Axerafe
Maleque Alaxerafe Muzafar Adim Muça (Al-Malik al-Axraf Muzaffar ad-Din Musa), dito Axerafe,[1] foi o último sultão do Egito da dinastia aiúbida, reinando de forma cerimonial entre 1250 e 1254. O seu governo foi uma farsa destinada a legitimar o golpe de estado perpetrado pela sultana Xajar Aldur (viúva de Sale Aiube), e seu novo marido mameluco Aibaque. Ele era filho de Iúçufe, emir do Iêmem, e neto de Camil.
Axerafe | |
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Sultão do Egito | |
Reinado | 1250 — 1254 |
Antecessor(a) | Turá Xá |
Sucessor(a) | Shajar al-Durr |
Dinastia | Aiúbidas |
Pai | Iúçufe |
História
editarEm 2 de maio 1250, a guarda mameluca do sultão Turá Xá entrou na tenda onde ele oferecia um banquete e o assassinou. Em seguida, eles ofereceram o poder à viúva de Sale Aiube, Xajar Aldur. Porém, o califa de Bagdá, Almostacim declarou que seria inconcebível para o Egito ser governado por uma mulher e, então, Aibaque, o líder da revolta e responsável pelo regicídio, se casa com a sultana e divide com ela o poder. A Síria, que era um território egípcio, se revolta contra os rebeldes e a cidade de Damasco, juntamente com os demais emires da Síria aiúbida, juram fidelidade a Nácer Iúçufe, o emir de Alepo, bisneto de Saladino[2].
Para tentar contrabalançar a fidelidade dos emires à antiga dinastia aiúbida, Aibaque e Xajar decidem alçar ao trono em 5 de agosto de 1250 um príncipe egípcio que morava na região e era filho de um emir do Iêmem refugiado no Egito desde a conquista da região pelos raçúlidas. O movimento foi cerimonial a ponto de René Grousset, sempre muito preciso, não veja necessidade de especificar seu nome. Os emires aiúbidas do Egito e da Síria entraram em combate com os mamelucos abássidas em 2 de fevereiro de 1251. A batalha inicialmente pendia para os aiúbidas, mas guarda mameluca de Nácer Iúçufe desertou e juntou-se aos usurpadores. A guerra entre os aiúbidas e os mamelucos continuou até que o califa de Bagdá Almostacim interveio novamente para por fim a uma luta entre muçulmanos que só beneficiava os cruzados. Em 1 de abril de 1253, Nácer Iúçufe reconheceu o governo mameluco do Egito e os cruzados deixaram a Europa em 24 de abril do ano seguinte. A legitimação de um sultão aiúbida fictício não era mais necessária e Aybak então depôs o sultão Muzafar Adim Muça no final de 1254, confinando-o às suas tias[3] e encerrando assim o governo da dinastia aiúbida no Egito.
Ver também
editarAxerafe Nascimento: ? Morte: ?
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Precedido por: Turá Xá |
Sultões do Egito 1250–1254 com Aybak (1250–1254) |
Sucedido por: Shajar al-Durr (sultana) |
Referências
- ↑ Alves 2014, p. 259.
- ↑ Grousset, 1936, p. 502.
- ↑ Foundation for Medieval Genealogy
Bibliografia
editar- Alves, Adalberto (2014). Dicionário de Arabismos da Língua Portuguesa. Lisboa: Leya. ISBN 9722721798
- René Grousset, Histoire des croisades et du royaume franc de Jérusalem - III. 1188-1291 L'anarchie franque, Paris, Perrin, 1936 (réimpr. 2006), 902 p. (em francês)
- Foundation for Medieval Genealogy