Alcázar de Milmanda
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O Alcázar de Milmanda ou torre de Milmanda encontra-se no cume dum perfilado outeiro, perto do rio Tuño, na paróquia de Santa María de Milmanda, no concelho ourensano de Celanova, na Comunidade Autónoma da Galiza, (Espanha).
História
editarO que em nossos dias se configura como a torre-igreja de Milmanda são os restos pouco conhecidos de um dos castelos mais importantes na história da Galiza.
Já no século X aparece documentada sua existência, vinculando-o ao Mosteiro de Celanova. No século XII passou a pertencer à Coroa pelas guerras que tiveram como resultado a criação do Reino de Portugal e por esta causa deveu ser objeto de importantes reformas e ampliações. No fim desse mesmo século o rei Afonso IX de Leão concedeu à vila foro de realengo e promoveu o repovoamento da zona com gentes procedentes de Celanova. Estas disposições de repovoamento foram confirmadas já no século XIII por Fernando III de Castela.
Novos privilégios reais chegaram depois, como a isenção de portagens concedida aos vizinhos por Afonso X de Castela, ou a confirmação do foro por parte de Sancho IV de Castela.
O castelo foi palco dos confrontos entre Pedro I de Castela e Henrique de Trastâmara. Quando faleceu Pedro em Montiel a maior parte da nobreza galega reconheceu como sucessor a Fernando I de Portugal, genro de Pedro I, o qual estabeleceu sua corte neste castelo e realizou uma campanha de ocupação de muitas vilas e cidades do país galego.
Remata a guerra, Henrique II confiscou a fortificação de Milmanda passando, em 1383, a depender diretamente da coroa até ao ano 1446 no qual foi, junto com o restante da comarca, cedido pelo rei João II de Castela em senhorio ao conde de Benavente.
Durante a Grande Revolta Irmandinha foi derrubado pelos sublevados. Afogada a revolta os vizinhos da vila foram obrigados a voltar a erguer o castelo.
On dos senhores do castelo, o senhor de Vilardecás Francisco Feijoo Sotelo, foi protagonista de um célebre feito:
Ocorrera que um fidalgo de Milmanda foi julgado à força e condenado na vila portuguesa de Melgaço. O senhor de Vilardecãs reuniu 40 homens armados e atacou o cárcere resgatando ao condenado. Como resposta a esta provocação o duque de Bragança juntou 6.000 homens e, em resposta a este, o conde de Benavente juntou outros 6.000, começando deste jeito a guerra entre Espanha e Portugal, que só terminou com a condição de que o senhor de Vilardecãs deixasse o mando do Alcázar de Milmanda.
O derradeiro nobre que possuiu o castelo foi Suero Eanes de Prada, partidário de Pedro I que com a morte do monarca partiu a Portugal para não voltar mais. Conta a lenda que nenhuma outra casa da nobreza voltou a possuir o castelo.
Características
editarO castelo possui dois caminhos a modo de adarve a diferentes alturas. O mais alto rodeia a vila. Perto do cume abre-se um impressionante fosso defensivo hoje em dia taipado no lugar que ocupava a ponte levadiça.
Da cerca conserva-se dous muros, um deles terminado num torreão. No centro apreciam-se os vestígios da que seria a torre de menagem. A atual igreja aproveitou uma das torres do castelo como campanário, que se rodeia de um recinto de alvenaria com possível barbacã.
Na face Oeste conserva-se uma torre de mais de 6 metros de altura e outra construção próxima. Conservam-se outros elementos defensivos, como restos de caminhos fortificados e de fiadas da muralha.
Ver também
editarBibliografia
editar- (em galego) BOGA MOSCOSO, Ramón (2003). Guía dos castelos medievais de Galicia, págs. 221-223. Guías Temáticas Xerais. Edicións Xerais de Galicia, S.A. [S.l.: s.n.] ISBN 84-9782-035-5