Batalha de Mombaça (1528)
A Batalha de Mombaça de 1528 foi um confronto militar entre as forças portuguesas sob o comando do governador português da Índia Nuno da Cunha e o Sultanato de Mombaça.
Batalha de Mombaça (1528) | |||
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O governador da Índia, Nuno da Cunha | |||
Data | 1528 | ||
Local | Mombaça | ||
Desfecho |
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Beligerantes | |||
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Comandantes | |||
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Forças | |||
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Baixas | |||
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A Batalha
editarEm 1528, Nuno da Cunha foi nomeado pelo rei D. João III como governador da Índia. Foi despachado nesse ano com uma poderosa frota de 13 navios e 3000 soldados.[1]
No entanto, a peste eclodiu entre a frota a meio da viagem e espalharam-se os navios após terem enfrentado mau tempo ao contornar o Cabo da Boa Esperança, ao passo que alguns afundaram-se.[1] Nuno da Cunha decidiu portanto fazer escala na costa leste africana com três navios.[1] Alguns doentes com escorbuto foram deixados em Zanzibar.[1] O governador ancorou no porto de Mombaça, e pretendia abrigar-se ali durante vários meses, pelo que solicitou ao seu sultão alojamento e autorização para desembarcar os seus homens, o que, no entanto, foi-lhe rejeitado.[2] Ao insistir, os navios portugueses foram alvejados desde a costa.[2] Nuno da Cunha decidiu então capturar a cidade, e a ele juntou-se uma nau do rei de Melinde, e também o xeque de Otondo, uma cidade vizinha à data de más relações com o sultão de Mombaça, e também Mumbo Maomé, filho do homem que recebera Vasco da Gama quando este passara pela cidade.[2] O sultão de Mombaça fortificou o porto e mobilizou 600 arqueiros na cidade.[2]
Os navios portugueses forçaram a entrada no porto de Mombaça e ancoraram em frente à cidade, que foi bombardeada.[2] Na manhã seguinte, levaram a cabo um desembarque. 450 homens, dos quais 60 eram arcabuzeiros, desembarcaram em Kilindini.[3] Os portugueses passaram por uma mesquita e a caminho da cidade não se depararam com mais que alguma resistência simbólica da parte de grupos de arqueiros e Mombaça foi assim ocupada, não tendo os portugueses registado mais que 25 feridos.[3] O sultão evacuara a cidade com os seus habitantes.[2] No dia seguinte 200 portugueses capturaram as fortificações do porto, mas ao regressarem para a cidade sofreram uma emboscada que lhes matou 25 homens.[3]
Consequências
editarOs reis da Ilha de Pemba, Zanzibar e outras cidades enviaram presentes a Nuno da Cunha em agradecimento por ter derrotado o sultão de Mombaça, que os oprimia.[4][5]
Enquanto se mantiveram em Mombaça, os portugueses lutaram com um grande navio mercante turco.[1] Persistiam pequenas escaramuças entre os portugueses e os residentes de Mombaça, Nuno da Cunha dirigiu um ultimato ao sultão de Mombaça, após o qual este concordou em tornar-se vassalo tributário de Portugal e pagar um resgate da sua cidade.[2] O clima local porém, revelava-se fatal para os portugueses e, vendo que o sultão adiava o pagamento do tributo, Nuno da Cunha mandou saquear e incendiar a cidade antes de partir.
Em Maio de 1529 o governadors partiu com os seus homens e navios para Melinde, mais a norte.[2]
Ver também
editarReferências
editar- ↑ a b c d e f g h Saturnino Monteiro: Batalhas e Combates da Marinha Portuguesa, volume II, Livraria Sá da Costa Editora, pp 155- 156.
- ↑ a b c d e f g h i j Frederick Charles Danvers: The Portuguese in India, volume I, W. H. Allen & Co. Limited, Londres, 1894 pp. -396.
- ↑ a b c d e f g Stéphane Pradines: "Portuguese Fortresses in East Africa" in Fort, volume 44, 2016, pp. 52-53.
- ↑ "dicionario/cunha_nuno1.html Nuno da Cunha" em Portugal, Dicionário Histórico em arqnet.pt.
- ↑ C. H. Stigand: A Terra de Zinj: Sendo um Relato da África Oriental Britânica, sua História Antiga e Habitantes Atuais, Frank Cass & Co. 1966, pp. 15-16.