Alberto Carlos Aprá

Oficial general da Armada Portuguesa, tradutor e escritor

Alberto Carlos Aprá (26 de agosto de 1871Lisboa, 6 de outubro de 1952) foi um oficial general da Armada Portuguesa que se notabilizou como um prolífico tradutor, especialmente de obras sobre temas militares e romances policiais, e escritor. Foi o primeiro presidente da Câmara Municipal do Lobito, onde era ao tempo capitão do porto. Terminou a sua carreira naval no posto de contra-almirante. Foi maçon da Loja da Madrugada.[1][2]

Alberto Carlos Aprá
Alberto Carlos Aprá
Nascimento 26 de agosto de 1871
Morte 6 de outubro de 1952 (81 anos)
Lisboa
Cidadania Portugal
Alma mater
Ocupação almirante, tradutor, escritor
Empregador(a) Marinha Portuguesa

Biografia

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Alistou-se na Armada em novembro de 1888, como aspirante, vindo, em coroamento da sua larga e brilhante carreira, a ascender ao posto de contra-almirante em agosto de 1933, no qual passou à reforma oito anos depois.

Durante a Grande Guerra comandou o cruzador auxiliar NRP Pedro Nunes, onde foram transportados para França muitos contingentes de tropas. Comandou também outras unidàdes navais e foi chefe do Departamento Marítimo do Centro, cargo em que muito pugnou pelos interesses do Algarve, sobretudo no respeitante ao problema da pesca.[3]

Foi, ainda, director da Marinha Mercante e deu, no Ultramar, onde esteve durante vinte e cinco anos, relevantes provas do seu tacto admírristrativo, no exercício de diversos cargos, entre os quais os de governador da Guiné Portuguesa e intendente do Lobito.

No posto de primeiro-tenente foi nomeado como capitão do porto do Lobito em 26 de outubro de 1912. Quando a primeira câmara municipal do Lobito e Catumbela foi empossada, a 3 de ajneiro de 1914, foi o seu presidente, em acumulação com o cargo de capitão do porto. Nestas últimas funções foi um dedicado auxiliar do alto-comissário general Norton de Matos, no estudo e lançamento das bases para a construção do porto do Lobito.

O contra-almirante Aprá colaborou em vários jornais, ocupando-se com grande proficiêncía de assuntos relativos à Marinha de Guerra, e publicou, também, várias obras, entre elas A Libertação da Europa,[4] e, em colaboração com o coronel Alexandre de Morais e o dr. Macedo Mendes,[5] A Campanha da Polónia e A Campanha da Finlândia. Traduziu do inglês A teia de aranha vermelha, obra acerca da espionagem russa no Canadá.[6]

Desempenhou numerosas e importantes comissões de serviço, merecendo, por isso, mui honrosos louvores. Foi condecorado com o grau de cavaleiro da Ordem da Torre e Espada a 4 de julho de 1894, com palma dourada em 1927,[7] e com o grau de grande-oficial da Ordem Militar de Avis a 18 de junho de 1932.[8][9] Foi feito oficial da Ordem da Estrela Negra em 24 de maio de 1932.

Quando faleceu, a imprensa consagrou devidamente a memória do contra-almirante Alberto Aprá. Por exemplo, O Século escreveu, ao lado do retrato do falecido, «... faleceu o sr. Contra-almirante Alberto Carlos Aprá, oficial dos mais distintos da nossa Marinha de Guerra».

Referências

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  1. Alberto Carlos Aprá - primeiro presidente da Câmara Municipal do Lobito.
  2. Instituto António Cabreira: Nota necrológica.
  3. Alberto Carlos Aprá, O mar pode resolver a crise de trabalho no Algarve. [S.l. : s.n.], 1931.
  4. A libertação da Europa (com Henrique Pires Monteiro). Lisboa : Livraria Popular, 1944.
  5. Joaquim Mário de Macedo Mendes, professor da cadeira de Geografia, História e Literatura da Escola de Belas Artes de Lisboa.
  6. A teia da aranha vermelha : história da espionagem russa no Canadá, obra de Bernard Newman, trad. Alberto Aprá. [S.l. : s.n.], 1948.
  7. Alberto Carlos Aprá (Capitão de Fragata).
  8. Publicado no Diário do Governo, n.º 145, de 24 de junho de 1932.
  9. Alberto Carlos Aprá (Capitão-de-Mar-e-Guerra).