Al-Ahram
Al-Ahram (em árabe: الأهرام, "As Pirâmides"), fundado em 1875, é o jornal diário de maior circulação do Egito, e o segundo mais antigo do país, atrás apenas de Al-Waqae'a Al-Masreya ("Os Eventos Egípcios"), fundado em 1828. É de propriedade majoritária do próprio governo egípcio.
الأهرام Al-Ahram | |
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Sede | Bulaque, Cairo Egito |
Fundação | 1875 |
Proprietário | Fundação Al-Ahram |
Idioma | Árabe |
Circulação | 1 000 000 diariamente 1 200 000 às sextas[1] |
Página oficial | http://www.ahram.org.eg/ |
Dada a ampla variedade dialetal do idioma árabe, o Al-Ahram é considerado uma fonte influente em termos de estilo para o árabe escrito. O Middle East Institute descreveu o jornal, na década de 1950, como sendo para o público leitor de árabe em sua área de distribuição "o que o London Times é para os ingleses e o New York Times para os americanos."[2]
Além da edição principal, publicada no Egito, o jornal publica ainda duas outras edições em árabe - uma voltada para o mundo árabe e outra voltada para um público internacional - e edições em inglês e francês.
História
editarO Al-Ahram foi fundado em 1875 por dois irmãos libaneses, Beshara Taqla e Saleem Taqla, que na época viviam em Alexandria. Começou como um jornal semanal, publicado todos os sábados, porém dois meses depois de sua fundação foi transformado em diário. O jornal circulava no Egito e no Levante. Em novembro de 1899 sua sede foi deslocada para o Cairo. Acadêmicos religiosos como Muhammad Abduh e Jamal al-Din al-Afghani foram alguns dos contribuintes do jornal em seu início.
Edições
editarO diário Al-Ahram é o carro-chefe da editora Al-Ahram, atualmente a maior do Egito.[3] Sua sede fica em Bulaque, no Cairo, e seu conteúdo é controlado pelo Ministério da Informação egípcio. A edição do jornal destinada ao mundo árabe, chamada Al-Ahram Al-Arabiya, destinada a imigrantes egípcios em outros países árabes, é publicada diariamente no Barém, Arábia Saudita, Cuaite, Emirados Árabes e circula no Egito e na região do golfo Pérsico.
Uma edição internacional em árabe chamada Al-Ahram al-Duwali vem sendo publicada diariamente em Londres desde 1984, impressa tanto nesta cidade quanto em Paris, e circula por toda a Europa, Estados Unidos, Canadá e no próprio Egito.
Duas edições em outros idiomas também são produzidas: o Al-Ahram Weekly, em inglês, fundado em 1991, e o Al-Ahram Hebdo, em francês.
Propriedade e influência governamental
editarO Al-Ahram é de propriedade da Fundação Al-Ahram, e é um dos jornais de maior circulação do mundo.[4] O governo egípcio é seu acionista majoritário, e indica os editores. Na condição de indicados estatais, pouca censura é exercida de fato sobre eles; subentende-se que são leais ao Estado.[5] O Al-Ahram frequentemente tem ignorado e banalizado os partidos de oposição ao Partido Democrata Nacional, governista, e não publica críticas diretas ao governo de Hosni Mubarak.[6]
A Anti-Defamation League, organização não-governamental americana de proteção aos direitos humanos, numa crítica dos jornais árabes feita em 2005, declarou que o Al-Ahram "recebe considerável liberdade de ação" pelo governo, contanto que evitem "certos 'tabus'."[7] A organização Repórteres Sem Fronteiras, em seu relatório de 2005 sobre a liberdade de imprensa no país, afirmou que os editoriais de diversos jornais, entre eles o Al-Ahram, se tornaram cada vez mais críticos a respeito do controle do Partido Nacional Democrático sobre o governo e da corrupção do regime Mubarak.[8] Numa entrevista para a entidade, Abdel Halim Qandil, editor da revista semanal Al-Arabi, declarou que o governo interfere com a operação independente do Al-Ahram através do controle de suas prensas e da indicação de seus editores.[8]
Referências
- ↑ Drost, 1991, pp. 139-140.
- ↑ Middle East Institute, 1950, p. 155.
- ↑ Islam, 2002, p. 277.
- ↑ Al-Ahram - Mondo Times
- ↑ Egypt - Press Reference
- ↑ The media in Egypt - BBC News, 2 de setembro de 2005 (visitado em 20-2-2010).
- ↑ Arab Media Review: Index of Arab Newspapers Arquivado em 8 de julho de 2009, no Wayback Machine. Anti-Defamation League, 14 de fevereiro de 2005.
- ↑ a b Egypt - 2005 annual report Arquivado em 29 de agosto de 2012, no Wayback Machine., Repórteres Sem Fronteiras, janeiro de 2005
Bibliografia
editar- Drost, Harry (1991). The World's news media: a comprehensive reference guide. [S.l.]: Longman
- Islam, Roumeen (2002). The right to tell: the role of mass media in economic development Ilustrada ed. [S.l.]: World Bank Publications. ISBN 0821352032
- The Middle East journal, Volume 4. Washington, D.C.: Middle East Institute. 1950