Albino Núñez Domínguez

Albino Núñez Domínguez (San Pedro da Mezquita, A Merca, 13 de dezembro de 1901Ourense, 7 de fevereiro de 1974) foi um escritor, pedagogo e poeta galego.

Albino Núñez Domínguez
Albino Núñez Domínguez
Nascimento Albino Núñez Domínguez
13 de dezembro de 1901
San Pedro
Morte 7 de fevereiro de 1974
Ourense
Cidadania Espanha
Filho(a)(s) Carlos Núñez Rodríguez
Ocupação escritor, poeta

Estudou na Escola Normal de Ourense, sendo «discípulo predilecto de dom Vicente Risco, dom Felipe Pedreira, de dom José Costumar e de dona Araceli Ancochea» (A. Vilanova). Exerceu de professor nas localidades de Amoroce (Celanova, Ourense) e Maceda (Ourense), iniciando-se no ambiente empobrecido da aldeia galega sua fervor pela pedagogia, que teria de ser a grande paixão de sua vida.

Em 1932, a A.T.E.O. (Associação de Trabalhadores do Ensino de Ourense), da qual era seu presidente, decide editar uma revista pedagógica que chamar-se-ia «Escola do Trabalho» e que teve um andamento por dois anos, com vinte e seis números publicados. Encarrega-se sua direcção a Albino Núñez Domínguez, «um mestre namorado da sua profissão e cheio de ideias renovadoras, tendo de colaboradores a tudo ou Conselho de Direcção daquele jornal anterior, A República, e a grande quantidade de mestres republicanos dispersos pela província ourensana» (Joam C. Chilhon Iglesias).

A revista constituiu um autêntico revulsivo no ensino, ancorado então nos velhos métodos. Albino Núñez imprimiu-lhe um carácter técnico-pedagógico, recusando de pleno o pernicioso memorismo e o excessivo intelectualismo da época, e introduzindo os métodos da «Escola Nova», baseados nas mais recentes doutrinas pedagógicas e em tentativas empíricas para sua realização. Foi o primeiro meio de difusão que fez chegar às escolas da província ourensana as novas técnicas pedagógicas (Montessori, Kerschensteiner, Decroly, Dewey, Cousinet, etc ...).

Ao aprovar a oposição ao Corpo de Directores Escoares, Núñez Domínguez é transladado ao Grupo Escolar «Conceição Areal» da Corunha, onde seguiria desenvolvendo as novas técnicas escolares, estabelecendo «novos fins» da educação e orientando para esses fins a obra social da escola «por meios psico-biológicos de adaptação do comportamento». Mas a Guerra Civil Espanhola truncou suas aspirações humanistas quando era director do Centro antes mencionado. A partir de 1936 dedicou-se ao ensino privado, primeiro em Lugo, e mais tarde em Ourense, onde fundou, em 1949, o centro de ensino «Estudios Galicia». O grande interesse deste centro radicava, sobretudo, na especial atenção dedicada à formação de mestres que depois levariam às suas aulas as novas técnicas de ensino.

Em Agosto de 1959 foi reabilitado, primeiro como mestre e depois como director escolar, ocupando seu último destino n'A Estrada (Galiza) (Pontevedra).

O Centro educativo de Casardomato (Ourense) leva seu nome, por sugestão da Corporação municipal em 1980.

Ainda que grande parte da obra de Albino Núñez Domínguez permanece inédita, podem-se citar interessantes trabalhos de sua autoria:

  • Parnaso Galaico (1956)
  • Musa Galega (1957)
  • A nosa fala (1958)
  • Maruxa ou a femineidade(1958)
  • Grandezas e miserias da nosa terra (1959)
  • Nin lendas negras nin historias brancas(1962)
  • Toponimia galaica(1965)
  • Romance de Castrelo de Miño

Assim mesmo, é autor do livro Temas de pedagogia (Ourense, 1963), onde está recolhido seu ideário educativo, baseado em suas experiências pessoais e em leituras dos pedagogos de seu tempo. Aborda a problemática educativa. Defende a escola activa e funcional, o respeito à liberdade do educando e propugna o método heurístico-socrático como o mais idóneo para chegar ao conhecimento da ciência, método cuja mecanização actual segue constituindo a base do ensino programado.

Além de seu trabalho educativo, Núñez Domínguez realizou estudos geográficos, de toponímia e literários, colaborou assiduamente na imprensa galega (La Región, La Voz de Galicia, Faro de Vigo, La Noche, Lar, Vieiros, Jornal ABC, Irmandade de Caracas ... ) e traduziu para o galego poemas de Antonio Machado.

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