Bagras
Bagras (em turco: Baghrās), a antiga Pagras (em latim: Pagrae; em grego: Πάγραι), é uma cidade e seu castelo vizinho no distrito de İskenderun, nos montes Amano, na Turquia. A Geografia de Estrabão menciona-a as margens de Gindaro, "uma fortaleza natural", que levava ao Portão de Amano sobre os montes Amano.
Bagras Pagras Πάγραι; Pagrae | |
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Ruínas de Bagras | |
Localização atual | |
Localização do sítio de Bagras | |
Coordenadas | 36° 25′ 37″ N, 36° 13′ 30″ L |
País | Grécia |
Distrito | İskenderun |
Região | Mediterrâneo |
Região histórica | Cilícia |
Notas | |
Arqueólogos | R. W. Edwards |
Acesso público |
História do castelo
editarO castelo foi erigido em 965 pelo imperador Nicéforo II Focas (r. 963–969), que estacionou lá 1 000 infantes e 500 cavaleiros[1] sob o comando de Miguel Burtzes para invadir o campo da cidade vizinha de Antioquia.[2] Ele forneceu a base para uma força que cobria o Portão Amano. Ele foi edificado em dois níveis em torno de uma colina, a fortificação assemelhada ao trabalho armênio, e com água fornecida por aquedutos. Foi então reconstruída em torno de 1153 pelos Cavaleiros Templários sob o nome Gastão (Gaston, Gastun, Guascon e Gastim) e foi controlada por eles ou o Principado de Antioquia até ser forçada a capitular o sultão Saladino (r. 1174–1193) em 26 de agosto de 1189. Foi tomada em 1191 pelos armênios sob Leão III (r. 1269/1270–1289),[3] e sua posse tornou-se grande ponto de discórdia entre os antioquenos e templários.
Após muita negociação, finalmente retornou aos templários em 1216. Segundo os cronistas armênios, resistiu a um cerco das forças de Alepo por essa época.[4] Com a queda de Antioquia ao sultão mameluco Baibars (r. 1260–1277) em 1268, a guarnição perdeu o ânimo e um dos soldados desertou e entregou as chaves do castelo para ele. Os defensores restantes decidiram destruir o que podiam e renderam o castelo. Apesar da perda do castelo, Hetum II (r. 1289–1293) e Leão IV (r. 1303/05–1307) derrotaram decisivamente uma força invasora mameluca nas proximidades do passo em 1305.[5]
A primeira evolução história e arqueológica detalhada, incluindo uma pesquisa plana do complexo inteiro, foi concluída em 1979 por R. W. Edwards.[6] A fortificação tinha mais de 30 câmaras que abrangem o declive íngreme nos três níveis primários. Embora o sítio inicialmente tinha fases de construção árabe e bizantina, boa parte da alvenaria exterior é das ocupações francas. Reparos das torres e muralhas foram feitas pelos armênios com sua alvenaria distintiva durante breves períodos de controle. Bagras nunca foi integrada no complexo sistema defensivo que os armênios construído junto ao montes Tauro e Antitauro da Cilícia do século XII ao XIV.[7]
Referências
- ↑ Talbot 2005, p. 125.
- ↑ Iáia de Antioquia 1924, p. 816.
- ↑ Kennedy 2001, p. 142–144.
- ↑ Simbácio, o Condestável século XIII.
- ↑ Kurkjian 1958, p. 253.
- ↑ Edwards 1983.
- ↑ Edwards 1987.
Bibliografia
editar- Edwards, Robert W. (1983). «Bağras and Armenian Cilicia: A Reassessment». Revue des Études Arméniennes. 17
- Edwards, Robert W. (1987). The Fortifications of Armenian Cilicia: Dumbarton Oaks Studies XXIII. Washington, D.C.: Dumbarton Oaks, Trustees for Harvard University. pp. 3–50, 282. ISBN 0-88402-163-7
- Iáia de Antioquia (1924). «Histoire de Yahya-ibn-Sa'ïd d'Antioche continuateur de Sa'ïd-ibn-Bitriq». In: Kratchkovsky, J.; Vasiliev, A. Patrologia Orientalis Vol. XVIII. Paris: Brepols
- Kennedy, Hugh (2001). Crusader Castles. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 0-521-79913-9
- Kurkjian, Vahan M. (1958). «The Kingdom of Cilician Armenia — Mongol Invasion». A History of Armenia. Nova Iorque: Armenian General Benevolent Union
- Simbácio, o Condestável (século XIII). Crônica do Reino da Pequena Armênia. [S.l.: s.n.]
- Talbot, Alice-Mary; Denis F. Sullivan (2005). The History of Leo the Deacon: Byzantine Military Expansion in the Tenth Century. Washington: Dumbarton Oaks. ISBN 0-88402-324-9