Almançor ibne Lulu
Almançor ibne Lulu (em árabe: منصور بن لؤلؤ, Manṣūr ibn Luʾluʾ), conhecido por seu lacabe (epíteto honorífico) de Murtada Adaulá (Murtaḍā al-Daula, "Aprovado pela Dinastia"), foi o governante do Emirado de Alepo entre 1008 e 1016. Sucedeu seu pai Lulu, o Velho, com quem dividiu o poder. Diferente de Lulu, o governo de Almançor foi questionado pelos notáveis de Alepo, que questionavam sua opressão e monopolização do poder. Tanto Almançor como seu pai molestaram os membros remanescentes da dinastia hamadânida, em cujo nome ostensivamente governaram. No campo diplomático, Almançor balançou laços tanto com o Império Bizantino e o Califado Fatímida, e manteve a orientação xiita do emirado.
Almançor ibne Lulu | |
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Lulu, o Velho | |
Reinado | 1008-janeiro de 1016 |
Antecessor(a) | Saíde Adaulá |
Sucessor(a) | Fate Alcali |
Morte | Depois de 1030 |
Pai | Lulu, o Velho |
Almançor combateu duas tentativas de reinstalar o governo hamadânida na cidade, criticamente auxiliado pela poderosa tribo dos quilabitas. Em troca, Almançor prometeu aos quilabitas metade das receitas do emirado, mas faltou à palavra. Para livrar-se deles, montou uma armadilha ao convidar centenas dos membros da tribo para uma festa quando foram emboscados. Eles foram mortos e/ou aprisionados na Cidadela de Alepo entre 1012 e 1014. No último ano, um dos chefes quilabitas, Sale ibne Mirdas, escapou e guerreou com Almançor, que foi capturado. Para ganhar sua liberdade, concordou em libertar dos os prisioneiros quilabitas e concordou em entregar metade das receitas do emirado para Sale. Ele renunciou à última estipulação, incitando o recomeço das hostilidades, e os quilabitas sitiaram Alepo. Em 1016, o comandante da cidadela, Fate Alcali, rebelou-se em colaboração com Sale e forçou Almançor a fugir de Alepo. O imperador Basílio II Bulgaróctono (r. 976–1025) deu asilo a Almançor em Antioquia e um apanágio próximo da fronteira bizantino-árabe. Depois, Almançor tornou-se comandante de uma unidade do exército bizantino e estava na comitiva de Romano III durante a Batalha de Azaz contra o filho e sucessor e Sale, Xible Adaulá Nácer, em 1030.
Vida
editarPrimeiros anos e carreira
editarAlmançor foi o filho de Lulu, o Velho, um antigo gulam (soldado escravo) dos emires hamadânidas de Alepo que tornou-se hájibe (camareiro) sob Sade Adaulá (r. 967–991). Quando Saíde Adaulá morreu em janeiro de 1002, Lulu governou Alepo em nome dos filhos de Saíde, Alboácem Ali e Abu Almali Xarife, até exilá-los pouco depois e declarar-se governante em seu nome.[1] Almançor governou como representante e parceiro de seu pai.[2] Tanto Almançor como Lulu molestaram os últimos membros da dinastia hamadânida em Alepo, obrigando um deles, Abu Alhaija, a fugir da cidade para território bizantino onde recebeu proteção oficial.[3] Em certo ponto, Almançor fi feito governador de Raca, que foi tomada dele pelo emir numaírida Uatabe ibne Sabique em 1007.[4]
Emir de Alepo
editarConflito com os hamadânidas
editarLulu morreu em 1008 e foi sucedido por Almançor.[3] Almançor tentou centrar mais o poder em suas mãos às custas da elite alepina (aiam), embora formalmente continuou as políticas de seu predecessor de separar a administração civil do emirado de seu comando militar. No campo diplomático, manteve o protetorado virtual dos bizantinos sobre Alepo, embora também desenvolveu contatos com o Califado Fatímida centrado no Cairo.[5] Baseando sua informação nas crônicas dos historiadores alepinos medievais, Suhayl Zakkar escreve,
“ | Diferente de seu pai, Almançor era super confiante, míope, um bêbado, '[um] opressor e injusto'. Devido a isso os alepinos odiaram-o e vários de seus poetas amaldiçoaram-o em seus poemas. [...] A população de Alepo [...] começou a procurar por um jeito de livrar-se dele. Com o passar do tempo ele estava incontestável e arrogantemente aumentou sua opressão [...] os alepinos notaram que a restauração da dinastia hamadânida seria a solução. Eles lembraram e enfatizaram o fato de que Almançor era filho de um escravo dos hamadânidas que havia traído seus mestres e que tinha usurpado seus direitos.[6] | ” |
Com o governo de Almançor carecendo de qualquer base forte, seus oponentes, fossem eles particulares ou facções alepinas, não nomeados nas fontes, resolveram mover-se contra ele e instalar Abu Alhaija como emir.[6] Eles ganharam o apoio da tribo dos quilabitas, um dos elementos mais poderosos do Estado, e então apelaram por assistência do governante maruanida de Diar Baquir, Mumaíde Adaulá; o último era sogro de Abu Alhaija.[7] Mumaíde Adaulá assegurou a permissão do imperador Basílio II (r. 976–1025) para Abu Alhaija deixar o território bizantino e depor Almançor, desde que Mumaíde suportasse a despesa financeira de tal empreendimento. De fato, Mumaíde forneceu dinheiro e 200 cavaleiros a Abu Alhaija, e o hamadânida recebeu promessas de apoio dos chefes quilabitas, com quem encontrou-se em seu caminho para Alepo. Contudo, uma vez que Almançor soube do plano dos quilabitas, escreveu para os chefes tribais e prometeu-lhes dividir as receitas do Emirado de Alepo e o controle de suas áreas rurais em troca de deixarem de apoiar o hamadânida. Além disso, Almançor apelou para o apoio militar do califa Aláqueme (r. 996–1021); Almançor prometeu permitir que um governador nomeado pelos fatímidas controlasse a Cidadela de Alepo em troca de tal ajuda, o que chegou na forma de tropas fatímidas oriundas de trípoli.[8]
Pelo tempo da chegada dos reforços fatímidas em Alepo, Abu Alhaija e os quilabitas alcançaram os arredores da cidade. As tropas fatímidas marcharam em direção do campo de Abu Alhaija, depois do que os quilabitas, tendo secretamente concordado com a oferta de Almançor, abandonaram Abu Alhaija. O último então fugiu de volta ao território bizantino. Basílio de início se recusou a novamente conferir asilo ao hamadânida, mas Almançor persuadiu-o a mantê-lo sob virtual prisão domiciliar na capital imperial de Constantinopla.[9] No meio tempo, Almançor não cumpriu sua promessa a Aláqueme, incitando-o a enviar um exército do Cairo com a missão de substituir Almançor com o emir hamadânida Abu Almali Xarife. O exército dirigiu-se para Maarate Anumane, na zona rural e Alepo, em 1011, mas retirou-se após encontrar resistência dos quilabitas, que tentaram sequestrar Abu Almali Xarife e vendê-lo a Almançor.[10]
Subjugação dos quilabitas
editarAlmançor evitou conceder as receitas prometidas aos quilabitas, e quando os chefes quilabitas exigiram que Almançor respeitasse seu acordo secreto, Almançor procrastinou ou usou meios diplomáticos para repeli-los. Segundo Zakkar, os quilabitas "nem entendiam nem confiaram na diplomacia. Quando Almançor pagou-lhes nada eles começaram a pegar." Adequadamente, estabeleceram seus campos imediatamente fora de Alepo e colocaram pressão sobre Almançor ao pastorear seus rebanhos nos jardins, pomares e campos de grãos da cidade, bem como cortaram as oliveiras locais e paralisaram a vida na cidade. Não tendo forças para reprimi-los,[11] Almançor arquitetou uma conspiração para livrar-se deles.[12] Fingiu aceitar as exigências dos quilabitas e entrar num acordo permanente com a tribo. Para fingir boa fé, organizou uma festa em seu palácio em Alepo em 27 de maio de 1012, hospedando entre 700 e 1 000 quilabitas, incluindo muitos chefes proeminentes.[11] O convite foi um ardil, e após sua chegada no palácio, foram cercados e emboscados por Almançor e seus gulans.[13]
Aqueles quilabitas que não foram massacrados foram trancafiados nas masmorras da cidadela.[12] Para ganhar sua liberdade, Mucalide ibne Zaida, um chefe quilabita que não participou do banquete, reuniu suas forças e colocou pressão em Almançor ao sitiar Cafartabe, ao sul de Alepo.[11] Almançor subsequentemente decidiu mostrar boa fé ao mover os quilabitas para instalações melhores e dar tratamento particularmente favorável aos irmãos de Mucalide, Jami e Amide.[14] Contudo, Almançor, logo depois rescindiu dessas medidas e boa fé com a morte de Mucalide em Cafartabe e a dispersão de seus homens. Almançor executou vários chefes quilabitas em cativeiro, e torturou outros, enquanto muitos morreram das más condições as quais foram submetidos.[13] O historiador alepino contemporâneo, Iáia de Antioquia, escreveu que Almançor conseguiu induzir alguns chefes quilabitas a aceitar seus termos, e libertou alguns grupos deles em 1013.[15]
Relações com os fatímidas
editarDurante a vida de seu pai, Almançor desenvolveu boas relações com o califa Aláqueme. Tão cedo quanto 1007, enviou seus dois filhos ao Cairo, onde Aláqueme deu-lhes grande soma em dinheiro e sete vilas na Palestina. Além disso, Aláqueme conferiu a Almançor o título de Murtada Adaulá ("aprovado da dinastia" ou "satisfação do Estado").[16][17] Embora as relações deterioraram em 1011, por volta de 1014 Almançor restabeleceu laços amigáveis com Aláqueme. Em março de 1014, Aláqueme enviou a Almançor um diploma reconhecendo a autoridade de Almançor em Alepo. Almançor foi o primeiro emir de Alepo a aceitar a suserania, mesmo que nominal, do Califado Fatímida, em oposição aos seus predecessores, que nominalmente reconheceram a supremacia do Califado Abássida. Não se sabe quando exatamente ele prestou fidelidade formal aos fatímidas.[11] Almançor manteve a orientação xiita de Alepo, em linha com os fatímidas, e teve a cutba (sermão da sexta-feira) feito em nome de Aláqueme.[18]
Luta com Sale ibne Mirdas
editarEntre os prisioneiros quilabitas de Almançor estava Sale ibne Mirdas, o emir de Arraba. Almançor torturou e humilhou Sale no cativeiro e forçou-o a divorciar-se de sua esposa Tarude de modo que Almançor poderia casar-se com ela; Tarude era muito conhecida por sua beleza, e segundo o historiador Thierry Bianquis, foi "a mais bela mulher da era".[12] Segundo Zakkar, não está claro se Almançor fez isso unicamente para humilhar Sale e usufruir de sua esposa, ou se para formar um vínculo matrimonial com parte dos quilabitas.[15] Em 3 de julho de 1014, Sale conseguiu escapar da cidadela e reunir-se com seus homens em Marje Dabique, ao norte e Alepo.[19] Enquanto os cronistas alepinos contemporâneos afirmam que Sale escapou por meios acrobáticos,[12] Almançor mais tarde acusou o governador da cidadela, Fate Alcali, de aliar-se a Sale.[19]
Sale rapidamente ganhou a aliança de todos os quilabitas, que estavam maravilhados com sua fuga, e moveram-se contra Alepo.[19] Os gulans de Almançor expulsaram as forças de Sale nos arredores de Alepo, encorajando Almançor a reunir um grande exército composto de seus gulans, artesãos do soco e homens dos bairros alepinos humildes, incluindo muitos cristãos e judeus.[20][21] Em 13 de agosto, Sale repeliu a força alepina, matando aproximados 2 000 dos soldados de Almançor, e capturando Almançor e seus comandantes seniores.[22]
Dois dos irmãos de Almançor escaparam da investida quilabita e retornaram para Alepo, onde mantiveram a ordem na cidade com auxílio de sua mãe. Sale tentou e falhou em capturar a cidade, e negociações à libertação de Almançor foram iniciadas entre Sale e os representantes de Almançor, mediadas pelos dignitários alepinos. Um acordo foi logo alcançado no qual Almançor foi libertado em troca de várias ofertas para Sale e os quilabitas; entre as ofertas estava o retorno de Tarude, a entrega de uma filha de Almançor para Sale se casar, a libertação de todos os prisioneiros quilabitas, um resgate de 50 000 dinares de ouro, o reconhecimento da autoridade de Sale sobre os quilabitas, e a remissão de metade das receitas do Emirado de Alepo para Sale.[22] Enquanto Almançor cumpriu parte do acordo, recusou-se a entrar sua filha e a prometida parcela das receitas.[23]
Em retaliação contra o descumprimento do acordo, Sale atacou Alepo e impediu que houvesse movimentos para dentro e fora da cidade.[24] Isso causou dificuldades severas para os habitantes e Almançor era incapaz de enfrentar os quilabitas sozinho. Ele assim apelou pelo apoio de Basílio II, advertindo-o de que o levante beduíno deveria prejudicar o Império Bizantino. Basílio concordou e enviou 1 000 soldados armênios para assisti-lo, mas logo retrocederam quando Sale convenceu Basílio da traição de Almançor e e prometeu ao imperador sua boa vontade em direção a ele. Basílio pode, na verdade, ter retirado seus homens para evitar confrontar os quilabitas ou, mais importantemente, os numaíridas que eram parentes e aliados dos quilabitas, pois eram uma ameaça mais imediata ao território bizantino. Em todo caso, a posição de Almançor foi ainda mais enfraquecida como consequência.[25]
Expulsão
editarZakkar afirma que o conflito de Almançor com os quilabitas levou a seu colapso,[10] mas o "golpe fatal ao governo de Almançor veio quando disputou com seu gulam Fate Alcali, o governador da cidadela de Alepo".[26] Almançor jogou a culpa de seus problemas com os quilabitas em Fate, a quem acusou de conluio com Sale. Almançor não teve o poder para remover Fate; em vez disso, tentou armar uma armadilha contra ele, convidando-o para encontrar-se com ele fora da cidadela. Fate percebeu as intenções dele, trancou os portões da cidadela e iniciou uma rebelião contra Almançor. Em 7 de janeiro de 1016, Fate reconheceu o governo de Sale, um ato que causou surpresa em Almançor. Tendo falsamento acreditado que Fate entregou a cidadela a Sale, Almançor fugiu de Alepo à noite com seus filhos, irmãos e alguns de seus gulans.[27]
A desordem espalhou-se por toda Alepo na manhã seguinte à fuga de Almançor. Os alepinos saquearam o palácio de Almançor, tomando um valor aproximado de 80 000 dinares de ouro. O cronista alepino medieval ibne Aladim afirmou que 28 000 volumes de manuscritos abrigados na biblioteca do palácio foram perdidos. Algumas residências cristãs e judias também foram saqueadas. Embora os membros da dinastia hamadânida perderam seu poder em 1002, muitos cronistas árabes contemporâneos consideram a expulsão de Almançor como a representação do fim formal do Emirado hamadânida.[27]
Serviço com os bizantinos
editarAlmançor chegou na Antioquia controlada pelos bizantinos dois dias após sua fuga,[27] e Basílio ordenou que o catapano daquela cidade desse-lhe recepção honorável;[28] fornecer refúgio a antigos governantes de Alepo era uma prática comum bizantina pois tais ex-governantes podiam ser usados para pressionar ou ameaçar seus sucessores.[26] Em sua pressa para escapar de Alepo, Almançor deixou para trás sua mãe, esposas e filhas, que foram detidas por Fate, e então transferidas para a custódia de Sale. Sale então enviou em segurança as mulheres de Almançor em Antioquia, com a exceção de uma de suas filhas, a quem Sale casou com base no acordo firmado entre eles.[12][29]
Basílio deu a Almançor o apanágio de Xi Alailum (Lulo) próximo da fronteira bizantino-árabe.[17] Segundo o historiador Jean-Claude Cheynet, esse apanágio não poderia ser a fortaleza fronteiriça de Lulo, mas sim um grupo de vilas das quais Almançor recebeu sua receita durante seu asilo em Antioquia.[30] Almançor mais tarde construiu uma fortaleza em seu feudo.[12] Basílio também conferiu a Almançor um edifício em Antioquia.[31] Almançor recebeu um salário e ele e seus homens serviram no exército bizantino de Antioquia, onde comandou um tagma (regimento profissional) de 700 homens.[28] Ele estava na comitiva do imperador Romano III Argiro (r. 1028–1034) na Batalha de Azaz em 1030, que foi travada contra o filho e sucessor de Sale, Xible Adaulá Nácer.[32] A presença de Almançor provavelmente indica a intenção de Romano em restaurar Almançor em Alepo, segundo Zakkar, embora a tentativa terminou numa derrota bizantina decisiva.[33]
Referências
- ↑ Zakkar 1971, p. 43.
- ↑ Zakkar 1971, p. 43–44.
- ↑ a b Zakkar 1971, p. 44.
- ↑ Rice 1952, p. 75.
- ↑ Amabe 2016, p. 59.
- ↑ a b Zakkar 1971, p. 44–45.
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- ↑ Zakkar 1971, p. 47.
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- ↑ a b c d e f Bianquis 1993, p. 116.
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- ↑ Zakkar 1971, p. 49–50.
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- ↑ Zakkar 1971, p. 45.
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- ↑ a b c Zakkar 1971, p. 52.
- ↑ Zakkar 1971, p. 52–53.
- ↑ Amabe 2016, p. 60.
- ↑ a b Zakkar 1971, p. 53.
- ↑ Zakkar 1971, p. 54.
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- ↑ a b Cheynet 2003, p. 87.
- ↑ Zakkar 1971, p. 57.
- ↑ Cheynet 2006, p. 6, n. 20.
- ↑ Cheynet 2003, p. 81.
- ↑ Canard 1986, p. 130–131.
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Bibliografia
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- Rice, D. S. (1952). «Medieval Ḥarrān: Studies on Its Topography and Monuments, I». Instituto Britânico de Arqueologia em Ancara. Anatolian Studies. 2: 36–84
- Zakkar, Suhayl (1971). The Emirate of Aleppo: 1004–1094. Alepo: Dar al-Amanah