Bateria de Nossa Senhora da Guia
Bateria de Nossa Senhora da Guia localizava-se no lado esquerdo da barra da baía de Guanabara, no atual bairro de Jurujuba, município de Niterói, no estado brasileiro do Rio de Janeiro.
Bateria de Nossa Senhora da Guia | |
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Construção | Filipe II de Espanha (1584) |
História
editarEmbora a primitiva ocupação do promotório rochoso à margem esquerda da barra seja tradicionalmente atribuída a uma bateria francesa que teria existido entre 1555-1560 para defesa da França Antártica (SOUZA, 1885:102-103), as fontes coevas apenas referem a tentativa de estabelecimento de uma bateria na ilha da Laje (ver Bateria Ratier).
Em 1573, os temiminós sob a liderança de Araribóia mudaram-se para a atual região de Niterói, fundando o aldeamento de São Lourenço dos Índios. Dois anos mais tarde (1575), a nau francesa "Salamandra" atacou a povoação, trazendo o temor de possíveis ataques vindos pelo mar.
A posição na barra da baía só foi efetivamente ocupada pelos portugueses a partir de 1584, quando foi erguida uma bateria, sob a invocação de Nossa Senhora da Guia, na segunda gestão de Salvador Correia de Sá, o velho, enquanto governador da Capitania do Rio de Janeiro (1577-1599). A informação é fornecida pelo padre José de Anchieta em sua carta ânua de 1585, onde reportou a seus superiores que a cidade do Rio de Janeiro se encontrava bem defendida, não só pela Fortaleza de São Sebastião do Castelo, mas por várias outras, entre as quais se destacava a Bateria de Nossa Senhora da Guia, mandada erguer, no ano anterior, por aquele governante.
Embora SOUZA (1885) compreenda ter sido esta a estrutura que repeliu a tentativa de assalto do corsário neerlandês Olivier van Noort à baía da Guanabara (1599) (op. cit., p. 103), parece mais correto compreender que foi diante dela na barra, a 9 de fevereiro, que as autoridades coloniais portuguesas negaram a licença requerida por aquele almirante para fazer aguada à sua esquadra de três navios, armada pela Companhia Neerlandesa das Índias Orientais, com ordens para passar o estreito de Magalhães em busca de uma rota alternativa à do cabo da Boa Esperança (PEIXOTO, 1932:7-8).
De acordo com os diários de bordo, a esquadra, vítima de escorbuto, buscava "refrescos" (suprimentos frescos e água potável), o que foi negado pelas autoridades portuguesas, à entrada na baía de Guanabara, receosas de um ataque, tendo se registrado uma escaramuça em terra. Esta estrutura foi sucedida pela Fortaleza de Santa Cruz da Barra.
Ver também
editarBibliografia
editar- BARRETO, Aníbal (Cel.). Fortificações no Brasil (Resumo Histórico). Rio de Janeiro: Biblioteca do Exército Editora, 1958. 368 p.
- GARRIDO, Carlos Miguez. Fortificações do Brasil. Separata do Vol. III dos Subsídios para a História Marítima do Brasil. Rio de Janeiro: Imprensa Naval, 1940.
- PEIXOTO, Eduardo Marques. Ilha da Trindade: memória histórica. Rio de Janeiro: Arquivo Nacional, 1932.
- SOUSA, Augusto Fausto de. Fortificações no Brazil. RIHGB. Rio de Janeiro: Tomo XLVIII, Parte II, 1885. p. 5-140.
Ligações externas
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