António Bandeira Cabrita
António Bandeira Cabrita (Vila Real de Santo António, 20 de Junho de 1910 - Talavera de La Reina, 3 de Setembro de 1936) foi um jornalista e sindicalista português. Participou na Revolta de 26 de Agosto de 1931, tendo sido exilado em Timor.[1] Lutou pelo lado republicano durante a Guerra Civil Espanhola, onde morreu a combater.[2]
António Bandeira Cabrita | |
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Nascimento | 20 de junho de 1910 Vila Real de Santo António Portugal |
Morte | 3 de setembro de 1936 (26 anos) Talavera de La Reina (Espanha) |
Ocupação | Jornalista |
Serviço militar | |
País | Espanha |
Serviço | Exército republicano espanhol |
Patente | Tenente |
Biografa
editarNascimento e educação
editarAntónio Bandeira Cabrita nasceu em 20 de Junho de 1910, em Vila Real de Santo António, no Algarve.[1] Frequentou o curso dos liceus em Lisboa.[1]
Carreira profissional e activismo político
editarAinda em Lisboa, participou nas lutas estudantis, e filiou-se no Partido Comunista Português.[2] Aos 18 anos, já exercia como redactor no semanário Pequeno em Tudo de Vila Real de Santo António, onde escreveu principalmente sobre as crianças e o ensino.[1] Começou posteriormente a mostrar simpatia pela causa dos operários, tendo conseguido unificar as várias organizações sindicalistas no Sindicato dos Trabalhadores da Terra e Mar de Vila Real de Santo António, que dirigiu em conjunto com o poeta António Vicente Campinas.[1]
Em 1931, já tinha ascendido à posição de secretário do Comité Central no partido.[2] Foi preso na noite de 25 de Agosto de 1931,[2] no âmbito da revolta falhada de 26 de Agosto de 1931, tendo sido um dos 600 portugueses que foram deportados sem julgamento para a ilha de Timor.[1] Foram embarcados à força no navio Pedro Gomes no Cais de Belém,[1] em 2 de Setembro desse ano.[3] Apesar das péssimas condições que os deportados sofreram na ilha, António Cabrita conseguiu sobreviver, tendo-se integrado na equipa do Laboratório Químico-Biológico do Hospital Dr. Carvalho em Díli, e depois fugiu para a União Soviética, passando por Macau e pelo Japão.[1]
Carreira militar e morte
editarFoi um dos primeiros portugueses que se alistaram nas brigadas populares dos exércitos republicanos, durante a Guerra Civil Espanhola, atingindo a posição de tenente.[1] Morreu em combate durante a Batalha de Talavera de la Reina, perto de Toledo, em 3 de Setembro de 1936, tendo o seu funeral tido honras de estado por parte da República Espanhola.[2]
Homenagens
editarO nome de António Bandeira Cabrita foi colocado numa praceta em Vila Real de Santo António, com uma placa comemorativa colocada em 12 de Junho de 1976 e renovada em 18 de Junho de 2015.[1][4] Esta homenagem foi feita por iniciativa de António Vicente Campinas, que escreveu vários artigos no Jornal do Algarve em memória de António Pereira Cabrita.[1] Em Fevereiro de 2018, a comissão política concelhia do Partido Comunista Português de Vila Real de Santo António organizou uma sessão sobre os 80 anos da Guerra Civil Espanhola, onde se evocou a memória de António Bandeira Cabrita.[5]
Referências
- ↑ a b c d e f g h i j k MARREIROS, 2015:30-33
- ↑ a b c d e VIEGAS, Domingos (22 de Fevereiro de 2018). «O vila-realense que teve funeral com honras de Estado em Madrid». Jornal do Algarve. Consultado em 5 de Novembro de 2018
- ↑ CASANOVA, José. «Comunistas deportados». Avante!. Consultado em 5 de Novembro de 2018
- ↑ «Código Postal - Praceta António Bandeira Cabrita». Código Postal. Consultado em 8 de janeiro de 2022
- ↑ «VRSA: A Guerra Civil de Espanha e António Bandeira Cabrita recordados no Arquivo Histórico». Jornal do Algarve. 7 de Fevereiro de 2018. Consultado em 5 de Novembro de 2018
Bibliografia
editar- MARREIROS, Glória (2015). Algarvios pelo coração, algarvios por nascimento. Lisboa: Edições Colibri. 432 páginas. ISBN 978-989-689-519-8