Agustín Muñoz, Duque de Tarancón
Agustín María Raimundo Fernando Longinos Muñoz e Bourbon (Madrid, 15 de março de 1837 – Rueil-Malmaison, 15 de julho de 1855) foi o terceiro filho da rainha regente Maria Cristina de Bourbon-Duas Sicílias e de seu segundo marido Agustín Fernando Muñoz y Sánchez. Foi duque de Tarancón Grande de Espanha, visconde de Rostrollano[1] e efêmero pretendente ao trono do Equador.[2]
Agustín Muñoz e Bourbon | |
---|---|
Duque de Tarancón, Visconde de Rostrollano e Pretendente ao trono do Equador | |
Busto de Agustín em seu túmulo em Rueil-Malmaison. | |
Nascimento | 15 de março de 1837 |
Palácio Real de Madrid, Espanha | |
Morte | 15 de julho de 1855 (18 anos) |
Rueil-Malmaison, França | |
Nome completo | |
Agustín María Raimundo Fernando Longinos Muñoz e Bourbon | |
Pai | Agustín Fernando Muñoz, Duque de Riánsares |
Mãe | Maria Cristina das Duas Sicílias |
Biografia
editarSua mãe ficou viúva em 1833 pelo rei Fernando VII. O monarca designou-a em seu testamento como "Governadora do Reino", posição que seria confirmada pelas Cortes Constituintes em 1836 e para a qual a nomearia regente durante a menoridade de sua filha, Isabel. Em 28 de dezembro do mesmo ano em que ficou viúva, contraiu em segredo um casamento morganático com um sargento da guarda real, Agustín Fernando Muñoz y Sánchez.[3] Esse casamento chocou a sociedade da época.[4]
Depois de duas meninas, Maria Amparo e Maria dos Milagres, Agustín foi o primeiro varão deste segundo casamento da rainha. Foi batizado pelo tenente do padre Martín Fernández Campillo em 30 de abril, na Igreja Paroquial de San José, em Madrid, recebendo os nomes de Agustín María Raimundo Fernando Longinos. A fim de manter sua identidade em segredo, nos documentos eclesiásticos, Dom Agustín de Rivas e sua esposa Dona Baltazara Sánchez, foram registrados como pais da criança. O menino seria enviado a Paris imediatamente, onde encontraria as outras duas filhas da rainha e do duque.[5]
Sua meia-irmã Isabel foi coroada rainha aos treze anos de idade em 1843. Pouco tempo depois, Agustín foi nomeado duque de Tarancón, conde de San Agustín e visconde de Rostrollano.[1] Estudou em Roma até aos treze anos de idade.[2]
Pretendente ao trono equatoriano
editarEm 1846, foi pretendente ao trono monárquico equatoriano em um projeto apresentado pelo então presidente desse país, Juan José Flores, a Maria Cristina de Bourbon. Este plano, de duas fases, consistia primeiro em declarar Agustín príncipe do Equador, regentado por sua mãe e, depois, restaurar a monarquia no Peru e Bolívia, fazendo dele o primeiro monarca de um hipotético "Reino Unido do Equador, Peru e Bolívia", com sede na cidade de Quito.[6][7]
Morte
editarCom o exílio imposto a sua mãe pelas Cortes espanholas, Agustín mudou-se com ela para a França, onde viveriam na cidade de Rueil-Malmaison, perto de Paris, estabelecendo-se no Château de Malmaison que anteriormente pertencia à Imperatriz Josefina. Ele morreu no mesmo palácio em 15 de julho de 1855[8], aos dezoito anos de idade, e foi enterrado no cemitério da cidade, onde sua mãe tinha um mausoléu erguido em memória dos três filhos que morreram antes dela.
Honras
editar- Grã-Cruz da Ordem de São Gregório Magno[8] (Pontifícia)
Ancestrais
editarVer também
editarReferências
- ↑ a b Blog de heráldica (4 de julho de 2010). «La reina María Cristina de Borbón-Dos Sicilias» (em espanhol). Consultado em 9 de fevereiro de 2013
- ↑ a b Orrego Penagos, Juan Luis (março de 2012). «El general Juan José Flores y el Perú». Historia del Perú, América Latina y el mundo. Siglos XIX y XX (em espanhol). Consultado em 9 de fevereiro de 2013
- ↑ Peña González, José (2006). Historia política del constitucionalismo español. Madrid: Dykinson. p. 124, nota 304. ISBN 978-84-9772-906-2. Consultado em 2 de janeiro de 2012
- ↑ Errazkin, Iñaki (2009). Hasta la coronilla: autopsia de los Borbones. Tafalla: Txalaparta. pp. 80 y ss. ISBN 978-84-8136-539-9. Consultado em 2 de janeiro de 2012
- ↑ Zavala, José María (2011). Bastardos y Borbones: Los hijos desconocidos de la dinastía. España: Editorial Penguin Random House. Consultado em 9 de maio de 2015
- ↑ Gimeno, Ana (1988). Una tentativa monárquica en América, el caso ecuatoriano. Quito: Ediciones Banco Central del Ecuador. ISBN 9978-72-030-8
- ↑ Jijón y Caamaño, Jacinto (1943). La expedición floreana de 1846. Quito: Talleres del Diario La Patria
- ↑ a b Burgos, Augusto de (1859). Blasón de España, libro de oro de su nobleza. Reseña genealógica y descriptiva de la Casa Real, la Grandeza de España y los títulos de Castilla (Primera parte - tomo V) (em espanhol). Madrid: [s.n.] p. 189