Ana, Princesa Real e Princesa de Orange

Ana, Princesa Real e Princesa de Orange (Hanôver, 2 de novembro de 1709Haia, 12 de janeiro de 1759) foi a filha mais velha do rei Jorge II da Grã-Bretanha e da rainha Carolina de Ansbach. Foi a esposa de Guilherme IV, Príncipe de Orange e primeiro estatuder hereditário das Províncias Unidas dos Países Baixos. Ana foi a segunda detentora do título Princesa Real. Também foi regente dos Países Baixos de 1751 até sua morte em nome de seu filho Guilherme V

Ana
Princesa Real
Ana, Princesa Real e Princesa de Orange
Retrato de Johann Valentin Tischbein, 1753
Princesa de Orange e Condessa de Nassau
Reinado 25 de março de 1734
a 22 de outubro de 1751
Predecessora Maria Luísa de Hesse-Cassel
Sucessora Guilhermina da Prússia
 
Nascimento 2 de novembro de 1709
  Castelo de Herrenhausen, Hanôver, Hanôver, Sacro Império Romano-Germânico
Morte 12 de janeiro de 1759 (49 anos)
  Haia, Províncias Unidas dos Países Baixos
Sepultado em Nieuwe Kerk, Delft, Países Baixos
Marido Guilherme IV, Príncipe de Orange
Descendência Carolina de Orange-Nassau
Guilherme V, Príncipe de Orange
Casa Hanôver (por nascimento)
Orange-Nassau (por casamento)
Pai Jorge II da Grã-Bretanha
Mãe Carolina de Ansbach
Brasão

Primeiros anos

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A duquesa Ana de Brunsvique-Luneburgo nasceu no Palácio de Herrenhausen, em Hanôver, cinco anos antes de o seu avô paterno, o príncipe-eleitor Jorge I Luís, ter sucedido ao trono britânico como Jorge I. Foi baptizada pouco depois de nascer no mesmo palácio onde nasceu.[1] Recebeu o nome em homenagem à prima em segundo grau do seu avô, a rainha Ana da Grã-Bretanha.[2]

Ana aprendeu a falar alemão, francês e inglês,[3] e teve lições de música, canto, cravo e composição de Georg Friedrich Händel. Händel não gostava de ensinar, mas disse que faria uma excepção apenas para Ana, flor das princesas.[4] Ana foi uma apoiante do compositor toda a sua vida, estando sempre presente nas suas óperas e informada sobre as suas músicas mais recentes.

 
Ana com as suas irmãs Amélia e Carolina em 1721. Pintura por Martin Maingaud, parte da Royal Collection.

Em 1720, Ana contraiu e conseguiu sobreviver a um ataque de varíola,[5] e, dois anos depois, a sua mãe ajudou a popularizar a prática da variolização (um tipo de vacinação primitivo contra a varíola), que tinha sido testemunhada por Lady Mary Wortley Montagu e Charles Maitland em Constantinopla. Por ordem de Carolina, seis prisioneiros condenados tiveram a oportunidade de escolher testar a variolização e ser executados: todos sobreviveram, assim como seis crianças órfãs que foram submetidas ao mesmo teste. Convencida da sua importância médica, Carolina também ordenou que os seus filhos Amélia, Carolina e Frederico fossem vacinados contra a varíola da mesma forma.[6] O rosto de Amélia ficou marcado pela doença, o que fez com que a princesa não fosse considerada tão bonita como as irmãs.[7]

Princesa real

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A 30 de agosto de 1727, Jorge II concedeu a Ana o título de Princesa Real. O rei Carlos I de Inglaterra tinha criado esse título para sua primogênita Maria (mãe de Guilherme III), em 1642. Entretanto, caiu em desuso até o reinado de Jorge II. A sua tia paterna Sofia Doroteia de Hanôver, que era casada com o rei da Prússia, teria direito a ele, mas jamais o recebeu.

Casamento

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Ana com o marido Guilherme e os seus dois filhos, Carolina e Guilherme

Um possível contrato de casamento entre Ana e o rei Luís XV da França acabou por não acontecer quando os franceses insistiram que Ana se deveria converter ao catolicismo.[3] A 25 de Março de 1734 (no Novo Calendário), Ana casou-se com Guilherme IV, Príncipe de Orange na Capela Real do Palácio de St. James.[8] Guilherme sofria de uma deformidade na coluna, algo que prejudicava o seu aspecto físico, mas Ana disse que se casaria com ele mesmo "se fosse um babuíno".[9] Deixou de usar os seus títulos britânicos em favor do título que obteve com o casamento. A música que foi tocada no seu casamento, "This is the Day" [Chegou o Dia], foi composta por Händel, que se baseou em palavras escolhidas pela própria princesa que se tinha inspirado nos Salmos 45 e 84.[10] Ana e o irmão Frederico acabariam por se zangar por causa da escolha.

Guilherme e Ana viajaram para a Holanda depois de passar a lua-de-mel em Kew. Ana não demorou até sentir saudades de casa e, quando o marido partiu para o campo de batalha em Rhineland, decidiu visitar a Inglaterra, acreditando que estava grávida. Eventualmente, o seu pai e o seu marido obrigaram-na a regressar à Holanda.[11] Em Abril de 1735, tornou-se claro que, afinal, Ana não esperava um filho.[12] Em 1736, conseguiu engravidar, mas a criança, uma menina, nasceu morta.[13]

Regência

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Quando o seu marido morreu aos quarenta anos de idade, Ana foi nomeada regente do seu filho de três anos, o príncipe Guilherme V de Orange. Ana era muito trabalhadora, mas arrogante e imperiosa, o que a tornou muito pouco popular.[14] Esta característica iria ajudar Guilherme mais tarde, na sua dura vida. A década de 1750 foi uma de grande tensão e rivalidade comercial entre a Holanda e a Grã-Bretanha, o que ajudou a dificultar a posição de Ana.[15]

Últimos anos

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Ana continuou a ser regente até morrer devido a um edema, em 1759, na cidade da Haia, nos Países Baixos, altura em que foi substituída pela sua sogra, a condessa Maria Luísa de Hesse-Cassel, e pelo duque Luís Ernesto de Brunsvique-Luneburgo. Quando Maria Luísa morreu, a filha mais velha de Ana, Carolina, foi nomeada regente até 1766, altura em que Guilherme completou dezoito anos de idade.

A cidade Princess Anne, no Marilândia, recebeu o nome em sua honra.

Descendência

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  1. Filha natimorta (19 de dezembro de 1736)
  2. Filha natimorta (22 de dezembro de 1739)
  3. Carolina de Orange-Nassau (28 de fevereiro de 1743 - 6 de maio de 1787), casada cm o duque Carlos Cristiano de Nassau-Weilburg; com descendência.
  4. Ana de Orange-Nassau (15 de novembro de 1746 - 29 de dezembro de 1746), morreu com um mês de idade.
  5. Guilherme V de Orange (8 de março de 1748 - 9 de abril de 1806), casado com a princesa Guilhermina da Prússia; com descendência.

Ancestrais

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Referências

  1. «Yvonne's Royalty Home Page: Royal Christenings». Consultado em 10 de setembro de 2008. Arquivado do original em 27 de agosto de 2011 
  2. Van der Kiste, p. 24
  3. a b Van der Kiste, p. 84
  4. Van der Kiste, p. 85
  5. Van der Kiste, p. 73
  6. Arkell, pp. 133–135; Van der Kiste, p. 83
  7. Van der Kiste, p. 78
  8. Van der Kiste, p. 132
  9. Van der Kiste, p. 131
  10. Van der Kiste, p. 133
  11. Van der Kiste, pp. 135–136
  12. Van der Kiste, p. 136
  13. Van der Kiste, p. 150
  14. Van der Kiste, p. 198
  15. Van der Kiste, p. 209

Bibliografia

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  • Van der Kiste, John (1997) George II and Queen Caroline. Stroud, Gloucestershire: Sutton Publishing. ISBN 0-7509-1321-5
 
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