António Carmo Pereira
António Maria do Carmo Pereira Júnior (Santa Maria Maior, Viana do Castelo, 1917 – Arcos de Valdevez, 1992), foi médico em Arcos de Valdevez, onde desempenhou durante quase meio século uma actividade clínica com grande destaque. Dez anos após a sua morte, a Câmara Municipal de Arcos de Valdevez promoveu uma homenagem pública, acompanhada de edição de livro onde foram reunidos os passos cruciais do seu percurso. [1] [2] Filho de António Maria do Carmo Pereira e de Ermelinda Alice de Melo, viveu a sua infância em Vilar de Mouros, Caminha. Frequentou o Liceu Rodrigues de Freitas no Porto, onde concluiu o 7º ano. Licenciou-se em 1939 em Farmácia, pela Universidade do Porto, e em Medicina e Cirurgia, 1947, pela Universidade de Coimbra. Casou com Maria Ana da Silva Dias Norton de Matos, filha de Tomaz Norton de Matos, médico, e sobrinha do general e político português Norton de Matos.
Médico de Clínica Geral e Medicina Familiar
editarAntónio Carmo Pereira faz parte da geração de médicos de Clínica Geral em Portugal que melhor interpretou o papel do que viria a ser a Medicina Geral e Familiar. Foi a geração de médicos que precedeu em Portugal a institucionalização da especialidade médica que, no contexto do Serviço Nacional de Saúde, teve como objecto o tratamento do ser humano de uma forma integrada e visto como um todo. Para além de ter exercido clínica geral no Hospital de Arcos de Valdevez, foi médico da Casa do Povo de Soajo e perito Médico-legal do Tribunal Judicial de Arcos de Valdevez.
No âmbito da prestação de cuidados primários de saúde, privilegiava o ser humano como ser único no seio de uma família, unidade inquestionável no suporte de cuidados de qualidade à pessoa doente. Como Médico de Família acompanhou a dinâmica familiar no sentido de dar uma melhor resposta aos problemas de saúde que afectavam as populações de um concelho territorialmente muito vasto e disperso, onde se impunha a adopção de uma verdadeira Saúde pública.
Numa época em que a Mortalidade infantil em Portugal era das mais elevadas da Europa, desenvolveu um trabalho muito assinalável nesta área, ao adquirir competências de obstetrícia, fazendo os partos no domicílio das parturientes. O panorama da Mortalidade infantil e da Saúde Materno-infantil, após a Revolução de Abril em Portugal viria a sofrer uma transformação radical, passando o Serviço Nacional de Saúde Português a garantir praticamente em todo o país assistência à maternidade em regime hospitalar.[3][4]
Referências
- ↑ Outros Saberes, Tempo Medicina, 27 de Janeiro de 2003
- ↑ Um médico, muitas vidas. Edição da Câmara Municipal de Arcos de Valdevez, 2002
- ↑ «Associação Portuguesa dos Médicos de Clínica Geral». Apmcg.pt. Arquivado do original em 8 de agosto de 2011
- ↑ «Portal da Saúde». Min-saude.pt