Batalha de Itaparica
A Batalha de Itaparica foi um confronto ocorrido da Baía de Todos-os-Santos e praias da Ilha de Itaparica em 7 de janeiro de 1823, entre o Exército Brasileiro e a Marinha e Exército de Portugal durante a Guerra da Independência do Brasil.[1][2]
Batalha de Itaparica | |||
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Parte da Guerra da independência do Brasil | |||
Data | 7 de janeiro a 9 de janeiro de 1823 | ||
Local | Ilha de Itaparica, Bahia | ||
Desfecho | Vitória brasileira | ||
Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Baixas | |||
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Apesar de a independência do Brasil ter sido proclamada por Dom Pedro I em 7 de setembro de 1822, a luta armada prosseguiu na Bahia, com o enfrentamento da resistência portuguesa. As lutas duraram até 2 de julho de 1823, quando enfim, foi proclamada a vitória baiana. Em janeiro de 1823, a Ilha de Itaparica foi palco da Batalha de Itaparica, triunfo brasileiro fundamental para a vitória na guerra.[3]
Fundo
editarItaparica era um lugar estratégico: dava acesso a vila de Cachoeira sede da revolução contra os portugueses, era uma fonte importante de suprimento de comida, e era uma rota de embarcações que transportavam suprimentos para as forças portuguesas.[4] Documentos recentemente encontrados no acervo de manuscritos da Biblioteca Nacional, apontam que antes da batalha, houve uma serie de embates entre as tropas em Itaparica e a força naval portuguesa que ocupava a Baia de Todos os Santos, nos últimos dias de agosto de 1822, portanto antes do 7 de Setembro, Soldados Itaparicanos estavam a bordo de canoas "armadas" para atacar os barcos lusitanos que atacavam a costa da ilha.[5]
Mulheres
editarMaria Felipa de Oliveira, reconhecida como heroína da pátria[6] por sua atuação na guerra da independência da Bahia, teria lidererado um grupo de mulheres para lutar contra os soldados portugueses durante a batalha, notavelmente nas trincheiras da praia do convento. Maria Felipa é reconhecida na oralidade do povo da ilha de Itaparica, e sua historia foi resgatada do anonimato pela professora Eny Kleyde Vasconcelos Farias[7]. Atualmente alguns pesquisadores e historiadores baianos refutam a "narrativa da sedução", e atribuem a Felipa papel significativo como estrategista militar durante as lutas da independência na ilha de Itaparica, enquanto outros se esforçam para negar a sua existência.[8]
História
editarComandados por Antônio de Sousa Lima[9] os soldados do Batalhão de Itaparica, defenderam a ilha do ataque desesperado dos portugueses, a partir de um sistema defensivo que iniciava-se no Forte de São Lourenço, e seguia com trincheiras montadas em lugares estratégicos, guarnecidas por soldados e pequenas peças de canhão, como o Largo da Quitanda, a Fonte da Bica, a Praia da Convento, além das praias de Amoreiras, Mocambo, Manguinhos, Porto dos Santos, entre outros.[10]
Lá, ainda, João das Botas artilhou barcos com peças de vaivém dos engenhos, formando uma flotilha, e ainda cuidou de fortificar a Ponta de Nossa Senhora, a fim de fechar o caminho para o interior da baía. Com eles fez guerrilha nas águas da baía e dificultou, e às vezes impediu, o trânsito das embarcações lusitanas que buscavam as vilas do Recôncavo, realizando façanhas memoráveis e dignas de serem reproduzidas nas telas ou transformadas em histórias de ficção nas páginas dos nossos livros.[11]
Do lado português, João Felix Pereira de Campos era o comandante da esquadra portuguesa na Bahia, 42 embarcações de diferentes portes estiveram envolvidas nesse ataque, que resultou em uma derrota vergonhosa para os soldados e marinheiros portugueses.[12] Segundo as cartas de Pereira de Campos[13] que atribuíram ao fato de haver uma guarnição composta de um numero não esperado de pessoas, e a "forma de defender-se" da Ilha de Itaparica.
Ver também
editarReferências
- ↑ «O Povo e a Guerra» (PDF). UFBA. Consultado em 4 de julho de 2019
- ↑ Inácio Acioli de Cerqueira e Silva (1835). «Memórias históricas e políticas da província da Bahia». Biblioteca Digital de Literaturas de Língua Portuguesa - UFSC. p. 176. Consultado em 4 de julho de 2019
- ↑ «Baianos defenderam ilha de ataque português há 200 anos». Folha de S.Paulo. 15 de janeiro de 2023. Consultado em 18 de janeiro de 2023
- ↑ Pacheco, Clarissa (1 de julho de 2017). «Itaparica: batalha de 7 de janeiro de 1823 expulsou portugueses». Jornal Correio. Consultado em 1 de agosto de 2021
- ↑ «Projeto Resgate - Bahia Avulsos (1604-1828) - DocReader Web». resgate.bn.br. Consultado em 20 de julho de 2022
- ↑ «Lei inclui nomes de mártires baianos no Livro dos Heróis e Heroínas da Pátria». Senado Federal. Consultado em 24 de março de 2024
- ↑ «Independência da Bahia: livro conta a história de luta de Maria Felipa». www.tce.ba.gov.br. Consultado em 24 de março de 2024
- ↑ «Quem foi Maria Felipa, a escravizada liberta que combateu marinheiros portugueses e incendiou navios». BBC News Brasil. Consultado em 24 de março de 2024
- ↑ Osório, Ubaldo, (1883-1974), Auteur. (1979). A Ilha de Itaparica história e tradição. [S.l.]: Fundação Cultural do Estado da Bahia. OCLC 864756554
- ↑ Nobrega, Bernardino Ferreira (1923). Fac-simile da primeira e unica edição da Memoria historica sobre as victorias alcançadas pelos itaparicanos no decurso da campanha da Bahia, quando o Brasil proclamou a sua independencia... [S.l.]: Typ. Social
- ↑ (PDF) http://200.187.16.144:8080/jspui/bitstream/bv2julho/312/1/A%20Bahia%20na%20Independ%C3%AAncia%20Nacional%20-%20Colet%C3%A2nea%202%20de%20julho.pdf Em falta ou vazio
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(ajuda) - ↑ Tavares, Luís Henrique Dias (2005). Independência do Brasil na Bahia. [S.l.]: EDUFBA. ISBN 9788523209018
- ↑ «Projeto Resgate - Bahia Avulsos (1604-1828) - DocReader Web». resgate.bn.br. Consultado em 19 de abril de 2019