Ana de Jesus Maria José de Magalhães

Ana de Jesus Maria José de Magalhães (Arrifana, 19 de agosto de 1811 – 25 de março de 1875), também conhecida como a Santinha de Arrifana[1], foi uma reconhecida mística católica portuguesa com fama de santidade.

Ana de Jesus Maria José de Magalhães
Ana de Jesus Maria José de Magalhães
Serva de Deus Ana de Jesus Maria José
Serva de Deus / Virgem
Nascimento 19 de agosto de 1811
Arrifana, Santa Maria da Feira
Morte 25 de março de 1875 (63 anos)
Arrifana, Santa Maria da Feira
Veneração por Igreja Católica
Beatificação (processo em curso)
Principal templo Igreja Matriz de Arrifana
Atribuições Fenómeno de levitação
Padroeira dos devotos da Sagrada Eucaristia
Portal dos Santos

Foi declarada Serva de Deus, título que a Igreja Católica dá a uma pessoa cujo processo de canonização foi oficialmente aberto. Ana de Jesus Maria José ficou conhecida no século XIX pela sua capacidade paranormal de levitar.[2][3]

É referida na literatura por vários autores, nomeadamente Eça de Queiroz que a refere num romance A Capital como a Santa da Arregaça, isto depois de a ter visitado na companhia do conde de Resende e da condessa de Cascais.[4]

Biografia

editar

A Serva de Deus Ana de Jesus Maria José de Magalhães nasceu na freguesia de Arrifana, concelho da Feira, a 19 de agosto de 1811 e quatro dias depois, no dia 23 de agosto, foi baptizada pelo padre Manuel Moutinho Gomes de Resende, coadjutor da paróquia.

Educada num contexto familiar cristão, desde a mais tenra infância, manifesta virtudes e qualidades que fazem entrever nela sinais evidentes de uma vocação para uma vida virtuosa e santa. Muito bem preparada pelo irmão e padrinho, o padre José Dias de Magalhães, fez, com imensa alegria, a sua primeira comunhão, marcando assim o início de uma vida centrada e voltada para a Eucaristia, o alimento que sustentou a sua vida e a unia a Cristo Jesus, na Sua oferta de amor pela humanidade.

Até aos 14 anos, entregou-se principalmente à pastoreação de gado nas propriedades dos seus pais. Aos 16 anos, cai entravada no leito, onde permaneceu até à sua morte a 25 de Março de 1875. Durante estes 48 anos, viveu unida a Cristo Jesus, foi testemunha de uma vida verdadeiramente eucarística, oferecendo a Sua vida a Deus, testemunhando o seu amor pelos irmãos, intercedendo por eles pela oração e pela oferta da sua existência.

A sua intimidade com Deus era alimentada por uma vida de oração intensa, um extraordinário amor e generosidade no modo como acolhia e amava aqueles que dela se aproximavam e se confiavam às suas orações. O seu alimento era um pouco de chá, uma pequena quantidade de leite e uma pequena porção de pão de trigo, tomado apenas aos domingos, terças e quintas-feiras de cada semana.

Confessava-se e comungava com a regularidade permitida no seu tempo, tendo sido concedido por um breve Pontifício, em 1866, a D. João da Natividade, seu confessor e director espiritual, a licença para erigir um altar e celebrar a Eucaristia, na sala contígua em frente ao quarto da Serva de Deus. Vários testemunhos do seu tempo confirmam, que depois de receber a sagrada comunhão, entrava em êxtase, elevando-se da cama, ficando suspensa a uma altura que permitia passar livremente a mão entre a cama e o seu corpo.[5]

A paciência heroica com que suportava os seus prolongados sofrimentos, maravilhava a todos que, de perto ou de longe, a conheciam. Viveu, na verdade, pregada com Cristo na Cruz, tendo como predilecção a meditação da Paixão do Senhor. Em cada ano, em Sexta-feira Santa do meio-dia às três horas da tarde, entrava em êxtase e revivia a paixão do Senhor. Dotada de um amor profundo à Igreja, orava de modo particular e intenso pelos sacerdotes e a sua santificação.

A sua vida de intimidade com Deus, pela ascese, pelo Seu amor à Eucaristia e à oração são as notas mais salientes que testemunham o Seu amor a Deus e ao próximo, numa vida absolutamente centrada em Deus e no Seu amor.

Morreu no dia 25 de março de 1875.

Oração

editar

Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo, que inflamaste a alma da vossa serva, Ana de Jesus Maria José de Magalhães, num grande amor à Sagrada Família e uma constante devoção à Santíssima Eucaristia, concedei-nos, por sua intercessão, a graça que Vos pedimos (…) e a sua beatificação pela Santa Igreja, se à Vossa maior honra e glória assim convém. Ámen. Pai-Nosso, Avé-Maria e Glória ao Pai.

Bibliografia[6]

editar
  • Ana de Jesus Maria José de Magalhães, santinha de Arrifana (Moreira, Porfírio Gomes. 1975)

Referências

  1. «Bispo do Porto reforça empenho nos processos de canonização de seis figuras da diocese». Rádio Renascença. Consultado em 1 de abril de 2017 
  2. «Como Eça conheceu a Santinha de Arrifana». Bom dia. Consultado em 1 de abril de 2017 
  3. «BEATOS: A CAMINHO DO ALTAR». Correio da Manhã. Consultado em 1 de abril de 2017 
  4. 5322840. «29-05-2012». Issuu (em inglês). Consultado em 16 de junho de 2021 
  5. «Processo decorre, mas falta o milagre e as virtudes». Azores Global. Consultado em 1 de abril de 2017 
  6. «Santinha de Arrifana». Biblioteca Municipal de Santa Maria da Feira. Consultado em 1 de abril de 2017 

Ver também

editar