Aras Flávias
Aras Flávias ou Altares dos Flávios (em latim: Arae Flaviae) foi o nome latino de uma cidade romana (município), localizada em uma travessia do rio Neckar nas encostas orientais da Floresta Negra, na província romana da Germânia Superior. Deu origem à atual cidade de Rottweil, no estado de Bade-Vurtemberga.
Aras Flávias Arae Flaviae | |
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Termas de Aras Flávias | |
Localização atual | |
Localização de Aras Flávias na Alemanha | |
Coordenadas | 48° 10′ 05″ N, 8° 37′ 29″ L |
País | Alemanha |
Estado | Bade-Vurtemberga |
Região | Friburgo |
Distrito | Rottweil |
Dados históricos | |
Fundação | Entre 69-79 |
Império | Romano |
Notas | |
Acesso público |
Nome
editarA cidade foi fundada pelo imperador romano Vespasiano (r. 69–79), da dinastia flaviana. Este nome sugere que o objetivo principal de sua fundação, além de ser principalmente um ponto fortificado avançado nas terras sendo então conquistadas ao norte, foi erigir um centro regional de culto imperial da dinastia flaviana.
História
editarRottweil é considerada atualmente a mais antiga cidade de Bade-Vurtemberga. Durante o império romano foi local principal de uma civitas e detinha – até onde se sabe na atualidade – como única cidade romana no atual estado de Bade-Vurtemberga o privilégio legal de um município. Esta situação de cidade assegurou, via de regra, que todo membro do conselho da cidade recebesse a cidadania romana. Com área de c. 18 hectares foi, embora menor que as cidades romanas de Colônia Cláudia Ara Agripina e Mogoncíaco, uma das maiores colonizações romanas dos Campos Decúmanos.
Rottweil foi identificada com a antiga Aras Flávias somente em 1950, cujo nome foi transmitido somente pela Tabula Peutingeriana e por Ptolomeu, através do achado de uma inscrição em uma tábua de madeira do diploma de um tribunal romano[1] onde estava escrito literalmente a palavra acto municipio Aris - em português: "emitido na cidade de Arae". Datada de 4 de agosto de 186, foi encontrada em uma casa na Flavierstraße 1 de Rottweil-Altstadt, durante uma escavação em uma fonte romana sob a mesma.
Origem e localização
editarO assentamento teve sua origem em um acampamento militar (Castro III) de madeira e terra erguido em 73 pelos romanos no curso da construção da estrada romana do rio Kinzig no lado direito do rio Neckar. A tarefa de seus ocupantes foi vigiar um importante entroncamento de estradas, pois no local dois principais caminhos se cruzavam. O intento do imperador Vespasiano era, após a experiência do ano dos quatro imperadores, diminuir a distância a ser percorrida pelas tropas estacionadas entre o Reno e o Danúbio. A ligação norte-sul formou uma via corrente de Vindonissa através do Kastell Hüfingen para Aras Flávias e continuando até Rotemburgo. O eixo leste-oeste começava no assentamento de legionários em Argentorato via Ofemburgo, vale do rio Kinzig ao Castro Waldmössingen e finalmente Aras Flávias. O ponto final encontrava-se ao leste, em Augsburgo. Logo ao sul de Castro III foram encontrados mais dois outros acampamentos de madeira e terra (Castros IV e V). Também são conhecidos na margem esquerda do rio Neckar o acampamento militar Castro I, que aproximadamente durante 10 anos foi ocupado pelo menos por parte da XI Legião Cláudia de Vindonissa (talvez até com a legião completa).
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Cadinho de fundição de um antigo falsificador de moedas
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Cópia dos atos da corte de 4 de agosto de 186, sobre processo julgado por Marco Juvento Cesiano, o então legado da VIII Legião Augusta em Aras Flávias
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Mosaico de Orfeu (Dominikanermuseum Rottweil)
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Placa informando ser Rottweil a cidade mais antiga de Bade-Vurtemberga
Bibliografia
editar- Dieter Planck: Arae Flaviae: Neue Untersuchungen zur Geschichte des römischen Rottweil. Arae Flaviae 1. Stuttgart 1975. ISBN 3-87532-061-1
- Margot Klee: Der Nordvicus von Arae Flaviae: neue Untersuchungen am nördlichen Stadtrand des römischen Rottweil. Arae Flaviae 2. Stuttgart 1986 ISBN 3-8062-0770-4
- Mostefa Kokabi: Viehhaltung und Jagd im römischen Rottweil. Mit Beiträgen von Alfred Rüsch. Arae Flaviae 3. Stuttgart 1980. ISBN 3-8062-0763-1
- Walter Sölter (Ed.): Das römische Germanien aus der Luft. 2. Auflage, Gustav Lübbe Verlag, Bergisch Gladbach 1983, ISBN 3-7857-0298-1.
- Margot Klee: Die Thermen auf dem Nikolausfeld. Stuttgart 1988. Arae Flaviae 4. ISBN 3-8062-0787-9
- Regina Franke: Die Kastelle I und II von Arae Flaviae/Rottweil und die römische Okkupation des oberen Neckargebietes. Arae Flaviae 5. Stuttgart 2003. ISBN 3-8062-1787-4
- Augusta Hönle: Orpheus in Arae Flaviae. Ein Beitrag zur Geschichte von Arae Flaviae. Stadtarchiv Rottweil 2005. ISBN 3-928873-29-6
- Mvnicipivm (Municipium) Arae Flaviae: archäologischer Plan des römischen Rottweil. Hrsg. vom Landesdenkmalamt Baden-Württemberg, 2., aktualisierte Ausg. 2004.
- Robert Fecher und Eva Burger Heinrich: Die römischen Gräberfelder von Rottweil und das römische Gräberfeld „Kapellenösch“. Die anthropologischen Befunde..Arae Flaviae 7. Stuttgart 2010. ISBN 978-3-8062-2344-6.
- Dieter Planck: Konservierung eines römischen Bades in Rottweil. In: Denkmalpflege in Baden-Württemberg, 1. Jg. 1972, Heft 1, S. 39–42. (PDF; 9,6 MB)
- Ältere Literatur
- Peter Goessler: Das römische Rottweil hauptsächlich auf Grund der Ausgrabungen vom Herbst 1906. Stuttgart 1907.
- (em alemão) Maximilian Ihm: Ara, Arae 10: Arae Flaviae. In: Realencyclopädie der classischen Altertumswissenschaft (RE). Vol. II,1, Stuttgart 1895, Col. 340.
- Beiträge zur Geschichte dieser Stadt des Rottweiler Vereins zur Aufsuchung von Alterthümern/Jahresbericht des Rottweiler Archaeologischen Vereins:
- Römische Alterthümer in der Umgegend von Rottweil am Neckar. Stuttgart 1835.
- Friedrich von Alberti: Roemische Altertuemer in der Umgegend von Rottweil am Neckar. Stuttgart: 1833–1837. Jahresbericht des Archäologischen Vereins zu Rottweil.