Alejandro Cao de Benós
Alejandro Cao de Benós de Les y Pérez (nascido em 1974) é um ativista político híspano-norte-coreano com relações estreitas com a República Popular Democrática da Coreia, onde atua como um representante especial do Ministério das Relações Exteriores do país.[2] É também, segundo ele próprio, o delegado especial do Comitê de Relações Culturais com Países Estrangeiros da Coreia do Norte.
Alejandro Cao de Benós de Les y Pérez 조선일 | |
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Alejandro Cao de Benós em 2012 | |
Presidente da Associação de Amizade com a Coreia | |
No cargo | |
Período | 8 de agosto de 2000
a atualidade |
Antecessor(a) | cargo criado |
Dados pessoais | |
Nascimento | 24 de dezembro de 1974 (50 anos) Catalunha, Espanha |
Nacionalidade | Espanhol Norte-Coreano[1] |
Alejandro Cao de Benós | |
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Nome em coreano | |
Hangul | 조선일 |
Hanja | 朝鮮一 |
Romanização revisada | Jo Seon Il |
McCune-Reischauer | Cho Sŏn-il |
Ele também é o fundador, presidente e único membro assalariado da Associação de Amizade com a Coreia (Korean Friendship Association - KFA).[3] Todos as páginas oficiais do governo e ministérios da Coreia do Norte possuem o domínio .kp, assim - dado que o registro da página da KFA sugere que esta seja o domínio pessoal de Cao de Benós - há dúvidas sobre sua alegação de ser a "página de internet oficial da República Popular Democrática da Coreia" e também acerca das afirmações de Cao de Benós a respeito de seu status na hierarquia da Coreia do Norte.[3][4]
Tem sido um defensor da Coreia do Norte desde 1990. Seu nome coreano, Cho Son-il ("A Coreia é Uma"), é autoproclamado mas não é oficial, tendo em vista que ele viaja usando seu passaporte espanhol.[3] Viveu em Tarragona e Barcelona, trabalhando como consultor de TI.[5]
Em 14 de junho de 2016, foi preso pela Guarda Civil espanhola em Tarragona por tráfico de armas.[6][7] Em 2022, foi sentenciado pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos por violar sanções americanas contra à Coreia do Norte.[8]
Origem familiar
editarCao de Benós vem de uma família nobre espanhola. Seus antepassados paternos eram os barões de Les, marqueses de Rosalmonte e condes de Arjelejo, membros da Grandeza que estavam entre os mais graduados da nobreza espanhola, estando ligados durante séculos ao exército espanhol e à Marinha. Muitos foram defensores do carlismo e do franquismo. Embora o avô de Cao de Benós tenha nascido rico, ele perdeu a herança e acabou trabalhando como guarda para a Repsol-Butano.[9]
Atividades na Associação de Amizade com a Coreia
editarCao de Benós fundou a Associação de Amizade com a Coreia em 2000, e embora alegue ser uma sanção oficial, desde sua fundação o domínio é registrado em seu nome de forma privada.[3][10] Inclui uma seção de mídia e uma loja on-line onde distintivos, música e outros itens norte-coreanos podem ser adquiridos. Os bens comprados são enviados da Espanha.
Em 2009, quando questionado sobre Kim Jong-un, ele respondeu que Kim nunca ouviu falar dele e afirmou que a história sobre Kim Jong-un ser herdeiro de Kim Jong-il foi fabricada pela inteligência sul-coreana.[11]
Cao de Benós tem visitado Pyongyang regularmente, auxiliando na aplicação do visto para a imprensa, atuando como tradutor para a imprensa estrangeira (constantemente sob a supervisão das autoridades locais) e ajudando a agendar reuniões de negócios. Cao de Benós atua para uma comissão como intermediário nessas reuniões, e devido ao fato de não ter um emprego remunerado oficial, não lhe é pago nenhum salário.[3][5] Escreveu numerosos artigos sobre assuntos relacionados à situação política na Península da Coreia, disseminação de propaganda estatal, assim como entrevistas para a imprensa. É um dos poucos estrangeiros que afirmam seguir a linha do partido norte-coreano. Ele continua como presidente de sua empresa, a Associação de Amizade com a Coreia e foi destaque nos documentários Friends of Kim e The Propaganda Game.
Café de Pyongyang
editarEm julho de 2016, Cao de Benós fundou um bar chamado Pyongyang Cafe em Tarragona, decorado com cartazes de propaganda norte-coreanos e onde apresenta palestras regulares sobre temas como o turismo.[12] O café fechou ao público em março de 2017 e tornou-se um estabelecimento exclusivo para membros da KFA.[13]
Críticas
editarCao de Benós tem recebido críticas generalizadas da imprensa ocidental por, entre outras coisas, tentar restringir a liberdade de expressão de jornalistas de países estrangeiros. Ele expulsou membros da Associação de Amizade com a Coreia por "desrespeito".[14] Ele também foi acusado de ameaçar e intimidar jornalistas críticos à Coreia do Norte. Quando Andrew Morse, da ABC News, visitou o país em 2004, a convite da Associação, ele foi acusado de usar linguagem sensacionalista para descrever as cooperativas agrícolas Kochang.[15] Uma vez em Pyongyang, Cao de Benós invadiu e revistou o quarto de hotel de Morse, confiscou suas fitas, danificou seu laptop e forçou-o a assinar uma carta de desculpas para deixar o país.[14]
Ainda que esteja autorizado a "promover e desenvolver relações culturais", Cao de Benós tem sido criticado por se apresentar como um funcionário do governo norte-coreano e a KFA como uma entidade oficial da Coreia do Norte, embora nenhuma das duas afirmações sejam verdadeiras.[3][16]
Cao de Benós foi criticado por cobrar duas vezes mais do que os organizadores de viagem similares para trazer cineastas, artistas e turistas para o país.[3][16] Em troca dos preços mais altos, ele promete acesso exclusivo a determinados locais, embora as atrações em seu itinerário sejam comparáveis às de qualquer outro passeio. Além disso, Cao de Benós, historicamente, não conseguiu obter autorizações e permissões para atrações comuns, relativamente acessíveis.[3][16]
Em 14 de junho de 2016, foi preso pela Guardia Civil espanhola em Tarragona por tráfico de armas.[6][7]
Ver também
editarReferências
- ↑ https://www.infobae.com/america/mundo/2017/04/20/el-espanol-que-se-convirtio-en-vocero-de-kim-jong-un-corea-del-norte-tenemos-la-bomba-termonuclear-con-tres-de-ellas-se-acaba-el-mundo/
- ↑ «'Useful Idiots'? The curious case of Britain's pro-North Korean Community». NK News
- ↑ a b c d e f g h «Capitalist credentials: N. Korea sympathizer group's huge profit on access to country». NK News
- ↑ «WHOIS query results for korea-dpr.com»
- ↑ a b «His dear leader: Meet North Korea's secret weapon - an IT consultant from Spain». The Independent
- ↑ a b «Cao de Benós, voz en España de Corea del Norte, implicado en tráfico de armas». El Confidencial (em castelhano)
- ↑ a b «Spaniard working for North Korea held for arms trafficking». The Local (es)
- ↑ «Mais duas pessoas são acusadas de ensinar norte-coreanos a evitar sanções dos EUA com criptomoedas». Cointelegraph. 27 de abril de 2022. Consultado em 3 de maio de 2022
- ↑ «Un aristócrata español en la corte de Kim Jong Il»
- ↑ The Official Webpage of The Democratic People's Republic of Korea (DPRK) Arquivado em 2009-10-16 no Wayback Machine
- ↑ «A taktikus herceg építheti tovább Kim művét»
- ↑ «Pyongyang Cafe, a Kim Jong-Un ally on the Spanish coast»
- ↑ «Only place in the West dedicated to North Korea closes in Tarragona (in Spanish)»
- ↑ a b This incident and Alejandro's acknowledgement of responsibility can be seen in the "Friends of Kim" Arquivado em 2013-09-04 no Wayback Machine documentary
- ↑ Korea Joongang Daily (ed.). «For love of Dear Leader: Spaniard's mission is to show North to world». Consultado em 5 de maio de 2019. Arquivado do original em 11 de julho de 2012
- ↑ a b c «prominent-pro-north-korea-figure-denounces-kfa-president-alejandro-cao-de-benos»
Leitura adicional
editar- Cao de Benós, Alejandro. Korea — The Songun Citadel (PDF). [S.l.: s.n.]
Notas
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