Gonorreia

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Gonorreia é uma infeção sexualmente transmissível (IST) causada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae.[1] Em muitos casos não se manifestam sintomas.[1] Em homens, os sintomas mais comuns são ardor ao urinar, corrimento do pénis ou dor nos testículos.[1] Em mulheres, os sintomas mais comuns são ardor ao urinar, corrimento vaginal, hemorragias vaginais entre períodos ou dor pélvica.[1] Em mulheres, a complicação mais frequente é a Doença inflamatória pélvica enquanto em homens é a inflamação do epidídimo.[1] Se não for tratada, a gonorreia pode se espalhar para as articulações, causando artrite séptica, ou para as válvulas cardíacas, causando endocardite.[1][2]

Gonorreia
Gonorreia
Lesão gonocócia na pele
Sinónimos Infecção gonocócica, uretrite gonocócica, blenorragia
Especialidade Infectologia
Sintomas Nenhum, ardor ao urinar, corrimento vaginal, corrimento do pénis, dor pélvica, dor nos testículos[1]
Complicações Doença inflamatória pélvica, inflamação do epidídimo, artrite séptica, endocardite[1][2]
Causas Neisseria gonorrhoeae geralmente transmitida por via sexual[1]
Método de diagnóstico Análises à urina, exames à uretra em homens ou colo do útero em mulheres[1]
Prevenção Preservativo, um único parceiro sexual não infetado, abstinência sexual[1][3]
Tratamento Ceftriaxona injetável ou azitromicina oral[4][5]
Frequência 0,8% (mulheres), 0,6% (homens)[6]
Classificação e recursos externos
CID-10 A54
CID-9 098
CID-11 1977691885
DiseasesDB 8834
MedlinePlus 007267
eMedicine article/782913
MeSH D006069
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A gonorreia é transmitida pelo contacto sexual com uma pessoa infetada.[1] O contacto inclui sexo vaginal, oral e anal.[1] A doença pode também ser transmitida da mãe para o bebé durante o parto.[1] O diagnóstico é realizado com análises à urina e exames à uretra, nos homens, ou ao colo do útero, em mulheres.[1] Recomenda-se o rastreio anual de todas as mulheres sexualmente ativas e com menos de 25 anos de idade, assim como qualquer pessoa com novos parceiros sexuais[3] ou homens que praticam sexo com outros homens.[3]

A gonorreia pode ser prevenida com o uso de preservativo, em praticar sexo com uma única pessoa não infetada ou mediante abstinência sexual.[1][3] O tratamento geralmente consiste na administração de ceftriaxona injetável ou azitromicina por via oral.[4][5] No entanto, tem vindo a desenvolver-se resistência antibiótica a muitos dos antibióticos anteriormente usados, pelo que em alguns casos podem ser necessárias doses elevadas de ceftriaxona.[4][5] Recomenda-se ainda que seja feito novo rastreio três meses após o tratamento.[3] O tratamento deve também ser alargado a todos os parceiros sexuais da pessoa infetada nos dois meses anteriores à infeção.[1]

A gonorreia afeta cerca de 0,8% das mulheres e 0,6% dos homens.[6] Estima-se que ocorram entre 33 e 106 milhões de novos casos de gonorreia em cada ano, entre um total de 498 milhões de novos casos de ISTs curáveis, o que inclui sífilis, clamídia e tricomoníase.[7][8] Em 2015, a doença foi responsável por 700 mortes.[9] Em mulheres, as infeções são mais comuns no início da idade adulta.[3] As primeiras descrições da doença remontam à época do Novo Testamento.[2] O termo tem origem no grego gonórrhoia ("corrimento nos órgãos da geração").[10]

Referências

  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q «Gonorrhea - CDC Fact Sheet (Detailed Version)». CDC. 17 de novembro de 2015. Consultado em 27 de agosto de 2016. Cópia arquivada em 2 de setembro de 2016 
  2. a b c Morgan, MK; Decker, CF (agosto de 2016). «Gonorrhea.». Disease-a-month : DM. 62 (8): 260–8. PMID 27107780. doi:10.1016/j.disamonth.2016.03.009 
  3. a b c d e f Workowski, KA; Bolan, GA (5 de junho de 2015). «Sexually transmitted diseases treatment guidelines, 2015.». MMWR. Recommendations and reports : Morbidity and Mortality Weekly Report. Recommendations and reports / Centers for Disease Control. 64 (RR-03): 1–137. PMID 26042815 
  4. a b c «Antibiotic-Resistant Gonorrhea Basic Information». CDC. 13 de junho de 2016. Consultado em 27 de agosto de 2016. Cópia arquivada em 8 de setembro de 2016 
  5. a b c Unemo, M (21 de agosto de 2015). «Current and future antimicrobial treatment of gonorrhoea - the rapidly evolving Neisseria gonorrhoeae continues to challenge.». BMC Infectious Diseases. 15. 364 páginas. PMC 4546108 . PMID 26293005. doi:10.1186/s12879-015-1029-2 
  6. a b Newman, Lori; Rowley, Jane; Vander Hoorn, Stephen; Wijesooriya, Nalinka Saman; Unemo, Magnus; Low, Nicola; Stevens, Gretchen; Gottlieb, Sami; Kiarie, James; Temmerman, Marleen; Meng, Zhefeng (8 de dezembro de 2015). «Global Estimates of the Prevalence and Incidence of Four Curable Sexually Transmitted Infections in 2012 Based on Systematic Review and Global Reporting». PLOS ONE. 10 (12): e0143304. Bibcode:2015PLoSO..1043304N. PMC 4672879 . PMID 26646541. doi:10.1371/journal.pone.0143304 
  7. Global Burden of Disease Study 2013, Collaborators (22 de agosto de 2015). «Global, regional, and national incidence, prevalence, and years lived with disability for 301 acute and chronic diseases and injuries in 188 countries, 1990-2013: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2013.». Lancet. 386 (9995): 743–800. PMC 4561509 . PMID 26063472. doi:10.1016/s0140-6736(15)60692-4 
  8. Emergence of multi-drug resistant Neisseria gonorrhoeae (PDF) (Relatório). World Health Organisation. 2012. 2 páginas. Arquivado do original (pdf) em 12 de setembro de 2014 
  9. GBD 2015 Mortality and Causes of Death, Collaborators. (8 de outubro de 2016). «Global, regional, and national life expectancy, all-cause mortality, and cause-specific mortality for 249 causes of death, 1980-2015: a systematic analysis for the Global Burden of Disease Study 2015.». Lancet. 388 (10053): 1459–1544. PMC 5388903 . PMID 27733281. doi:10.1016/s0140-6736(16)31012-1 
  10. FERREIRA, A. B. H. Novo Dicionário da Língua Portuguesa. Segunda edição. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1986. p.858

Ligações externas

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