Ambiente obesogênico

Um ambiente obesogênico (português brasileiro) ou ambiente obesogénico (português europeu) é aquele ambiente que favorece o ganho de peso e a obesidade entre a população.[1] Este ambiente envolve uma combinação de fatores que promovem e incentivam o consumo de alimentos pouco saudáveis e um estilo de vida sedentário. Os ambientes obesogênicos facilitam o ganho de peso e a obesidade, aumentando o risco de doenças crônicas como diabetes tipo 2, doenças cardiovasculares e alguns tipos de câncer.[2][3][4]

A facilidade de aquisição de alimentos pouco saudáveis e um urbanismo que desencoraja caminhar e o uso da bicicleta são os principais responsáveis por gerar ambientes obesogênicos.

Ambientes obesogênicos

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Nos ambientes obesogênicos encontramos:

  • Disponibilidade de alimentos pouco saudáveis. Muito presentes em supermercados e estabelecimentos de fast food, ultraprocessados e ricos em calorias, gorduras e açúcares, geralmente mais baratos que os alimentos saudáveis.[5]
  • Publicidade de alimentos não saudáveis, com uma promoção intensa de produtos pouco nutritivos, especialmente voltada para crianças e adolescentes.[6]
  • Um ambiente físico com pouca infraestrutura para a atividade física, com ruas pouco adequadas para caminhar e andar de bicicleta, desenhadas para facilitar a circulação de carros. Com poucos parques, academias ou áreas de recreação próximas às áreas residenciais.[5]
  • Um estilo de vida sedentário, com lazer baseado no uso da tecnologia, uso de transporte motorizado e sem promoção da atividade física.[6][5]
  • Fatores socioeconômicos que se correlacionam com a obesidade, com uma relação direta entre um nível de renda mais baixo e maior consumo de alimentos pouco saudáveis e menores taxas de atividade física.[7][8]
  • Fatores culturais e relacionais que influenciam o estilo de vida dos indivíduos. Assim, se as normas sociais e culturais favorecem o consumo de grandes porções de comida e a inatividade física ou o sobrepeso são bem vistos socialmente, é mais provável que os indivíduos desenvolvam obesidade.[8]

Ver também

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Referências

  1. «What is Obesogenic Environment?». University of Nevada, Reno (em inglês) 
  2. Pillon, Nicolas J.; Loos, Ruth J.F.; Marshall, Sally M.; Zierath, Juleen R. (18 de março de 2021). «Metabolic consequences of obesity and type 2 diabetes: Balancing genes and environment for personalized care». Cell. 184 (6): 1530–1544. ISSN 0092-8674. PMC 9191863 . PMID 33675692. doi:10.1016/j.cell.2021.02.012 
  3. Guo, Fangqi; Bostean, Georgiana; Berardi, Vincent; Velasquez, Alfredo J.; Robinette, Jennifer W. (10 de abril de 2022). «Obesogenic environments and cardiovascular disease: a path analysis using US nationally representative data». BMC Public Health. 22. 703 páginas. ISSN 1471-2458. PMC 8994874 . PMID 35399056. doi:10.1186/s12889-022-13100-4 
  4. Conroy, Shannon M.; Shariff-Marco, Salma; Yang, Juan; Hertz, Andrew; Cockburn, Myles; Shvetsov, Yurii B.; Clarke, Christina A.; Abright, Cheryl L.; Haiman, Christopher A. (janeiro de 2018). «Characterizing the Neighborhood Obesogenic Environment in the Multiethnic Cohort: a Multi-level Infrastructure for Cancer Health Disparities Research». Cancer causes & control : CCC (em inglês). 29 (1). 167 páginas. PMID 29222610. doi:10.1007/s10552-017-0980-1 
  5. a b c «El ambiente obesogénico y la publicidad». Fundación Caja Rural (em espanhol). 1 de julho de 2024 
  6. a b Martínez Espinosa, Alejandro (dezembro de 2017). «La consolidación del ambiente obesogénico en México». Estudios sociales (Hermosillo, Son.) (em espanhol). 27 (50). ISSN 0188-4557. doi:10.24836/es.v27i50.454 
  7. Martínez García, Alba (2020). «Ambiente obesogénico: barreras para mantener un peso saludable». Universitat d'Alacant / Universidad de Alicante (em espanhol) 
  8. a b Robles, Beatriz (28 de novembro de 2021). «Quien quiere, no puede: por qué la obesidad se ceba en los más pobres». El País (em espanhol). ISSN 1134-6582