Artur Neiva
Artur Neiva (Salvador, 22 de março de 1880 – Rio de Janeiro, 6 de junho de 1943) foi um cientista, etnógrafo e político brasileiro. Artur Neiva é reconhecido internacionalmente por ter participado de entidades científicas no Brasil, Argentina e Estados Unidos;[1] e deixou notáveis contribuições nos campos da ciência natural, etnografia, eugenia e linguística.
Artur Neiva | |
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Nascimento | 22 de março de 1880 Salvador |
Morte | 6 de junho de 1943 (63 anos) Rio de Janeiro |
Nacionalidade | Brasileiro |
Alma mater | Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro |
Biografia
editarIniciou seus estudos na Faculdade de Medicina da Bahia, primeira escola de medicina brasileira e atualmente uma unidade acadêmica da Universidade Federal da Bahia, e os concluiu em 1903 na Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro, da qual tornou-se livre-docente em 1914.[1]
No Rio de Janeiro, Artur foi aluno e discípulo de Oswaldo Cruz, com o qual trabalhou em 1906 no Instituto Soroterápico, atual Fundação Oswaldo Cruz, localizado na capital fluminense.[1]
Como cientista, dedicou-se à profilaxia e entomologia médica, tornando-se afamado conhecedor dos barbeiros, insetos transmissores da doença de Chagas. Foi o primeiro a descrever uma espécie de barbeiro. Realizou diversas campanhas sanitárias e campanhas de profilaxia da malária.
Em 1912, na companhia de Belisário Penna, fez uma longa viagem científica percorrendo o norte da Bahia, sudeste de Pernambuco, sul do Piauí e norte e sul de Goiás.[2]
Em 1915 e 1916, trabalhou juntamente ao governo da Argentina e, a partir de 1916, dirigiu o Serviço Sanitário de São Paulo, organizando o serviço de combate à sífilis. Elaborou o primeiro código sanitário do Brasil e restabeleceu a profilaxia do tracoma e a vacinação obrigatória. Nos anos seguintes, visitou vários países como pesquisador da Fundação Oswaldo Cruz.[1]
Dirigiu o Museu Nacional da Quinta da Boa Vista entre 1923 e 1927, quando tornou-se diretor-superintendente do Instituto Biológico do Estado de São Paulo, cargo que ocupou até 1933 quando foi substituído por Henrique da Rocha Lima.[1]
Logo após a Revolução de 1930 e a subida de Getúlio Vargas ao poder, o cientista foi convidado por João Alberto Lins de Barros, na época interventor federal em São Paulo, a assumir a Secretaria do Interior do Estado. Já em 1931, deixou o cargo para assumir o posto de interventor federal na Bahia, também sendo indicado por João Alberto. Durante seu tempo no governo baiano, criou o Instituto do Cacau, tentou desenvolver serviços sanitários, mas, sem sucesso, deixou a condução da política estadual e foi substituído por Juracy Magalhães.[1]
Em 1933, passou a ser diretor do jornal carioca A Nação e foi eleito deputado federal pelo Partido Social Democrático (PSD) da Bahia.[1]
Participou da Assembleia Nacional Constituinte de 1933, quando, juntamente com os médicos Miguel Couto (eleito pelo então Distrito Federal) e Antônio Xavier de Oliveira (eleito pelo Ceará), defendeu "teses científicas" de darwinismo social e de eugenia racial, que propunham a necessidade do "branqueamento" da população brasileira e pediam o fim da imigração dos degenerados "aborígenes nipões" (japoneses).[3]
No ano seguinte, em 1934, renovou seu mandato na Câmara e o exerceu até o final de 1937, quando ocorreu o Golpe de 1937, que instaurou o Estado Novo e fechou todas as casas legislativas do Brasil.[1]
Referências
- ↑ a b c d e f g h «Artur Neiva | CPDOC». cpdoc.fgv.br. Consultado em 2 de outubro de 2018
- ↑ Souza, Vanderlei Sebastião de (2009). «Arthur Neiva and the 'national question' in the 1910s and 1920s». História, Ciências, Saúde-Manguinhos. 16: 249–264. ISSN 0104-5970. doi:10.1590/S0104-59702009000500012
- ↑ «SUZUKI Jr, Matinas. História da discriminação brasileira contra os japoneses sai do limbo in Folha de S. Paulo, 20 de abril de 2008(visitada em 17 de agosto de 2008)». www1.folha.uol.com.br (Referência sem acesso livre à informação, sem valor nesta enciclopédia!)
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