CETME é o nome porque é conhecido o fuzil/espingarda de combate desenvolvido em Espanha na década de 1950. O CETME é muito semelhante à espingarda automática G3 desenvolvida a partir daquele pela Heckler & Koch GmbH da Alemanha.

CETME

CETME C exposto na
Colección Museográfica de la Legión en Almería.[1]
Tipo Fuzil de batalha
Local de origem Espanha
História operacional
Em serviço 1957 - até hoje
Histórico de produção
Criador Ludwig Vorgrimler
Data de criação 1949
Período de
produção
1952 - 1999
Variantes A, A1, B, C, E, L e LC
Especificações
Peso 3,4 kg (CETME L)
3,22 kg (CETME LC)
Comprimento 925 mm (CETME L)
860 mm (CETME LC com coronha esticada)
665 mm (CETME LC com coronha retraída)
Comprimento  400 mm (CETME L)
320 mm (CETME LC)

História

editar

O Centro de Estudios Técnicos de Materiales Especiales (CETME) sigla que serviu para baptizar o fuzil, foi criado em 1949, para reagir ao isolamento internacional da Espanha durante da ditadura de Francisco Franco.[2] Destinava-se a criar projectos militares, com ênfase nas armas de assalto para substituírem os obsoletas espingardas de repetição que equipavam as Forças Armadas Espanholas.

O fuzil CETME deriva mecanicamente da StG45(M), um protótipo de espingarda de assalto alemão desenvolvido pela Mauser no final da Segunda Guerra Mundial. O final da guerra ditou a interrupção do projecto e a fuga para Espanha de alguns dos seus técnicos responsáveis. Um deles, Ludwig Vorgrimler foi o responsável pelo desenvolvimento do CETME.

O CETME foi criado por ordem do Ministério da Guerra espanhol. A sua primeira versão viu a luz do dia em 1952 e foi adoptado pelas Forças Armadas Espanholas em 1957. Sucessivas versões foram vendo as suas características melhoradas, como o alcance, a precisão e o tipo de munição. O CETME L foi o fuzil padrão das Forças Armadas Espanholas até 1999, altura em que adoptaram o G36. Por curiosidade o G36 foi desenvolvido a partir da G3, a qual se baseia no CETME B desenvolvido pela Heckler & Koch entre 1957 e 1961.

O CETME foi considerado um dos melhores fuzis de assalto do seu tempo pela sua elevada precisão, potência e, sobretudo, resistência.[3]

Variantes

editar

O fuzil CETME foi desenvolvido nas versões A1, A2, B, C, D, E, L, LC, LV e AMELI.[4]

CETME A: primeira versão do fuzil foi desenvolvida pela empresa C. G. Haenel Waffen und Fahrradfabrik pelo engenheiro Hugo Schmeisser mesmo engenheiro que desenvolveu o fuzil StG 44 posteriormente foi vendida para o governo espanhol, sendo que seu primeiro lote de fabricação está datado de 1948.
CETME A/A1: Segunda versão, desenvolvida em 1949, usando a munição 7,92 x 40 mm CETME, capaz de incapacitar um alvo humano a 1.000 metros. Esta munição era, contudo, proibida pela Convenção de Genebra e por isso, iniciou-se o desenvolvimento da munição 7,62 mm NATO;
CETME B: modelo capaz de disparar tanto as munições 7,62 mm CETME como o 7,62 mm NATO, através da troca da mola recuperadora e do ferrolho. Incorpora um tapa chamas na boca para lançamento de granadas, coronha mais ergonómica, e bipé. Em 1957, este modelo passou a ser o fuzil padrão das Forças Armadas Espanholas e passou a ser desenvolvido pela H&K, dando origem à G3 em 1961;
CETME C:[5] modelo adoptado pelas Forças Armadas Espanholas em 1964, caracterizando-se pelo fuste e coronha de madeira, câmara estriada, alça de mira do tipo régua regulada para distâncias de 100, 200, 300 e 400 m e carril adaptável a mira telescópica;
CETME E: modelo experimental com alça modificada e carregador e outros componentes de plástico;
CETME L: modelo desenvolvido em 1984, adaptado à munição 5,56 mm NATO, coronha e fuste de material plástico, alça de mira regulável para apenas 200 e 400 m e botão retentor da janela de ejecção aberta, permitindo maior facilidade de inspecção da câmara e de desencravamento da arma;
CETME LC: modelo semelhante ao L, mas mais curto e de coronha retrátil, adaptado ao uso por tropas páraquedistas, guarnições de blindados, etc.
         
CETME A-2b (protótipo). Peças do
CETME B.
Vista de perfil do CETME L. Componentes básicos
do CETME L.
Detalhe do
selector de
tiro na posição
de segurança.

Ver também

editar

Notas e referências

  1. «Colección Museográfica de la Legión en Almería». patrimoniocultural.defensa.gob.es (em castelhano). Consultado em 16 de julho de 2021 
  2. Juan Martínez (26 de abril de 2021). «Quién las escribió, qué tipo de balas... Lo que se sabe de las amenazas a Iglesias, Marlaska y la directora de la Guardia Civil». 20 minutos (em castelhano). Consultado em 16 de julho de 2021 
  3. Redacción (27 de junho de 2021). «UN FUSIL DE ASALTO DE LEYENDA: EL C.E.T.M.E». benemeritaaldia.org (em castelhano). Consultado em 16 de julho de 2021 
  4. Alejandro Maisanaba (23 de abril de 2021). «¿Qué es un Cetme, el fusil español que carga las balas que recibieron Iglesias y Marlaska?». LARAZÓN (em castelhano). Consultado em 16 de julho de 2021 
  5. drzero.org - Manual do CETME C, (em inglês) Consultado em 16 de julho de 2021