburquerque a sua filha Teresa Sanches como parte do dote para seu casamento com Afonso que tinha que conquistar e povoar esta vila.[12] Cerca de 1218, Afonso construiu um castelo depois de conquistar Albuquerque[1] e, em 1225, o Papa Honório III emitiu uma bula pontifícia à Ordem de Santiago pedindo que, se os sarracenos sitiaram a fortaleza, os cavaleiros da Ordem deverian defendê-la.[13]

Além disso, em 1226, Afonso fundou um hospital "para a redenção dos cativos" em Talavera, estipulando que quando não houvesse cativos, deveria ser destinado para "uso e alimento dos pobres." Em seguida, encarregou o hospital à Ordem de Santiago.[14]

Afonso Teles de Meneses morreu em 1230 quando acompanhava ao rei Fernando III a Leão. Foi enterrado no Mosteiro de Palazuelos que tinha fundado. O epitáfio na igreja do mosteiro copiado por Gonzalo Argote de Molina diz:[11]

OBIIT ALPHONSUS TELLI/NOBILIS AMATOR TOTIUS BONITATIS/FACTOR ISTIUS MONASTERII/ERA MCCLXVIII

Matrimónio e descendência

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Mosteiro de Santa María de Palazuelos (Corcos), fundado por Afonso Teles de Meneses onde foi enterrado ele e vários de seus descendentes.

Casou por duas vezes, a primeira com Elvira Rodrigues Girão (m. 1211), filha de Rodrigo Guterres Girão e de Maria de Guzman, de quem teve:[6][7]

Afonso contraiu um segundo casamento entre Fevereiro de 1211, o ano da morte de sua primeira esposa, e antes de Julho de 1213 quando aparece casado com a infanta Teresa Sanches,[17][18][b][c] filha bastarda do rei Sancho I de Portugal e de Maria Pais Ribeira a Ribeirinha, de quem teve:

  • João Afonso Telo de Meneses (m. 1268), II senhor de Albuquerque[1][19][20] casou com Elvira Gonzalez Girão.[21]
  • Martim Afonso Telo de Meneses (m. 1285/1287)[22][23] casou com Mécia.[d] Foi um rico-homem durante o reinado de Afonso III entre 1255 e 1280.[1]
  • Afonso Telo de Meneses (m. depois de 1257), O Tição , também chamado Afonso Afonso de Meneses, casou com Maior Gonzalez Girão, filha de Gonçalo Rodrigues Girão e de Sancha Rodriguez, de quem teve uma filha. Também teve um filho ilegítimo de mãe desconhecida.[1]
  • Maria Afonso de Meneses, mencionada no testamento de seu irmão Martim, foi abadessa no Mosteiro de Santa María la Real de Gradefes que foi fundado pela sua bisavó Teresa Peres, a mãe de Gontrodo Garcia, a esposa de Telo Peres de Meneses.[24]

Ver também

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[a] ^ María Pais Ribeira foi a amante do rei Sancho I de Portugal de quem teve a Teresa Sanches que foi a segunda esposa deste Afonso Teles de Meneses (m. 1230). Sua filha legítima de seu matrimónio com João Fernandes de Lima, Maria Anes de Lima foi a esposa do filho do primeiro matrimónio deste Afonso, o IV senhor de Meneses.
[b] ^ Estavam casados em Julho 1213 quando o rei Alfonso doou a vila de Palazuelos mencionando a sua esposa Teresa Sanchez. Cfr. Salcedo Tapia (1999), p. 138.
[c] ^ A 1 de Agosto de 1213, três dias após a doação de Palazuelos pelo rei Alfonso, Afonso Teles com sua esposa Teresa Sanches, acompanhados por seus filhos - a quem mencionado como Tello Alfónsez, Alfonso Alfónsez, Mayor Alfonso e Teresa Alfonso, tudos nascidos antes de 1213 de seu primeiro casamento - doou Palazuelos ao Mosteiro de São Andrés de Valvení para o traslado deste mosteiro a Palazuelos para a fundação dum mosteiro cisterciense. Cfr. Salcedo Tapia (1999), p. 139.
[d] ^ Morreu entre 15 de Junho de 1285, quando fez um testamento na cidade de Zamora, e março 1287, quando seus testamentários cumprem suas vontades.[23][22] Em seu testamento, declarou que era o filho de Afonso e de Teresa e menciona sua esposa Mécia, sua irmã Maria Afonso, e seus cinco filhos: Teresa, Maria, Afonso Velasco, e Gil Martines. Cfr. Barón Faraldo (2006), pp. 208-209. Sotto Mayor Pizarro diz que ele casou duas vezes; a primeira com uma senhora desconhecida, e a segunda com Maria Anes de Aboim, filha de João e Aboim, que era viúva em 1278 em contradição com o seu comentário quando diz que Martim era um rico-homem entre 1255 e 1280. Cfr. Sotto Mayor Pizarro (1987), p. 226. Embora, quando Martim fez seu testamento em 1285, Mécia ainda estava viva como dito em seu testamento: "E mando a mia muger Donna Mencia quanto he e devo aver de derecho en Villa de Conde e en Regusi e en Avellaneda e en Pedra Redonda e en Nabaes, assi el mio quinnon que he como el de Donna Maria Alfonso, mia hermana, el un quinnon le do por arras e el otro por dones que della recebi e que con ella despendi". No testamento de Martim, ele menciona a um cunhado chamado Gomes Rodrigues e é possivel que Mécia foram a filha de Gomes Rodrigues de Manzanedo, o filho de Rodrigo Rodrigues Girão (filho de Rodrigo Guterres Girão) e Ines Peres.

Referências

  1. a b c d e Sotto Mayor Pizarro 1987, p. 226.
  2. Sánchez de Mora 2003, p. 236 y 478, Vol. I.
  3. a b Sánchez de Mora 2003, p. 236, Vol. I.
  4. Castán Lanaspa1984 p.115.
  5. Salcedo Tapia 1999, p. 62.
  6. a b c d e Barón Faraldo 2006, p. 202.
  7. a b Sánchez de Mora 2003, p. 478, Vol. I.
  8. Ruiz Gómez 2003, p. 240-241.
  9. Salcedo Tapia 1999, p. 136-137.
  10. Sánchez de Mora 2003, p. 236 e 479, Vol. I.
  11. a b c d e Salcedo Tapia 1999, p. 139.
  12. a b Barón Faraldo 2006, p. 207.
  13. Salcedo Tapia 1999, p. 163–164.
  14. Salcedo Tapia 1999, p. 165.
  15. Salcedo Tapia 1999, p. 171–172.
  16. Salcedo Tapia 1999, p. 172.
  17. Sánchez de Mora 2003, p. 478–479, Vol. I.
  18. Sotto Mayor Pizarro 1987, p. 225.
  19. Salcedo Tapia 1999, p. 166.
  20. Barón Faraldo 2006, p. 207-208.
  21. Sotto Mayor Pizarro 1987, p. 108 e 227.
  22. a b Barón Faraldo 2006, p. 208.
  23. a b Rodríguez de Diego 1982, p. 209-214.
  24. Sotto Mayor Pizarro 1987, p. 227.

Bibliografia

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