Ameerega flavopicta
Ameerega flavopicta[2] é uma espécie de anfíbio da família Dendrobatidae. Tem hábitos diurnos e se abriga em frestas de rochas próximas a pequenos cursos d'água.[3] Endêmica da América do Sul, a espécie é amplamente distribuída pelas áreas de cerrado do Brasil, podendo ser encontrada nas regiões Norte (Pará e Tocantins), Nordeste (Maranhão), Centro Oeste (Distrito Federal e Goiás) e Sudeste (Minas Gerais e São Paulo)[4] e também já foi registrado na Bolívia.[5]
Ameerega flavopicta | |
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Classificação científica | |
Domínio: | Eukaryota |
Reino: | Animalia |
Filo: | Chordata |
Classe: | Amphibia |
Ordem: | Anura |
Família: | Dendrobatidae |
Gênero: | Ameerega |
Espécies: | A. flavopicta
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Nome binomial | |
Ameerega flavopicta (A. Lutz, 1925)
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Sinónimos | |
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Nome e Taxonomia
editarAmeerega flavopicta, também conhecido como sapo-de-estrada, em algumas regiões de Goiás. Nos países falantes da língua inglesa o nome comum é Lutz's Poison Frog, em homenagem ao médico e sanitarista Adolfo Lutz.
Distribuição
editarÉ uma espécie encontrada em regiões tropicais,[6] com ampla distribuição no pelo bioma Cerrado, sendo considerada uma espécie endêmica e bastante encontrada na região da Chapada dos Veadeiros e em Minas Gerais. Contudo, uma população vicariante é encontrada na Serra dos Carajás no estado do Pará, com influência amazônica. Pode também ocorrer em diversos estados onde se observa remanescentes do Cerrado e alguns lugares na Bolívia.[7]
Habitat
editarÉ uma espécie de área aberta, possui hábitos diurnos e se abriga em frestas de rochas em vegetações ripárias, próximas a pequenos cursos d'água, onde vocalizam e se reproduzem. Suas presas costumam ser de pequeno porte, como aracnídeos e nematóides; mas sua alimentação é majoritariamente composta por insetos, sendo formigas e cupins os principais. A desova ocorre em terra e há cuidado parental, os machos adultos carregam os carregam os girinos nas costas para se desenvolverem nos riachos.[7]
Descrição da espécie
editarÉ um animal aposemático caracterizado por suas cores chamativas, predominantemente preto, com manchas brancas espalhadas ao longo do torso e duas listas amareladas. Também possui uma mancha vermelha no interior da virilha.[6]
Possui um corpo pequeno, mas se comparado com os demais de seu grupo picta, possui tamanho médio.
Ecologia (dieta, reprodução e ameaças)
editarPossuem hábitos diurnos, vocalizando geralmente próximos a corpos d'água. A desova é terrestre e os machos adultos, que possuem cuidado parental, carregam os girinos nas costas para se desenvolverem nos riachos. São animais bastante sensíveis a mudanças ambientais, sendo ótimos indicadores de qualidade ambiental.[7]
Dieta
editarEstudos relacionados a preferência alimentar mostraram que, apesar das formigas serem um componente importante na dieta, a presença de besouros é superior.[8]
Reprodução
editarSua reprodução é restrita à época chuvosa. Os machos apresentam cuidado parental, carregando no dorso grupos de ovos e girinos do abrigo até poças d'água.[9]
Principais ameaças
editarAs principais ameaças a Ameerega flavopicta atualmente, são a remoção de seu habitat por meio do desmatamento[7] (problema recorrente das regiões aonde se encontram áreas de Cerrado).[10]
Comportamento
editarÉ uma das poucas espécies de anfíbios brasileiros que têm hábitos diurnos, possuem especificidade de habitat e, por isso, podem ser consideradas dependentes de seus habitats.[11] Os machos costumam vocalizar ao longo da estação chuvosa e em locais bem iluminados, como ambientes rupestres e borda de matas ribeirinhas. Durante o dia a espécie costuma fazer atividades de canto de anúncio, que é composto por uma única nota com 7-8 pulsos, com freqüência ascendente de 3,20 a 4,05 kHz. O canto de corte é iniciado quando o macho visualiza a fêmea e, enquanto isso, a fêmea se aproxima do macho e o toca na lateral do corpo com o focinho. Então, o macho se move para a frente e levanta o seu traseiro esticando suas pernas; após isso, é direcionado pela fêmea ao local de acasalamento.[12]
Conservação
editarDe acordo com a IUCN, o estado de conservação da espécie é Pouco preocupante (Estável).[13]
Referências
- ↑ Claudia Azevedo-Ramos, Rogério Bastos, Paula Cabral Eterovick, Débora Silvano (2004). «Ameerega flavopicta». Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas. 2004: e.T55222A11273258. doi:10.2305/IUCN.UK.2004.RLTS.T55222A11273258.en . Consultado em 15 de novembro de 2021
- ↑ Frost, D.R. (2014). «Ameerega flavopicta». Amphibian Species of the World: an Online Reference. Version 6.0. American Museum of Natural History, New York, USA. Consultado em 4 de novembro de 2014
- ↑ Predefinição:Citar herpeto.org
- ↑ Azevedo-Ramos, C.; Bastos, R.; Eterovick, P.C.; Silvano, D. (2010). Ameerega flavopicta (em inglês). IUCN 2014. Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas da IUCN. 2014. Página visitada em 4 de novembro de 2014..
- ↑ Predefinição:Citar RedList
- ↑ a b Costa, Ronan Caldeira; Facure, Kátia Gomes; Giaretta, Ariovaldo Antonio (2006). «Courtship, vocalization, and tadpole description of Epipedobates flavopictus (Anura: Dendrobatidae) in southern Goiás, Brazil». Biota Neotropica. 6 (1). ISSN 1676-0603. doi:10.1590/s1676-06032006000100006
- ↑ a b c d «lafuc | Ameerega flavopicta». lafuc. Consultado em 5 de julho de 2018
- ↑ Biavati, Graziela M.; Wiederhecker, Helga C.; Colli, Guarino R. (dezembro de 2004). «Diet of Epipedobates flavopictus (Anura: Dendrobatidae) in a Neotropical Savanna». Journal of Herpetology. 38 (4): 510–518. ISSN 0022-1511. doi:10.1670/30-04a
- ↑ «Ameerega flavopicta». www.animalia.xpg.com.br. Consultado em 5 de julho de 2018
- ↑ «Parte dos anfíbios do cerrado pode ser extinta até 2050, diz pesquisa». Natureza. 23 de setembro de 2011
- ↑ Hiroiuki Oda; Pereira Bastos, Araguaia de Castro Sá Lima, Fabrício; Rogério; Mariana. «Taxocenose de anfíbios anuros no Cerrado do Alto Tocantins, Niquelândia, Estado de Goiás: diversidade, distribuição local e sazonalidade»
- ↑ Costa; Facure & Giaretta, Ronan Caldeira; Kátia Gomes; Ariovaldo Antonio. «Courtship, vocalization, and tadpole description of Epipedobates flavopictus (Anura: Dendrobatidae) in southern Goiás, Brazil» (PDF). Revista do programa Biota/Fapesp line feed character character in
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at position 77 (ajuda) - ↑ «Search Results». www.iucnredlist.org. Consultado em 6 de julho de 2018