Boscobel House (Estado de Nova Iorque)
Boscobel House é um palácio americano, com vista para o Rio Hudson, construído no início do século XIX por States Dyckman. É considerado um exemplo notável do Estilo Federal da Arquitectura Amwericana, aumentado pela extensa colecção de Dyckman, constituida por decorações e mobiliário da época. Actualmente é uma casa-museu histórica e uma popular atracção turística.
Originalmente, o edifício estava localizado na aldeia de Montrose, no Condado de Westchester, Estado de Nova Iorque. Esforços de restauro em meados do século XX, moveram-no 24 km (15 milhas) rio acima, para o local onde se ergue actualmente, na estrada NY 9D, uma milha a sul da aldeia de Cold Spring, Condado de Putnam, no mesmo Estado.
História
editarConstrução
editarDyckman, um descendente dos primeiros colonizadores holandeses de Manhattan, tinha manobrado de forma a manter a sua fortuna de família apesar de ser um activo Lealista e trabalhar nos corpos do aprovisionamento militar do British Army durante a maior parte da Guerra da Independência Americana, cuidando das contas de vários oficiais responsáveis por essa área. Quando Sir William Erskine, Quartermaster General, regressou a Inglaterra, em 1779, para enfrentar uma auditoria e investigação por aproveitamentos de guerra, pediu a Dyckman que o acompanhasse. Este permaneceu em Inglaterra por dez anos, participando noutras investigações de quartermasters, e regressou apenas em 1789, a uns Estados Unidos da América recém-independentes.[1]
Enquanto esteve em Londres, Dyckman associou-se com muitos membros ricos da sociedade e adquiriu os seus gostos, particularmente pelos edifícios neoclássicos de Robert Adam. Comprou muitos móveis e objectos decorativos, tal como um serviço de jantar Wedgwood, e embarcou-os para os Estados Unidos consigo.[2] Com o juro duma considerável anuidade que Sir William Erskine lhe concedera, Dyckman pensou em construir uma propriedade de 1 km² (250 acres) próximo de Montrose a que deu o nome de Boscobel, talvez a partir de Boscobel House, um palácio rural no Shropshire (ele próprio nomeado a partir do elegante italiano Bosco Bello - "Bosque Belo"), symbolizando a sua anglofilia.[3] De acordo com um biógrafo, ele via-se a si próprio como um "visivelmente bem fixado lavrador, rodeado por objectos de gosto (...) que não cultivava muito seriamente".[1] Dyckman começou esse processo casando com Elizabeth Corne, filha doutra família Lealista, em 1794. No entanto, dentro de um ano, enfrentou dificuldades financeiras: os herdeiros de Erskine suspenderam a anuidade depois da sua morte e os seus próprios gostos luxuosos e ofertas generosas a membros da família menos afortunados contribuiram para reduzir as suas possibilidades económicas.
Dyckman regressou a Londres em 1799, esperando reparar a sua fortuna e regressar para a sua esposa, filho e filha dentro de um ano.[1]No entanto, ficou por três anos, acabando as investigações restantes dos quartermasters sob John Dalrymple, ele próprio objecto de inquérito em tempos. Dyckman acabou por restaurar a sua fortuna persuadindo os Erskine a restabelecer a sua anuidade e negociando um ajustamento extremamente generoso com Dalrymple e os outros quartermasters a quem havia ajudado a inocentar, aparentemente manipulando a evidência.[1]
Mais rico, mas injuriado e indisposto, Dyckman regressou aos Estados Unidos em 1803 começou a construir a casa que tinha planeado havia muito tempo. É possível que tenha trazido ante-projectos desenhados em Inglaterra, uma vez que as obras começaram logo seis meses depois do seu regresso.[2] O arquitecto não é cohecido, embora registos sobreviventes mostrem que um tal William Vermilye esteve fortemente envolvido como administrador da construção.[2] Dyckman faleceu em 1806, antes do edifício estar acabado. A sua viúva amada completou-o, tendo-se mudado para lá com o seu filho sobrevivente em 1808.
Restauro
editarO palácio manteve-se na família até 1920. Nos 35 anos seguintes, sob proprietários consecutivos, enfrentou frequentemente a possibilidade de ser demolido. Em 1955, uma organização chamada Friends of Boscobel (Amigos de Boscobel) salvaram-no no último minuto dum empreiteiro que tinha feito uma oferta de 35 dólares para derrubá-lo depois da "Administração de Veteranos" ter construido um hospital no local. Um ano mais tarde, conseguiram que o palácio fosse movido para um local semelhante a montante, próximo de Cold Spring,[4] usando fotografias do Historic American Buildings Survey para guiar a reconstrução.[2]
Lila Acheson Wallace, esposa do fundador da Reader's Digest, DeWitt Wallace, tinha de início, anonimamente, providenciado 50.000 dólares para tornar possível a remoção e a reconstrução. Quando os Friends of Boscobel se tornaram na Boscobel Restoration, Inc., ela assumiu um papel mais público como directora, particularmente na supervisão do paisagismo e da decoração interior.[4] Richard K. Webel desenhou campos para o novo lugar que tinham poucas semelhanças com a sua envolvência original, tomando, em vez disso, o estilo "country house" popular no início do século XX. Foram plantadas árvores de grande porte para dar a impressão que a casa sempre tinha estado ali.[5]
O palácio reconstruido foi formalmente reinaugurado no dia 21 de Maio de 1961, numa cerimónia presenciada pelo então Governador Nelson Rockefeller, que o elogiou como "uma das mais belas casas alguma vez construidas na América". Mais tarde, Lila Acheson Wallace encabeçou o desenvolvimento dum espectáculo de luz e som de 40 minutos, o qual foi apresentando nos terrenos duas vezes por semana, no verão, até ao final da década de 1970. Mais ou menos nessa época, foram descobertos novos papéis de Dyckman, tendo a casa sido fechada durante seis meses em 1977, enquanto era redecorade de forma mais consistente com os seus gostos registados. Voltou a abrir no verão desse ano, recebendo rasgados elogios.[5]
Arquitectura
editarA característica distintiva de Boscobel é a invulgar delicadeza transmitida pela frontaria e a sua ornamentação. Unicas entre os edifícios de Estilo Federal, festões entalhados na madeira em forma de draparia, completados com borlas e laços, agraciam o topo do baçcão do segundo piso. Um terço da face é vidro, com finos e grandes painéis contemporâneos usados no restauro para para melhorar a luminosidade existente. As janelas são ligeiramente recuadas e as ripas de madeira que revestem a fachada estão totalmente ajustados e combinados num esforço aparente para sugerir alvenaria.[4]
Foram feitas algumas pequenas alterações desde a construção original. Uma entrada das traseiras e uma escadaria, exigidas pelos conremporâneos códigos de incêndio, foram acrescentadas em 1958, durante a reconstrução, e uma sala com piso de terra existente na cave tornou-se numa casa de banho dos visitantes.[2]
Actualidade
editarBoscobel House está aberta ao público entre as 9:30h e as 17h todos os dias da semana (excepto às terças feiras e feriados) entre Abril e Dezembro. A segunda terça-feira de cada mês é reservada aos artistas, com entrada livre para pintar ou desenhar nos campos. As visitas começam na loja de presentes perto da entrada; é cobrada uma taxa de admissão. Os visitantes podem fazer picnics nos campos.[6] O Hudson Valley Shakespeare Festival (Festival Shakespeare do Vale do Hudson) é apresentado sob uma tenda durante os meses de verão.[7]
Referências
- ↑ a b c d Lyle, Charles (2003). «Boscobel History». Consultado em 16 de janeiro de 2008. Arquivado do original em 21 de janeiro de 2008
- ↑ a b c d e Gobrecht, L. E. (1977). «National Register of Historic Places nomination, Boscobel». Consultado em 16 de janeiro de 2008
- ↑ Faber, Harold (3 de Março de 1991). «Sunday Outing; Worth $35 to a Wrecker, Boscobel Is Now a Gem». The New York Times. Consultado em 21 de janeiro de 2008
- ↑ a b c Lyle, Charles (2003). «Boscobel History, Continued». Consultado em 16 de janeiro de 2008
- ↑ a b Lyle, Charles (2003). «Boscobel History, Continued, p. 3». Consultado em 16 de janeiro de 2008
- ↑ «Boscobel Admission and Hours». Consultado em 19 de janeiro de 2008
- ↑ «Hudson Valley Shakespeare Festival 2008 Season». Consultado em 16 de janeiro de 2008