Baçorá (Marrocos)
Baçorá (Basra ou al-Basra), alcunhada de al-Hamra ("a Vermelha") é um sítio arqueológico de Marrocos, a capital de verão dos califas idríssidas entre os séculos VIII e X. Situa-se no noroeste do país, entre Souk El Arbaa e Uazane, a 40 quilómetros da costa atlântica. Seu nome deve-se à cidade de Baçorá (em árabe: al-Basrah), no Iraque. O geógrafo e viajante muçulmano do século X ibne Haucal descreveu a cidade como um centro comercial próspero, cujas principais produções eram algodão e cereais. Suas fortificações de barro vermelho que lhe deram a alcunha foram destruídas em 979, mas a cidade perdurou. Contudo, no tempo de Leão, o Africano (ca. 1494–1554) estava em ruínas.[1] Elas estão a 20 quilómetros a nordeste de Souk El Arbaa, 30 quilômetros a oeste de Uazane e 30 quilômetros a sul de Alcácer-Quibir (distâncias por estrada).
Baçorá Basra, al-Basra, al-Hamra | |
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Localização atual | |
Localização de Baçorá em Marrocos | |
Coordenadas | 34° 48′ 19″ N, 5° 52′ 11″ O |
País | Marrocos |
Região | Gharb-Chrarda-Beni Hssen |
Província | Quenitra |
Área | 0,30 km² |
Dados históricos | |
Fundação | entre 796 e 803 |
Abandono | antes do século XVI |
Notas | |
Estado de conservação | ruínas |
História
editarA cidade foi fundada provavelmente ao mesmo tempo que Arzila, entre 796 e 803, desenvolveu-se rapidamente de uma pequena localidade para passar a ser o local de residência estival dos emires idríssidas. Em 958, uma expedição de Jauar, o Siciliano, um general do califa fatímida Almuiz Aldim Alá, deu origem a um pequeno estado vassalo dos fatímidas cuja capital era Baçorá e se estendia ao Rife e aos territórios dos berberes gomaras. Em 979, Bologuine ibne Ziri, fundador do Reino Zírida da Ifríquia e Magrebe Central, dirigiu seus exércitos em direção a Ceuta e antes de ser rechaçado pelos zenetas e andalusinos naquela cidade, destruiu as fortificações de Baçorá.[1]
No século XI a cidade desenvolve-se e torna-se uma das maiores aglomerações urbanas de Marrocos. No entanto, no século XII perdeu importância e no XVI confirma seu declínio e abandono. As escavações levadas a cabo no local a partir de 1980 permitiram melhor conhecimento da organização espacial do lugar e descobriu-se uma oficina de metalurgia e utensílios de pedra que atestam a importância arqueológica da cidade. A muralha, que no passado teve dez portas, foi em grande parte destruída e dela não restam mais do que as fundações, que se estendem por 2,5 quilômetros, cercando área de 30 hectares. Foi feita com pequenas pedra de cantaria e reforçada por torres semicirculares. Foi igualmente descoberta uma cisterna de pedra, coberta por abóbada suportada por arcos transversais; as suas dimensões são 4,25 de largura por 6 metros de comprimento.[1]
Notas e referências
editar- Parte do artigo foi baseado no na tradução do artigo «Basra, Morocco» na Wikipédia em inglês (acessado nesta versão).
- ↑ a b c «Espace du patrimoine - Sites Islamiques - Al-Basra». www.minculture.gov.ma (em francês). Ministério da Cultura de Marrocos. Consultado em 15 de julho de 2013. Cópia arquivada em 15 de julho de 2013
Bibliografia
editar- Siraj, Ahmed (1995). L'image de la Tingitane: l'historiographie arabe médiévale et l'antiquité nord-africaine (em francês). Roma: École française de Rome. p. 558-565. 732 páginas. ISBN 9782728303175
- Eustache, D (1956). Al-Basra, capital idrisside et son port (em francês). [S.l.]: Hespéris. p. 133-195
- Hirst, K. Kris. «Al-Basra - Medieval Islamic City in Morocco». archaeology.about.com (em inglês). Consultado em 15 de julho de 2013
- Benco, Nancy L (1987). The early medieval pottery industry at al-Basra, Morocco. Col: British Archaeological Reports International Series (vol.341) (em inglês). [S.l.]: British Archaeological Reports. Consultado em 15 de julho de 2013
- Benco, Nancy L (2004). Anatomy of a medieval Islamic town: Al-Basra, Morocco. Col: British Archaeological Reports British Series (vol. 1324) (em inglês). [S.l.]: Archaeopress. 106 páginas. ISBN 9781841715933
- Robertshaw, P.; Benco, N.; Wood, M.; Dussubieux, L.; Melchiorre, E.; Ettahiri, A. (2009). «Chemical analysis of glass beads from medieval Al-Basra (Morocco)». Universidade de Oxford. Archaeometry (em inglês). 52 (3): 355-379. ISSN 1475-4754. doi:10.1111/j.1475-4754.2009.00482.x. Consultado em 15 de julho de 2013
- Morgan, Martha E (outubro de 2007). «Early Islamic Metal Production in al-Basra, Morocco: A Technological Frame». Nova Iorque. African Studies Association, 50th Annual Meeting (em inglês). Consultado em 15 de julho de 2013