Badaró (revista)
Badaró é uma revista brasileira especializada na produção de jornalismo em quadrinhos, sendo o primeiro veículo do Brasil voltado a este segmento.[1][2] Criada em 2019 de forma digital, passou a editar em 2023 sua versão impressa[3]. O nome é uma homenagem ao jornalista ítalo-brasileiro Giovanni Libero Badaró.
Badaró | |
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Slogan | Jornalismo em quadrinhos e narrativas híbridas |
Atividade | Mídia |
Fundação | 11 de setembro de 2019 (5 anos) |
Sede | Campo Grande, MS, Brasil |
Marcas | Revista Badaró |
Serviços | |
Website oficial | revistabadaro |
A revista está baseada em Campo Grande, Mato Grosso do Sul, e já esteve presente em eventos como o Festival Mais Cultura, organizado pela UFMS, onde membros da Badaró ministraram uma oficina de jornalismo em quadrinhos.[4]
A Badaró recebeu importantes premiações do jornalismo brasileiro, como a menção honrosa no Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos, além do primeiro lugar no Prêmio Megafone de Ativismo e no Troféu Expocom Centro-Oeste.
O jornalista Eduardo Martins, da revista pernambucana Algo Mais, citou a Badaró como única publicação brasileira de quadrinhos jornalísticos, em uma lista de cinco sites voltados ao gênero.[5]
Prêmios
editarAo longo de sua existência, a revista foi laureada com algumas premiações. Em 2020, a reportagem multimídia "Infelizmente a Covid chegou, relata neto de cacique morto em aldeia de MS" (Adrian Albuquerque, Guilherme Correia, Marina Duarte, Leopoldo Neto) alcançou segundo lugar no Prêmio Livre.Jor de Jornalismo Mosca[6], na categoria Universitária; em 2021, outra reportagem multimídia publicada pela Badaró, "Sagrados Bastidores da Política", trabalho de conclusão de curso de Guilherme Correia, com ilustrações de Fábio "Fabil" Faria e Marina Duarte, venceu o Prêmio Expocom Centro-Oeste[7] na categoria Produção Transdisciplinar; no mesmo ano, a produção "LGBTfobia está atrelada ao processo de colonização" foi premiada com a Menção Honrosa no Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos[8] na categoria Arte. A matéria, feita em colaboração com a antropóloga Aline Correia Antonini, teve trechos em quadrinhos ilustrados por Marina Duarte e Norberto Liberator, que também participou da edição de texto.
Em 2023, a reportagem em quadrinhos "Um povo, três massacres", de Guilherme Correia, Iara Cardoso, Marina Duarte e Norberto Liberator, foi vencedora do Prêmio Megafone de Ativismo na categoria Reportagem na Mídia Independente.
Linha editorial
editarA Badaró possui posicionamentos claramente voltados à esquerda no espectro político. Em seu manifesto, disponível no site oficial da revista, é citada uma frase do jornalista gaúcho Tarso de Castro, um dos fundadores do jornal O Pasquim, na qual o diretor do jornal satírico afirma "não confiar em jornalista que não seja parcial"[9].
De acordo com o Observatório da Imprensa, a Badaró "foge da neutralidade e é caracterizada por sua postura crítica".[10] Um dos principais temas da revista são os conflitos fundiários. O cofundador Norberto Liberator afirmou em entrevista à Teatrine TV que os direitos dos povos indígenas são "uma prioridade" para o veículo. "Nós vivemos nesse estado que pratica uma violência muito grande contra esses povos, essas populações, então nós consideramos que é nosso dever falar sobre isso", afirmou o jornalista e ilustrador em reportagem assinada por Tero Queiroz.[11]
No plano internacional, a Badaró também costuma se posicionar a favor do que considera como povos vítimas de opressão, como é o caso de palestinos[12] e armênios[13].
Linguagens
editarAlém dos quadrinhos, o veículo também já publicou matérias em outras mídias, como o audiovisual, os podcasts e os textos escritos, e explorou hibridismos entre diferentes plataformas, como no caso da reportagem "Como a pandemia afeta uma aldeia indígena", inserida no acervo de saúde indígena[14] da Fiocruz, que possui trechos em texto, em quadrinhos, em áudio e em vídeo.
No entanto, de acordo com a seção "Quem Somos" do site oficial da revista, em 2023 a Badaró passou a ser "integralmente voltado aos quadrinhos jornalísticos e aos textos ilustrados"[15].
De acordo com o site da Faculdade de Ciências Humanas da UFMS[16], a revista é "comprometida com o jornalismo em quadrinhos, a produção de mini-documentários audiovisuais e textos escritos, por vezes opinativos".
Referências
- ↑ «O jornalismo que nasce da crise e se espalha pelo Brasil». Abraji. Consultado em 13 de março de 2022
- ↑ Huf, Natália (12 de novembro de 2021). «Jornalismo independente, coletivo e de oposição». Jornalismo & História - UFSC. Consultado em 13 de março de 2022
- ↑ «Badaró Especial n. 1». Revista Badaró. Consultado em 11 de fevereiro de 2023
- ↑ «Oficina debate Jornalismo em quadrinhos durante Festival Mais Cultura». UFMS. 25 de outubro de 2019. Consultado em 19 de julho de 2020
- ↑ «Jornalismo em quadrinhos: a narrativa gráfica da realidade». Algomais. Consultado em 19 de julho de 2020
- ↑ Livre.jor, Equipe (26 de outubro de 2020). «"A mão invisível das milícias" e #solteiragate são os grandes vencedores do 2º Prêmio de Jornalismo-Mosca». Livre.jor. Consultado em 19 de outubro de 2021
- ↑ Festa de Premiação Ganhadores Expocom Centro-Oeste, consultado em 19 de outubro de 2021
- ↑ «Vencedores - 43° Prêmio Vladimir Herzog». Prêmio Jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Consultado em 19 de outubro de 2021
- ↑ says, Lyanny Ferreira (11 de setembro de 2019). «O Manifesto». Revista Badaró. Consultado em 4 de dezembro de 2023
- ↑ Melo, Isadora Vasconcellos e Milena (22 de novembro de 2023). «Revista Badaró – jornalismo local de qualidade». Observatório da Imprensa. Consultado em 4 de dezembro de 2023
- ↑ «Jornalismo independente resiste a oligarquias no Centro-Oeste». www.teatrinetv.com.br. Consultado em 4 de dezembro de 2023
- ↑ «Os dados que escancaram a carnificina promovida por Israel». Revista Badaró. 1 de novembro de 2023. Consultado em 4 de dezembro de 2023
- ↑ «Armênios de Nagorno-Karabakh: um povo despejado». Revista Badaró. 20 de novembro de 2023. Consultado em 4 de dezembro de 2023
- ↑ Albuquerque, Adrian; Correia, Guilherme (8 de maio de 2020). «Como a pandemia afeta uma aldeia indígena»
- ↑ «https://www.revistabadaro.com.br/2019-02-25-quem-somos/». Revista Badaró. Consultado em 4 de dezembro de 2023 Ligação externa em
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(ajuda) - ↑ «Segundo artigo de uma série sobre Ciências Humanas é publicado na revista "Badaró"». FACH. 19 de junho de 2020. Consultado em 19 de julho de 2020