Antonín Panenka

jogador de futebol checo

Antonín Panenka (Praga, 2 de dezembro de 1948) é um ex-jogador de futebol profissional checo, que inventou um estilo próprio de cobrança de penalidade máxima, Panenka também foi campeão da Eurocopa 1976,[1] o principal título no futebol de uma seleção da Europa comunista e que, além dos checos, foi conquistado apenas pela União Soviética, em 1960 .[2]

Antonín Panenka
Informações pessoais
Nome completo Antonín Panenka
Data de nascimento 2 de dezembro de 1948 (75 anos)
Local de nascimento Praga, Tchecoslováquia
Informações profissionais
Clube atual Aposentado
Posição Meia-Atacante
Clubes profissionais
Anos Clubes Jogos e gol(o)s
Bohemians Praga
Rapid Viena
00? 0000(?)
00? 0000(?)
Seleção nacional
1973-1982 Tchecoslováquia 59 (17)

Sua jogada ficou conhecida como "cavadinha" no Brasil e como "Panenka" na Europa.[3] O jogador de fato era um meia-armador talentoso, com boa visão de jogo e distribuição de passes e especialista na bola parada em cobranças de falta. A jogada mais famosa foi fruto de reflexões sobre novos modos de cobrar pênaltis após ter errado dois em uma mesma partida.[4]

Panenka tornou-se um personagem cult do futebol por também ser proveniente do Bohemians Praga, uma equipe considerada alternativa e atrelada na sua época aos dissidentes do regime comunista,[3] e do qual é atualmente presidente. Era o único representante do clube naquela Eurocopa.[4]

Seu nome também batizou uma revista espanhola de futebol oriunda da mídia independente, com os criadores da mesma justificando a inspiração, em meio a uma crise no jornalismo impresso, na "busca de uma solução que ninguém jamais havia buscado", tal como o tcheco havia feito. O jogador foi a capa da primeira edição, onde admitiu que "me sinto preso àquela pênalti".[5]

Carreira

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Em clubes

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Devido ao fechamento político do leste Europeu (que durou até os anos 80) Antonín jogou por quase toda a carreira no pequeno Bohemians Praga, onde iniciou nos juvenis, em 1958 e onde debutaria profissionalmente em 1967.[4] A equipe era tradicional, mas modesta;[2] Durante a maior parte de sua existência, foi um clube de menor expressão em seu país, tendo presença esporádica na primeira divisão até 1973. Dali conseguiu vinte e dois anos seguidos de participação na elite,[3] com Panenka figurando em aproximadamente metade desse período, saindo do clube em 1981.[4]

Seu país só autorizava a saída de jogadores quando estes possuíssem mais de trinta anos. Em 1981, Panenka foi então vendido ao Rapid Viena.[4] Por ironia, o Bohemians conseguiu seu único título na elite nacional exatamente na temporada seguinte À saída do ídolo.[3] Panenka, por outro lado, teve boa projeção no novo clube, conseguindo um vice-campeonato continental em 1985, na Recopa Europeia, perdida para o Everton. Continuou na Áustria até encerrar a carreira, em 1993, no pequeno Kleinwiesendorf.[4]

Seleção

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A primeira convocação para a Seleção Tchecoslovaca veio em 1973,[4] ano em que seu clube, o Bohemians Praga, iniciou uma longa série ininterrupta na primeira divisão incomum na sua história, a perdurar até 1994.[3]

A equipe falhou em obter a classificação para a Copa do Mundo de 1974,[2] mas conquistou a Eurocopa 1976 sobre a então campeã do mundo, a Alemanha Ocidental. O título só veio nas cobranças de pênaltis; todos os jogadores vinham convertendo seus chutes, até que o alemão Uli Hoeneß mandou o seu sobre o travessão. Cabia a Panenka a responsabilidade de definir o título, e, apesar de além desta pressão estar no gol alemão o lendário Sepp Maier, Panenka cobrou tranquilamente, fazendo o grande goleiro jogar-se para um canto enquanto a bola fazia uma lenta parábola vertical em direção ao meio do gol. Surgia a famosa "Cavadinha" ou "à Panenka". Panenka inspirou muitos a partir daí,[4] e não apenas jogadores, como também jornalistas.[5]

A seleção falhou também nas eliminatórias para a Copa do Mundo de 1978,[2] e Panenka só foi disputar seu primeiro - e único - mundial no de 1982.[4] Um empate na primeira rodada com a Seleção Kuwaitiana de Carlos Alberto Parreira minou as chances da equipe, que sucumbiria na primeira fase, em um grupo que continha Inglaterra e França. Panenka marcou os dois gols da seleção na Copa. Curiosamente, ambos de pênalti, mas sem o modo de bater que lhe trouxe fama.[2]

Legado

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O português Hélder Postiga, com frieza, converteu um pênalti à Panenka na decisão por penais nas quartas-de-final do Eurocopa 2004, contra a Inglaterra. O francês Zinédine Zidane faria algo parecido na final da Copa do Mundo FIFA de 2006.

O jogador uruguaio Sebastián "Loco" Abreu é conhecido por bater pênaltis dessa maneira; o mais famoso deles, nas quartas-de-finais da Copa do Mundo FIFA de 2010, classificando o Uruguai contra Gana, concluindo uma das maiores reviravoltas da história competição. No mesmo ano, meses antes, Abreu havia acertado do mesmo jeito o pênalti do título carioca do Botafogo, contra o Flamengo. Também no Brasil naquele ano, Neymar bateu um pênalti como Panenka, desperdiçando na final da Copa do Brasil; porém, o erro não custou o título ao seu clube, o Santos.

Em 2011, Elano usou o método de Panenka em duelo do Santos contra o Flamengo. Desperdiçou e o goleiro Felipe, após a defesa, reagiu fazendo embaixadinhas com a bola. Naquela partida, o Santos chegou a estar vencendo por 3-0, com Neymar marcando gol que seria eleito o mais bonito do ano após driblar boa parte dos adversários. Após a perda daquele pênalti, sofreu uma reação que terminaria em vitória flamenguista por 5-4 em plena Vila Belmiro, em noite inspirada não apenas de Neymar mas também do rubronegro Ronaldinho Gaúcho. A partida é considerada uma das maiores dos anos recentes no Brasil.

A 24 de Junho de 2012, o jogador italiano Andrea Pirlo marcou (na decisão por pênaltis contra a Inglaterra) um golo do mesmo género, marcando assim os quartos-de-final e colocando Itália nas semifinais da Eurocopa 2012. Já no dia 28 de agosto de 2012, o meia Maicosuel perdeu um penâlti contra o Braga que eliminou a Udinese da fase de grupos da Liga dos Campeões da Europa. Bateu à Panenka e a cobrança é considerada uma das mais desastrosas dentro do estilo.

Na final da Copa América de 2015, o atacante Alexis Sánchez bateu um pênalti à Panenka, dando ao Chile o primeiro título de sua história.

Além de outros jogadores, a atitude decisiva do tcheco na Eurocopa 1976 também inspirou o nome de uma revista independente de futebol lançada em Barcelona. A revista Panenka teve o jogador como personagem de capa na primeira edição, na qual ele declarava sentir-se "preso àquele pênalti". Sobre o nome da revista, um dos editores assim justificou em entrevista a outra revista similar, a brasileira Corner:[5]

Referências

  1. «O estilo Panenka». Consultado em 13 de fevereiro de 2016 
  2. a b c d e STEIN, Leandro (1 de janeiro de 2018). «Do império à separação, como a Tchecoslováquia se tornou uma força no futebol». Trivela. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  3. a b c d e DE LUCCA, Sidarta (2015). Um escândalo na Boêmia. Corner n. 1. Editora 5W, pp. 92-95
  4. a b c d e f g h i STEIN, Leandro (31 de dezembro de 2017). «A cavadinha mais famosa de todas: Panenka colocava a Tchecoslováquia no topo da Euro». Trivela. Consultado em 20 de janeiro de 2018 
  5. a b c d JUNGSTEDT, Guilherme (2015). O espírtio Panenka. Corner n. 1. Editora 5W, pp. 86-91
 
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