Aspronema dorsivittata

A briba-da-montanha, largato-liso ou Aspronema dorsivittata é uma espécie de lagarto da família dos escíncidos [1] presente na América do Sul. [2][3][4][5] É geralmente encontrado em meio à vegetação rasteira de ambientes abertos, mas também ocorre em ambientes de floresta.[6] O lagarto é facilmente reconhecido por suas quatro listras claras que percorrem as laterais de seu dorso e ventre.[7][8]

Como ler uma infocaixa de taxonomiaAspronema dorsivittata

Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Chordata
Classe: Reptilia
Ordem: Squamata
Subordem: Lacertilia
Família: Scincidae
Género: Aspronema
Espécie: A. dorsivittata
Nome binomial
Aspronema dorsivittata
Cope, 1862

Sua alimentação é baseada em artrópodes, como aranhas, besouros, moscas e pulgões, refletindo sua adaptação a uma dieta de pequenos invertebrados. Além disso, o Aspronema dorsivittata é uma espécie vivípara, o que significa que dá à luz filhotes vivos, ao invés de depositar ovos. [5] A viviparidade não é tão incomum em lagartos e serpentes, mas em A. dorsivittata e outras espécies da mesma família (Mabuyidae) essa reprodução ocorre de forma diferente. [9]

Etimologia

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Nomeado em referência às listras dorsais, a partir do latim "vitta" = listra, faixa. O nome do gênero (Aspronema) é um substantivo neutro derivado do adjetivo grego aspro (branco) e do substantivo nema (fio), referindo-se às listras distintivas estreitas e brancas dorsolaterais e ventrolaterais presentes nas espécies deste gênero. [10]

Reprodução

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Lagartos e serpentes vivíparos costumam ser classificados como lecitotróficos, o que significa que, durante o desenvolvimento, cada embrião é nutrido por um saco vitelínico dentro do corpo da mãe. [9][6] Em contraste, Aspronema dorsivittata apresenta um modo de nutrição placentotrófico, no qual os embriões são nutridos diretamente pela mãe por meio de uma placenta, semelhante ao que ocorre em diversas espécies de mamíferos, incluindo os humanos. O tempo de gestação dessa espécie é de aproximadamente 11 meses, e os filhotes nascem durante o verão. [6][9][5]

Além disso, evidências sugerem que o número de filhotes varia conforme a altitude, apresentando-se em menor quantidade em altitudes mais elevadas. [11][12] Essa variação pode estar relacionada ao tamanho corporal dos indivíduos; na espécie, o número de filhotes tende a aumentar proporcionalmente ao tamanho da fêmea. Assim, fêmeas maiores produzem mais filhotes, enquanto fêmeas menores geram menos. [12]

Distribuição

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O largato A. dorsivittata é encontrado em várias regiões da América do Sul, incluindo o Argentina, Bolívia, Brasil, Paraguai e Uruguai. Sua distribuição abrange diferentes biomas, como a Mata Atlântica, Cerrado, Chaco e Pampa. [13][14] No geral, a distribuição geográfica dele é particularmente irregular. [15]

A Mata Atlântica, que se estende ao longo da costa brasileira do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul e inclui partes da Argentina e do Paraguai, é caracterizada por sua rica biodiversidade e vegetação densa. O Cerrado, predominante no Brasil, cobre uma vasta região central, incluindo estados como Goiás, Mato Grosso e Minas Gerais, além de se estender até o Paraguai e partes da Bolívia, sendo conhecido por suas savanas e vegetação xerófila. O Chaco abrange o norte da Argentina, partes do Paraguai e do sudoeste do Brasil, apresentando uma vegetação mista de florestas e savanas, enquanto o Pampa, associado principalmente ao sul do Brasil e à Argentina, estende-se também ao Uruguai.

Referências

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  1. Brygoo, E. R. (1985). «Les types de Scincidés (Reptiles, Sauriens) du Muséum national d'Histoire naturelle Catalogue critique». Bulletin du Muséum national d'histoire naturelle (3): 1–126. ISSN 0181-0626. doi:10.5962/p.287631. Consultado em 29 de setembro de 2024 
  2. Dirksen, L.; De la Riva, I. (30 de dezembro de 1999). «The lizards and amphisbaenians of Bolivia (Reptilia, Squamata): checklist, localities, and bibliography». Graellsia (0): 199–215. ISSN 1989-953X. doi:10.3989/graellsia.1999.v55.i0.329. Consultado em 29 de setembro de 2024 
  3. Canavero, Andrés; Carreira, Santiago; Langone, José A.; Achaval, Federico; Borteiro, Claudio; Camargo, Arley; da Rosa, Inés; Estrades, Andrés; Fallabrino, Alejandro (30 de março de 2010). «Conservation status assessment of the amphibians and reptiles of Uruguay». Iheringia. Série Zoologia (1): 05–12. ISSN 0073-4721. doi:10.1590/s0073-47212010000100001. Consultado em 29 de setembro de 2024 
  4. Cope, E. D. (1862). «Catalogues of the reptiles obtained during the Explorations of the Parana, Paraguay, Vermejo and Uruguay Rivers, by Capt. Thos. J. Page, U.S.N.; and of those procured by Lieut. N. Michler, U.S. Top. Eng., Commander of the Expedition conducting the survey of the Atrato River». Proceedings of the Academy Natural Sciences of Philadelphia: 346–359. Consultado em 29 de setembro de 2024 
  5. a b c Vrcibradic, Davor; Rocha, Carlos Frederico D. (28 de março de 2011). «An overview of female reproductive traits in South AmericanMabuya(Squamata, Scincidae), with emphasis on brood size and its correlates». Journal of Natural History (13-14): 813–825. ISSN 0022-2933. doi:10.1080/00222933.2010.535920. Consultado em 29 de setembro de 2024 
  6. a b c Capixaba, Herpeto (27 de janeiro de 2022). «Aspronema dorsivittatum (Cope, 1862): UMA REPRODUÇÃO DIFERENCIADA». HERPETO CAPIXABA. Consultado em 29 de setembro de 2024 
  7. Rivera, Danielle; Prates, Ivan; Rodrigues, Miguel Trefaut; Carnaval, Ana Carolina (fevereiro de 2020). «Effects of climate and geography on spatial patterns of genetic structure in tropical skinks». Molecular Phylogenetics and Evolution. 106661 páginas. ISSN 1055-7903. doi:10.1016/j.ympev.2019.106661. Consultado em 30 de setembro de 2024 
  8. «Aspronema dorsivittatum». The Reptile Database. Consultado em 29 de setembro de 2024 
  9. a b c NOVELLI, IARA A.; OLIVEIRA, PAOLA R. DE; CASTAÑON, MARIA CHRISTINA M.N.; SILVA, PILAR C.; SOUSA, BERNADETE M. DE (agosto de 2018). «Morphological and histological characterization of sexual segment of the kidney in Notomabuya frenata (Cope, 1862) and Aspronema dorsivittatum (Cope, 1862) (Squamata, Mabuyidae)». Anais da Academia Brasileira de Ciências (2 suppl 1): 2267–2278. ISSN 1678-2690. doi:10.1590/0001-3765201820170871. Consultado em 29 de setembro de 2024 
  10. HEDGES, S. BLAIR; CONN, CAITLIN E. (30 de abril de 2012). «A new skink fauna from Caribbean islands (Squamata, Mabuyidae, Mabuyinae)». Zootaxa (1). ISSN 1175-5334. doi:10.11646/zootaxa.3288.1.1. Consultado em 29 de setembro de 2024 
  11. Aun, Liliana; Borghi, Damiana; Martori, Ricardo (18 de abril de 2011). «Reproducción y dieta de una población de Mabuya dorsivittata (Squamata, Scincidae) en Córdoba, Argentina». Revista Peruana de Biología (1): 019–025. ISSN 1727-9933. doi:10.15381/rpb.v18i1.149. Consultado em 29 de setembro de 2024 
  12. a b Vrcibradic, Davor; Rocha, Carlos Frederico Duarte (3 de agosto de 1998). «Reproductive Cycle and Life-History Traits of the Viviparous Skink Mabuya frenata in Southeastern Brazil». Copeia (3). 612 páginas. ISSN 0045-8511. doi:10.2307/1447791. Consultado em 29 de setembro de 2024 
  13. Rodrigues, Miguel Trefaut (28 de junho de 2000). «A New Species of Mabuyá (Squamata: Scincidae) from the semiarid caatingas of Northeastern Brazil». Papéis Avulsos de Zoologia (1-28 (1999-2001)): 313–328. ISSN 1807-0205. doi:10.11606/0031-1049.2000.41.p313-328. Consultado em 30 de setembro de 2024 
  14. Mathies, T.; Andrews, R. M. (1995). «Thermal and reproductive biology of high and low elevation populations of the lizard Sceloporus scalaris: implications for the evolution of viviparity». Oecologia (1): 101–111. ISSN 0029-8549. doi:10.1007/bf00365568. Consultado em 30 de setembro de 2024 
  15. Günther, R. (janeiro de 1995). «Cei, Jose M.: Reptiles del noroeste, nordeste y este de la Argentia. Herpetofauna de las selvas subtropicales, Puna y Pampas. – Museo regionale di scienze naturali, Monografia XVI. Torino, 1993; 949 S., 112 Abb. im Text und 378 Farbfotos auf 126 Tafeln». Mitteilungen aus dem Museum für Naturkunde in Berlin. Zoologisches Museum und Institut für Spezielle Zoologie (Berlin) (1): 179–180. ISSN 0373-8493. doi:10.1002/mmnz.19950710123. Consultado em 30 de setembro de 2024 

Veja Também

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