Brô Mc's
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Brô Mc's é um grupo de rap formado em 2009 [1]por integrantes indígenas Guarani e Kaiowá[2]. É considerado o primeiro grupo de rap indígena do Brasil[3][4].
O Brô Mc's une elementos do rap e da música indígena da etnia de seus integrantes, e mistura o português e o guarani em para expressar a cultura originária em suas canções. As letras de suas músicas citam a afirmação da identidade indígena e também relatam as difíceis condições de vida que os povos indígenas vivem no Brasil, com abordagens sobre a luta pela demarcação de terras, o combate ao preconceito e denúncias sobre a violência e os altos índices de suicídio nas aldeias[5][6]. O primeiro clipe dos Brô Mc's foi lançado em 2010, com a música Eju Orendive, que teve repercussão à época por seu caráter de diálogo interétnico, denúncia e mobilização das pessoas indígenas com o lema: "Aldeia unida, mostra a cara".
O Brô Mcs se apresentou ao longo de sua carreira em festivais nacionais e internacionais, assembleias indígenas, no Acampamento Terra Livre em Brasília e no Rock in Rio em 2022 considerado o maior festival de música do mundo [7].
Dentre suas realizações, o Brô Mc's está construindo o primeiro estúdio de música em uma Aldeia indígena no Brasil, na Terra Indígena Boróró, em Mato Grosso do Sul[8].
A história do grupo Brô Mc's inspirou o roteiro do filme A Pele Morta, que está em fase de finalização[9][10].
História
editarO grupo foi formado em 2009 por Bruno VN, CH, Tio Creb e Kelvin Mbaretê, indígenas Guarani e Kaiowá residentes nas Aldeias Bororó e Jaguapiru, localizadas na Reserva Indígena de Dourados, localizada a 235 quilômetros da capital Campo Grande, no estado do Mato Grosso do Sul, Brasil. A região é marcada pelo avanço do agronegócio e pelas violências realizadas por latifundiários nas invasões a territórios habitados por povos originários[11].
Com seu primeiro vídeo da música Eju Orendive, lançado no Youtube em 2010, o Brô Mc's ganhou visibilidade por sua produção audiovisual, que mesclava elementos da cultura hip-hop com elementos culturais originários Guarani e Kaiowá para afirmar a cultura indígena, estabelecer diálogos interculturais com não-indígenas e denunciar as dificuldades sofridas no contexto da Aldeia, permeada de conflitos relacionados ao agronegócio e suas consequências violentas para a população originária na região[12].
Integrantes
editarO grupo é formado Bruno Veron (Bruno VN), Clemerson Batista (Tio Creb), Kelvin Mbaretê e Charles Peixoto (CH).
Discografia
editarO primeiro álbum lançado pelo Brô Mc's em 2009, de forma independente[13]. Atualmente, o grupo lança seus trabalhos em plataformas de streamming de música.
Singles
editar- (2021) Resistência Nativa
- (2022) Demarcação
- (2022) Koangagua
EPs
editar- (2022) Rap Indígena
Parcerias
editarA parceria musical mais recente do Brô Mc's foi com o rapper Xamã na apresentação do Rock in Rio de 03 de setembro de 2022, na cidade do Rio de Janeiro[14].
O grupo também fez uma parceria com o DJ Alok na produção da música "Jahara", que faz parte da trilha sonora da novela "Pantanal", exibida pela TV Globo, e com a cantora Marina Peralta com a música "Demarcação".[15]
Referências
editar- ↑ Aragão, Tainá (1 de setembro de 2022). «Brô Mc's é o primeiro grupo de rap indígena a se apresentar no Rock in Rio». Instituto Socioambiental. Consultado em 4 de setembro de 2022
- ↑ Mesquita, Rodrigo (31 de agosto de 2018). «A LINGUAGEM AUDIOVISUAL DO BRÔ MC'S: UMA PROPOSTA DE USO DIDÁTICO NA PERSPECTIVA INTERCULTURAL». Universidade Estadual de Goiás. A Revista Nós – Cultura, Estética e Linguagens. v. 03 (n. 02): p.200. Consultado em 4 de setembro de 2022
- ↑ Veja Rio, Redação (1 de setembro de 2022). «Primeiro grupo de rap indígena, Brô MC's faz sua estreia no Rock in Rio». Veja Rio. Consultado em 4 de setembro de 2022
- ↑ Ricalde, Pamplona, Câmara, Débora, Carol, José (29 de janeiro de 2022). «Brô Mc's: conheça o grupo de rap que vai cantar a realidade indígena no Rock In Rio 2022». g1. Consultado em 4 de setembro de 2022
- ↑ Montesanti, Beatriz (16 de fevereiro de 2017). «Quem são os Brô MC's, primeiro grupo de rap indígena do Brasil». Nexo Jornal. Consultado em 4 de fevereiro de 2022
- ↑ Cruz, Luciene (27 de junho de 2013). «Número de suicídios é maior entre os guaranis-kaiowás». Agência Brasil - Empresa Brasil de Comunicação. Consultado em 4 de setembro de 2022
- ↑ Marques, Leandro (12 de maio de 2022). «Voando alto! O que você precisa saber sobre o Brô Mc's, o primeiro grupo de Rap indígena do Brasil». Midiamax Uol. Consultado em 4 de setembro de 2022
- ↑ Geographic, National (15 de agosto de 2022). «Brô Mc's – Bruno Veron, Clemerson Batista, Kelvin Mbaretê e Charlie Peixoto». National Geographic. Consultado em 4 de setembro de 2022
- ↑ Agora, Dourados (15 de outubro de 2018). «História de grupo de rap indígena vira inspiração para filme gravado em Dourados». Dourados Agora. Consultado em 4 de setembro de 2022
- ↑ Oliver, Lucas (17 de outubro de 2018). «Grupo de rap indígena sul mato-grossense participa de filme que fala da busca da identidade dos personagens». g1. Consultado em 4 de setembro de 2022
- ↑ Monteiro, Daniel Macedo Lopes Vasques (2 de junho de 2020). «Terra, poder e violência: conflitos no Mato Grosso do Sul e a relação do agronegócio com os Kaiowá e Guarani». Open Edition Journals. Confins revista franco-brasileira de geografia (45). Consultado em 4 de setembro de 2022
- ↑ Fiocruz, Mapa de Conflitos. «MS – O Martírio de um Grande Povo – identidade, afirmação e reconhecimento dos direitos e terras dos Guarani-Kaiowá»
- ↑ Mesquita, Rodrigo (31 de agosto de 2018). «A LINGUAGEM AUDIOVISUAL DO BRÔ MC'S: UMA PROPOSTA DE USO DIDÁTICO NA PERSPECTIVA INTERCULTURAL». Universidade Estadual de Goiás. Revista Nós - Cultura, Estética e Linguagens. v. 3 (n. 2): p. 220. Consultado em 4 de setembro de 2022
- ↑ Alves, Aletheya (3 de setembro de 2022). «Brô MC's levam luta indígena em estreia no palco do Rock in Rio». Campo Grande News. Consultado em 4 de setembro de 2022
- ↑ Fernandes, Adriano (18 de abril de 2022). «"Pelo direito de viver", Marina Peralta e Bro MC's lançam "Demarcação"». Campo Grande News. Consultado em 4 de setembro de 2022
