Ambaçá ibne Suaime Alcalbi
Ambaçá ibne Suaime Alcalbi (em árabe: عنبسة بن سحيم الكلبي; romaniz.: Anbasa ibn Suḥaym al-Kalbi) foi uale do Alandalus de 720/1 a 725/6.[1]
Ambaçá ibne Suaime Alcalbi | |
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Ocupação | Governador do Alandalus |
Religião | Islamismo |
Vida
editarAmbaçá assumiu o posto de uale pouco depois da derrota de Açame ibne Maleque Alcaulani na Batalha de Tolosa de 720/1. Imediatamente após sua nomeação, dobrou os impostos sobre os cristãos,[2] no entanto, acredita-se que esse aumento não afetou a maioria das propriedades e cidades recentemente conquistadas, subjugadas por tratado em condições muito específicas (impostos, propriedade de terras, etc.), mas terras sob domínio árabe direto e novas cidades conquistadas na Septimânia.[3] Coincidentemente, uma luta dinástica surgiu entre os muçulmanos no Oriente Médio desencadeada pela morte do califa Iázide II (r. 720–724) e a sucessão de seu irmão Hixame (r. 724–743) em 724. Por conta disso, Ambaçá tentou agradar às demandas impostas pelo califa para aumentar a cobrança de impostos sobre os não muçulmanos, com tentativas de aplicá-la também aos muçulmanos não árabes.[4]
Essas ações causaram desagrado, atos dispersos de desobediência, bem como algumas revoltas abertas. Durante seu mandato, Pelágio das Astúrias desafiou a tentativa dos omíadas de arrecadar impostos nas montanhas das Astúrias, onde reuniu um bando de seguidores rebeldes. Uma patrulha omíada foi enviada para procurar Pelágio e seus homens, e foi emboscada na Batalha de Covadonga às custas de muitas vidas segundo fontes cristãs fortemente míticas, uma escaramuça de acordo com cronistas muçulmanos posteriores, que mostraram pouca preocupação com o episódio.[5] Ambaçá também despachou várias expedições militares à Septimânia, onde capturou Carcassona em 724 (ou 725), bem como Nîmes, esta última sem resistência.[6] Dali, liderou uma expedição ao Reino da Borgonha, no extremo norte de Autun, mas morreu de causas naturais durante a campanha. Foi então brevemente sucedido por Udra ibne Abedalá Alfiri.[7]
Ver também
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Precedido por Açame ibne Maleque Alcaulani |
Uale do Alandalus 720/1 — 725/6 |
Sucedido por Udra ibne Abedalá Alfiri |
Referências
- ↑ Herbers 2006, p. 351.
- ↑ Blankinship 1994, p. 89.
- ↑ Collins 1989, p. 81.
- ↑ Collins 1989, p. 82.
- ↑ Collins 1983, p. 184.
- ↑ Collins 1989, p. 87.
- ↑ Collins 1989, p. 83.
Bibliografia
editar- Blankinship, Khalid Yahya (1994). The end of the jihâd state: the reign of Hisham ibn ‘Abd al-Malik and the collapse of the Umayyads (em inglês). Albany, Nova Iorque: State University of New York Press. ISBN 0-7914-1827-8
- Collins, Roger (1983). Early Medieval Spain. Nova Iorque: Imprensa St. Martin. ISBN 0-312-22464-8
- Collins, Roger (1989). The Arab Conquest of Spain 710-797. Oxônia: Imprensa da Universidade de Oxônia. ISBN 0-631-19405-3
- Herbers, Klaus (2006). Geschichte Spaniens im Mittelalter: vom Westgotenreich bis zum Ende des 15. Jahrhunderts. Estugarda: W. Kohlhammer