António João Gonçalves Lobato
António João Gonçalves Lobato CvTE (Lisboa, 5 de Abril de 1909 — Viseu, 6 de Junho de 1935) foi um aviador militar português.
António João Gonçalves Lobato | |
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Nascimento | 5 de Abril de 1909 Lisboa |
Morte | 6 de Junho de 1935 Viseu |
Ocupação | Piloto |
Serviço militar | |
País | Portugal |
Serviço | Força Aérea Portuguesa |
Patente | Primeiro-sargento |
Condecorações | Ordem da Torre e Espada |
Biografia
editarTrabalhou como mecânico na Força Aérea Portuguesa, tendo atingido o posto de primeiro-sargento.[1] Em 1931, viajou até à Alemanha e Suécia no avião Lisboa, em conjunto com o major António Maia, o capitão Amado da Cunha e o tenente-coronel Ribeiro da Fonseca, em missões de estudo para os Serviços Aéreos Portugueses.[2]
Acompanhou o tenente Plácido António da Cunha Abreu numa viagem até aos Estados Unidos da América, a bordo do avião Foguete.[2] Também participou, com o tenente Humberto Amaral da Cruz, no Raid Aéreo Lisboa - Timor - Lisboa, em 1934.[3]
Faleceu em 6 de Junho de 1935, num acidente durante o II Rally Aéreo de Portugal.[2] Nesse dia, descolou de Viseu às 6 horas da manhã com o tenente Tovar de Faro, e aterrou em Espinho às 9h15, tendo de seguida voltado para Viseu.[2] No entanto, quando tentavam aterrar no campo de aviação da Muna, em Viseu, por volta das 10h30, o avião capotou, ficando quase totalmente destruído.[2] Com a ajuda das pessoas no local, o tenente Tovar de Faro conseguiu sair dos destroços, tendo depois sido retirado o corpo do sargento António Lobato.[2] Foram ambos levados por automóvel até ao Hospital de Viseu, onde António Lobato chegou já morto, com todas as costelas fracturadas, enquanto que o tenente Tovar de Faro ficou gravemente ferido.[2] Às 16h30, o corpo foi transportado para a Câmara Municipal de Viseu, num cortejo fúnebre onde participaram muitos populares e as entidades oficiais.[2] O funeral realizou-se no dia seguinte, ficando o corpo depositado no cemitério de Viseu até ser transladado para Lisboa, após as festas da cidade.[2]
Na altura do seu falecimento, tinha 25 anos de idade, e estava noivo.[2]
Em 1 de Agosto, a Gazeta dos Caminhos de Ferro relatou que, por iniciativa do seu antigo companheiro Humberto da Cruz, tinha sido criada uma comissão para construir um mausoléu para António Lobato, com o patrocínio do jornal O Século.[4]
Prémios e homenagens
editarAntónio Lobato foi homenageado com o grau de Cavaleiro na Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito em 6 de Fevereiro de 1935.[5]
Referências
- ↑ BROCHADO, Alfredo (16 de Junho de 1935). «Aviação: Morte do Mecanico António Lobato» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1140). p. 276. Consultado em 23 de Fevereiro de 2018 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ a b c d e f g h i j «Disputou-se hoje o II Rallye Aereo de Portugal». Diário de Lisboa. Ano 15 (4507). Lisboa: Renascença Gráfica. 6 de Junho de 1935. p. 7. Consultado em 23 de Fevereiro de 2018 – via Casa Comum / Fundação Mário Soares
- ↑ BROCHADO, Alfredo (16 de Janeiro de 1935). «A Viagem Aérea a Timor» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1130). p. 52. Consultado em 23 de Fevereiro de 2018 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ BROCHADO, Alfredo (1 de Agosto de 1935). «Homenagem Merecida» (PDF). Gazeta dos Caminhos de Ferro. Ano 47 (1143). p. 326. Consultado em 23 de Fevereiro de 2018 – via Hemeroteca Digital de Lisboa
- ↑ «Cidadãos Nacionais agraciados com Ordens Portuguesas». Presidência da República Portuguesa. Consultado em 23 de Fevereiro de 2018