Armênia bizantina
Armênia (português brasileiro) ou Arménia (português europeu) bizantina, às vezes chamada Armênia Ocidental,[1][2][3] é a porção armênia do Império Bizantino. O tamanho do território variou com o tempo, dependendo do grau de controle que os bizantinos tinham sobre a Armênia. Os impérios Bizantino e Sassânida dividiram a Armênia em 387 e em 428. A Armênia Ocidental manteve-se sob controle bizantino, e a Oriental sob controle sassânida. Mesmo após o estabelecimento do Reino da Armênia sob a dinastia Bagratúnio, partes da Armênia história e áreas habitadas por armênios ainda estavam sob controle bizantino.
Armênia bizantina | ||||
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Armênia bizantina ca. 565 | ||||
Continente | Ásia | |||
Região | Anatólia | |||
Capital | Sebasteia Melitene Arsamosata Teodosiópolis | |||
Língua oficial | Armênio Grego | |||
Religião | Igreja Ortodoxa Grega Igreja Apostólica Armênia | |||
Governo | Não especificado | |||
Período histórico | Idade Média | |||
• 387 | Fundação | |||
• Década de 640/660 | Dissolução | |||
Moeda | Moedas bizantinas |
Os armênios não tiveram representação do Concílio Ecumênico da Calcedônia em 451, porque eles estavam lutando contra os sassânidas em uma rebelião armada. Por esta razão, surgiu um desvio teológico entre a Cristandade Bizantina e Armênia. Independentemente disso, muitos armênios tornaram-se bem sucedidos no Império Bizantino. A proximidade da capital oriental com a Armênia atraiu para as margens do Bósforo um grande número de armênios, e por três séculos eles desempenharam uma parte distinta na história do Império Bizantino. Cerca de 10 imperadores bizantinos eram etnicamente armênios, meio-armênios, parte-armênios ou possivelmente armênios; embora culturalmente gregos. O melhor exemplo disto é o imperador Heráclio (r. 610-641), cujo pai foi armênio e a mãe capadócia. O imperador Heráclio iniciou a dinastia heracliana (610-717). Basílio I, o Macedônio (r. 867-886) é outro exemplo de um armênio começando uma dinastia; a dinastia macedônica. Outros grandes imperadores foram Romano I Lecapeno (r. 920-944), Nicéforo II Focas (r. 963-969) e João I Tzimisces (r. 969-976).
Contingentes armênios no exército bizantino
editarA Armênia fez grandes contribuições à Bizâncio através de suas tropas de soldados. O império estava precisando de um bom exército e estava constantemente ameaçado. O exército foi relativamente pequeno, nunca excedendo 150.000 homens. O exército foi enviado para diferentes partes do império, e tomou parte nas batalhas mais ferozes e nunca excedeu 20.000 ou 30.000 homens. Do século V em diante os armênios foram considerados como os principais constituintes do exército bizantino. Procópio de Cesareia relata que os membros da Escola palatina, a guarda do imperador, "foram selecionados dentre os armênios mais corajosos".
Soldados armênios no exército bizantino são citados durante os séculos seguintes, especialmente durante os século IX-X, que pode ter sido o período de maior participação dos armênios no exército bizantino. Historiadores bizantinos e árabes são unânimes em reconhecer o significado dos soldados armênios. Charles Diehl, por exemplo, escreve "As unidades armênias, particularmente durante este período, foram numerosas e bem treinadas." Outro historiador bizantino elogia o papel decisivo que a infantaria armênia desempenhou nas vitórias dos imperadores Nicéforo II Focas e João I Tzimisces.[4]
Naquela época, os armênios serviram lado a lado com escandinavos que estavam no exército bizantino. Este primeiro encontro entre os moradores das montanhas armênios e os povos do norte tem sido discutido por Nansen, que traz este dois elementos mais próximos uns dos outros e registra: "foram os armênios que junto com nossos antepassados escandinavos fizeram as unidades de assalto do Império Bizantino."[5] Além disso, Bussel sublinha as similaridades na maneira de pensar e o espírito dos senhores feudais armênios e os guerreiros do norte. Ele afirma que, em ambos os grupos, havia uma estranha ausência e ignorância de governo e interesse público e ao mesmo tempo um interesse igualmente grande em obtenção de distinções pessoais e uma lealdade para com seus mestres e líderes.[6]
Referências
- ↑ Rivoira 1918, p. 188.
- ↑ Hairenik Association 1950, p. 25.
- ↑ Baumstark 2011, p. 102.
- ↑ Bussel 1910, p. 234.
- ↑ Nansen 1927, p. 21.
- ↑ Bussel 1910, p. 448.
Bibliografia
editar- Baumstark, Anton (2011). On the Historical Development of the Liturgy. Collegeville. Minnesota: Liturgical Press. ISBN 9780814660966
- Bussel, F. W. (1910). Essays on the Constitutional History of the Roman Empire. II. Londres: [s.n.]
- Hairenik Association (1950). «The Armenian Review». Volume 3. Boston: Hairenik Association
- Nansen, F. (1927). Gjennem Armenia. Oslo: [s.n.]
- Rivoira, Giovanni Teresio (1918). Moslem Architecture: Its Origins and Development. [S.l.]: Oxford University Press