Anne Victorino de Almeida
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Anne (Ana) de Medeiros Harlé Victorino d'Almeida (Poissy, 15 de Dezembro de 1978) é uma violinista e compositora portuguesa.
Anne Victorino de Almeida | |
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Informações gerais | |
Nome completo | Ana de Medeiros Harlé Victorino d'Almeida |
Nascimento | 15 de dezembro de 1978 (46 anos) Poissy, ![]() |
Nacionalidade | Portuguesa |
Género(s) | Música clássica |
Ocupação | Compositora e violinista |
Biografia
editarNascimento e formação
editarAnne Victorino de Almeida nasceu em 15 de Dezembro de 1978, na localidade de Poissy, em França.[1] É a filha mais nova do compositor António Victorino d’Almeida e de Sybil Harlé,[2] e irmã da actriz e política Inês de Medeiros.[3]
Desde muito nova que demonstrou interesse em estudar as artes musicais, tendo aos quatro anos de idade frequentado aulas de piano na cidade de Viena, na Áustria, onde vivia.[2] Em 1983, a família veio para Portugal na sequência da morte da avó, e acabou por permanecer em território nacional.[2] Com sete anos, ingressou na Fundação Musical dos Amigos das Crianças, onde estudou violino com Inês Barata durante cerca de onze anos.[2] Terminou depois o 8.º grau naquele estabelecimento de ensino, sob a orientação da professora Leonor Prado.[2]
Em 1997 integrou-se no Conservatório Regional de Rueil-Malmaison, em França, onde estudou sob o professor Dominique Barbier.[4] Devido a uma gravidez,[2] voltou a Lisboa no ano seguinte,[1] e em 1999 entrou na Academia Nacional Superior de Orquestra,[4] na classe de Agnès Sárosi,[2] tendo em 2003 terminado a sua licenciatura.[4] Em 2001 fez um estágio de orquestra, na posição de concertina, sob o maestro Omri Hadari.[1] Após a licenciatura, também esteve sob a orientação de António Anjos.[1] Em 2004, terminou o primeiro ano de direcção de orquestra, na Academia Nacional.[1]
Continuou depois os seus estudos musicais ao longo da sua carreira, tendo frequentado vários cursos e classes com violinistas e professores de renome, incluindo James Dahlgreen, Gerardo Ribeiro, Galina Turchaninova e Maxim Vengerov.[1]
Carreira
editarAo longo da sua carreira, participou com frequência em várias orquestras, incluindo a Metropolitana de Lisboa, Sinfonietta e Gulbenkian.[1] Foi igualmente uma das responsáveis pela criação do Quarteto do Conservatório Nacional, no qual tem igualmente colaborado em vários concertos.[1] Em 2015, o Ciclo de Música Contemporânea da Guarda incluiu a estreia de várias obras pelo Síntese - Grupo e Música Contemporânea da Guarda, escritas pelos compositores Fernando Lapa, Jaime Reis e Anne Victorino de Almeida.[5] Também colaborou na fundação do Rumus Ensemble e do Quarteto Camões, desde 2015, e do Quarteto Lopes-Graça, entre 2004 e 2014.[6] Participou como compositora residente no Festival Gravíssimo, em 2017.[6]
Em 2019 lançou um disco de música de câmara, A Sombra dos Sentidos.[6] Em Maio de 2019, recebeu o prémio americano Harvey Phillips for Composition Excellence, pela sua obra Contos & Improvisos.[6]
Foi igualmente responsável pela produção de várias bandas sonoras, em colaboração com o encenador Jorge Parente, sido sido honrada com o prémio de melhor proposta musical no âmbito do concurso Teatro na Década 97.[1] Também escreveu a música para várias peças de Florbela Oliveira, e em 2006 compôs a banda sonora para o documentário Cartas a uma Ditadura, de Inês de Medeiros.[1] Produziu a música para diversas peças encenadas no Instituto Português da Juventude e nos Teatros da Comuna e no da Trindade.[6]
Em 2000, iniciou a carreira de professora de violino no Conservatório Metropolitano de Música de Lisboa,[1] posição que ocupou até 2012.[6] Entre 2003 e 2004 ensinou no Conservatório de Alcobaça,[6] e neste último ano integrou-se no corpo docente da Escola de Música do Conservatório Nacional.[1] Entre 2012 e 2013 foi professora na Escola Gil Vicente, em Lisboa, no âmbito de um programa de ensino de música, por parte da instituição SIC Esperança, e entre 2013 e 2015 ensinou no Conservatório de Lisboa, em Carnide.[6] Em 2016, tornou-se professora na Academia Musical dos Amigos das Crianças, e em 2017 começou a ocupar a posição de diretora-adjunta no Conservatório Nacional.[6] Também trabalhou como professora de música no Brasil e em Moçambique.[2]
A Resolução do Conselho de Ministros n.º 108-A/2019, de 4 de Julho, nomeou Anne Victorino de Almeida e Alexandre Miguel Santos para vogais e André Moz Caldas para presidentedo conselho de administração da empresa pública Organismo de Produção Artística (OPART),[6] que era responsável pela gestão do Teatro Nacional de São Carlos (TNSC) e da Companhia Nacional de Bailado.[7] Esta escolha foi comentada por André Albuquerque, do Sindicato dos Trabalhadores de Espetáculos, do Audiovisual e dos Músicos, tendo classificado Anne Victorino de Almeida como «uma pessoa do setor», que tinha uma «noção clara do que é que é o Opart», e que também poderia «ajudar a contribuir para que o problema seja resolvido rapidamente».[7] André Albuquerque referia-se a uma greve dos trabalhadores daquela organização, devido a diferenças na carga de trabalho semanal entre o Teatro Nacional de São Carlos e a Companhia Nacional de Bailado, introduzidas pelo anterior conselho de administração.[7]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k l «Anne Victorino d'Almeida». Meloteca. Consultado em 6 de Novembro de 2020
- ↑ a b c d e f g h «Anne Victorino d'Almeida. A composição, a interpretação e a transmissão do saber…». XMusic. 20 de Julho de 2014. Consultado em 6 de Novembro de 2020
- ↑ BRUNO, Cátia (5 de Outubro de 2017). «Inês de Medeiros. A vida e as polémicas da mulher que tirou Almada ao PCP». Observador. Consultado em 6 de Novembro de 2020
- ↑ a b c «Concerto pelo Quarteto Lopes-Graça». Eborae Mvsica - Associação Musical de Évora. Consultado em 6 de Novembro de 2020
- ↑ «Ciclo de música contemporânea da Guarda inclui estreia de obras». Notícias ao Minuto. 22 de Setembro de 2015. Consultado em 6 de Novembro de 2020
- ↑ a b c d e f g h i j PORTUGAL. Resolução do Conselho de Ministros n.º 108-A/2019, de 4 de Julho. Presidência do Conselho de Ministros. Publicado no Diário da República n.º Diário da República n.º 126/2019, 1.º Suplemento, Série I, de 4 de Julho de 2019
- ↑ a b c «Sindicato está "naturalmente disponível" para trabalhar com nova administração do Opart». Diário de Notícias. 2 de Julho de 2019. Consultado em 6 de Novembro de 2020
Ligações externas
editar- «Página oficial de Anne Victorino de Almeida». Arquivado do original em 6 de Janeiro de 2015
- Entrevista com Antonio e Anne Victorino de Almeida