Nota: Este artigo é sobre sentimento ou mecanismo de defesa. Para figura de linguagem, veja Prolepse .

Antecipação é um sentimento positivo ou negativo referente a algo que pode acontecer no futuro;[1] é também um mecanismo de defesa do indivíduo amadurecido.[2] Entre as emoções provocadas pela antecipação incluem medo, ansiedade, confiança e esperança.[3]

Anticipation (1909) de Harrison Fisher

Mecanismo de defesa

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Como mecanismo de defesa, a antecipação é a capacidade de perceber o perigo ou frustração futuros afetiva e cognitivamente de modo a conseguir controlar o conflito em pequenos passos, por exemplo, uma quantidade moderada de ansiedade gerada por fatos antes de uma cirurgia, promovem a adaptação pós-cirúrgica.[4]

Robin Skynner considerou a antecipação como uma das "formas maduras de lidar com o estresse real... Você reduz o estresse de algum desafio, antecipando como será e se preparando para como você vai lidar com ele".[5] There is evidence that "the use of mature defenses (sublimation, anticipation) tended to increase with age".[6]

Desejo

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"A antecipação é o ingrediente central no desejo sexual."[7] Como "o sexo tem um componente cognitivo importante - o elemento mais importante para o desejo é a antecipação positiva".[8] Um nome para uma antecipação prazerosa é a excitação.[9] Quanto mais se conhece o parceiro sexual, mais se pode contar com satisfação, mas menos com a emoção e a antecipação.[10]

Mais genericamente, a antecipação é uma força central de motivação na vida cotidiana - "o processo normal de antecipação imaginativa ou de especulação sobre o futuro".[11] Para aproveitar a vida, "é preciso ter uma crença no Tempo como um meio promissor para fazer as coisas; é necessário ser capaz de sofrer as dores e os prazeres da antecipação e do adiamento".[12]

Fenomenologia

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Para o filósofo fenomenológico Edmund Husserl, a antecipação é uma característica essencial da ação humana. "Em toda ação conhecemos a meta antecipadamente na forma de uma antecipação que é 'vazia', no sentido de vaga ... e [nós] buscamos através de nossa ação trazê-la passo a passo para a realização concreta".[16]

Ver também

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Referências

  1. «Anticipation». Cambridge Academic Content Dictionary (em inglês) 
  2. Alfredo Cataldo Neto (2003). Psiquiatria para estudantes de medicina. [S.l.]: EDIPUCRS. p. 44. ISBN 978-85-7430-370-3 
  3. Miceli, Maria; Castelfranchi, Cristiano (2014). Expectancy and emotion (em inglês). [S.l.]: OUP Oxford. ISBN 9780191509278 
  4. Benjamin J. Sadock; Virginia A. Sadock; Pedro Ruiz (1 de novembro de 2016). Compêndio de Psiquiatria - 11ed: Ciência do Comportamento e Psiquiatria Clínica. [S.l.]: Artmed Editora. pp. 129–130. ISBN 978-85-8271-379-2 
  5. Robin Skynner/John Cleese, Life and how to survive it (Londres 1994) p. 55 (em inglês)
  6. Hope R.Conte/Robert Plutchik, Ego Defenses (1995) p. 127 (em inglês)
  7. Barry and Emily McCarthy, Rekindling Desire (2003) p. 89 (em inglês)
  8. McCarthy, p. 12 (em inglês)
  9. Alan Soble (2002). The Philosophy of Sex: Contemporary Readings. [S.l.]: Rowman & Littlefield. pp. 32–33. ISBN 978-0-7425-1346-4  (em inglês)
  10. Raja Halwani (26 de maio de 2010). Philosophy of Love, Sex, and Marriage: An Introduction. [S.l.]: Routledge. p. 221. ISBN 978-1-135-14963-5  (em inglês)
  11. Clon Campbell, The Romantic Ethic and the Spirit of Modern Consumerism (2005) p. 83 (em inglês)
  12. Adam Phillips, On Flirtation (London 1994) p. 47 (em inglês)
  13. «Robert Plutchik's Psychoevolutionary Theory of Basic Emotions» (PDF). Adliterate.com. Consultado em 5 de junho de 2017  (em inglês)
  14. Jonathan Turner (1 de junho de 2000). On the Origins of Human Emotions: A Sociological Inquiry Into the Evolution of Human Affect. [S.l.]: Stanford University Press. p. 76. ISBN 978-0-8047-6436-0  (em inglês)
  15. Atifa Athar; M. Saleem Khan; Khalil Ahmed; Aiesha Ahmed; Nida Anwar (junho 2011). «A Fuzzy Inference System for Synergy Estimation of Simultaneous Emotion Dynamics in Agents». International Journal of Scientific & Engineering Research. 2 (6)  (em inglês)
  16. E. Husserl, in Alfred Schutz, The Phenomenology of the Social World (Illinois 1997), p. 58 (em inglês)