António de Gouveia Osório
António de Gouveia Osório (Castelo de Penalva, Vila Mendo, 25 de julho de 1825 — Castelo de Penalva, Vila Mendo, 4 de abril de 1915), fidalgo-cavaleiro da casa real e 1.º visconde de Vila Mendo, foi um político que, entre outras funções, foi governador civil de vários distritos, deputado e par do reino.[1][2][3] Era bacharel em Direito pela Universidade de Coimbra e grande proprietário. Foi presidente da Câmara Municipal de Penalva do Castelo, teve carta do Conselho de Sua Majestade, foi conselheiro do Tribunal de Contas e sócio do Instituto de Coimbra.[4]
António de Gouveia Osório | |
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Nascimento | 25 de julho de 1825 Penalva do Castelo |
Morte | 4 de abril de 1915 (89 anos) Castelo de Penalva |
Cidadania | Portugal, Reino de Portugal |
Alma mater | |
Ocupação | jurista, político |
Biografia
editarNasceu em Vila Mendo, Castelo de Penalva, filho de Manuel de Gouveia Osório e de Maria Máximina de Gouveia Osório, no seio de uma família de notáveis e fidalgos. O avô paterno era o conselheiro José de Gouveia Osório, deputado em 1820, desembargador do Tribunal da Relação do Porto e procurador da Coroa.[5] Matriculou-se na Universidade de Coimbra em 30 de outubro de 1841, concluiu o bacharelato em 23 de abril de 1846 e obteve a formatura em Direito em 27 de junho de 1848.[4][2]
Fez carreira na administração pública como governador civil de vários distritos, começando pelo distrito de Angra do Heroísmo, que governou de 13 de dezembro de 1867 a 14 de janeiro de 1868, nomeado pelo governo de Joaquim António de Aguiar, em que o presidente do conselho acumulava com a pasta do Reino. Foi sucessivamente governador civil do Distrito de Angra do Heroísmo (abril de 1867 a janeiro de 1868), do Distrito de Évora (1868–1869), do Distrito de Vila Real (7 de dezembro 1869 a 2 de setembro de 1870), do Distrito de Faro (23 de novembro de 1870 a 12 de outubro de 1871), do Distrito de Aveiro (1871), do Distrito de Coimbra (29 de dezembro de 1871 a 3 de agosto de 1876), 25.º do Distrito do Funchal (12 de abril de 1881 a 19 de outubro de 1882) e 26.º do Distrito do Funchal (10 de novembro de 1882 a 29 de dezembro de 1883). Recusou ser governador civil de Viseu, por a sua terra natal se localizar nesse distrito, e do Porto, por aí residir boa parte da sua família.
Foi eleito deputado deputado às Cortes nas legislaturas de 1857–1858, 1858–1859, 1860–1861 e 1864–1864, duas vezes por Viseu e outras duas por Penalva do Castelo. Foi par do reino electivo, com o título de visconde de Vila Mendo, pelo Distrito do Funchal (1885 e 1890), onde também fora governador civil.[6]
Durante o seu mandato enquanto Governador Civil do Distrito de Vila Real foi publicado um opúsculo, «Representação que alguns cidadãos do Distrito de Vila Real, dirigiram a sua magestade, pedindo a revogação de todos os actos de deliberações da respectiva Junta Geral, que fora convocada para o dia 22 de abril de 1870», Porto, 1870.[4]
Cavaleiro da Casa Real por sucessão de seu avô, foi feito 1.º visconde de Vila Mendo por decreto de 16 de agosto de 1872 do rei D. Luís I de Portugal.[2][7]
Obras publicadas
editarPublicou os seguintes trabalhos:[4]
- Relatorio apresentado à Junta Geral do Districto de Coimbra na sessão ordinaria de 1872, Coimbra, 1872.
- Relatorio apresentado à Junta Geral do Districto de Coimbra na sessão ordinaria de 1873, Coimbra, 1873.
- Relatorio apresentado à Junta Geral do Districto de Coimbra na sessão ordinaria de 1874, Coimbra, 1874.
- Relatorio apresentado à Junta Geral do Districto de Coimbra na sessão ordinaria de 1875, Coimbra, 1875.
Referências
- ↑ Alfredo Luís Campos, Memória da Visita Régia à Ilha Terceira. Imprensa Municipal, Angra do Heroísmo, 1903.
- ↑ a b c «Osório, António de Gouveia (1.º visconde de Vila Mendo)».
- ↑ Maria Filomena Mónica (coord.), Dicionário Biográfico Parlamentar (1834-1910), vol. III, pp. 125-128. Lisboa, Assembleia da República, 2006.
- ↑ a b c d Fernando de Sousa Silva Gonçalves, Os Governadores Civis do Distrito de Vila Real, pp. 269-270. Vila Real, 2002.
- ↑ A nobreza de Portugal, vol. III, p. 504. Lisboa, Editorial Enciclopédia, 1961.
- ↑ João Marcelino de Almeida Bessa, Annexo ao manual parlamentar para usodos senhores deputados da nação portugueza, Lisboa, 1905.
- ↑ Pinho Leal, Portugal antigo e moderno, vol. II (artigo «Villa Mendo»). Lisboa, 1886.