Caio Calpúrnio Pisão Crasso Frúgio Liciniano

Caio Calpúrnio Pisão Crasso Frúgio Liciniano (em latim: Gaius Calpurnius Piso Crassus Frugi Licinianus; 118) foi um senador romano nomeado cônsul sufecto para o nundínio de 13 de janeiro a abril de 87 com Lúcio Volúsio Saturnino[1][2]. É conhecido por ser um suspeito de tramar contra a vida do imperador Nerva. Por conta disto, passou o resto de sua vida exilado de Roma em vários locais. Libão Rupílio Frúgio, cônsul sufecto em 88, era seu irmão[3][4].

Caio Calpúrnio Pisão Crasso Frúgio Liciniano
Cônsul do Império Romano
Consulado 87 d.C.
Morte 118 d.C.

Família

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Crasso Frúgio veio de uma antiga família consular republicana e era filho de Marco Licínio Crasso Frúgio, cônsul em 64, e descendente do triúnviro Marco Licínio Crasso. Por meio de uma adoção, tornou-se membro da gente Calpúrnia. Por esta razão, John D. Grainger atribui a Crasso Frúgio uma forte antipatia em relação ao imperador Nerva, cujos ancestrais não eram tão ilustres quanto os seus e afirma que foi por isto que ele tramou contra Nerva[5].

Grainger também descreve Crasso como uma pessoa pouco inteligente e sua tentativa de subornar a Guarda Pretoriana foi rapidamente detectada[6]. Segundo Dião Cássio, Nerva convidou Crasso Frúgio e seus co-conspiradores a se sentarem ao lado dele num espetáculo (Grainger sugere que teria sido durante os Jogos Plebeus em novembro de 96)[7] e, à vista de todos, entregou-lhes espadas "para que as inspecionassem e verificassem se estavam afiadas (como era praxe), mas na realidade para mostrar-lhes que ele não se importava se morresse ali naquele momento"[8]. Na prática, Nerva os desafiou a matá-lo ali mesmo. Crasso, percebendo a futilidade de seus atos, recuou. Apesar dos protestos pedindo punições mais severas pelo Senado, Nerva exilou Crasso e sua esposa para Tarento[7].

Depois da morte de Nerva e da ascensão de Trajano, os dois foram reconvocados do exílio, mas novamente se envolveram em conspirações e acabaram exilados novamente, desta vez para uma ilha na costa da Itália. Crasso ainda vivia lá quando Trajano morreu, em 118, e foi lá que acabou sendo assassinado logo nos primeiros meses do reinado de Adriano[9]. A História Augusta relata que Crasso foi assassinado pelo procurador da ilha acusado de conspirar contra Adriano, que não queria que ele fosse morto[10].

Ver também

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Cônsul do Império Romano
 
Precedido por:
Domiciano XII

com Sérvio Cornélio Dolabela Petroniano
com Caio Sécio Campano (suf.)
com Quinto Víbio Segundo (suf.)
com Sexto Otávio Frontão (suf.)
com Tibério Júlio Cândido Mário Celso (suf.)
com Aulo Búcio Lápio Máximo (suf.)
com Caio Otávio Tídio Tossiano Lúcio Javoleno Prisco (suf.)

Domiciano XIII
87

com Lúcio Volúsio Saturnino
com Caio Calpúrnio Pisão Crasso Frúgio Liciniano (suf.)
com Caio Belício Natal Públio Gavídio Tebaniano (suf.)
com Caio Ducênio Próculo (suf.)
com Caio Cílnio Próculo (suf.)
com Lúcio Nerácio Prisco (suf.)

Sucedido por:
Domiciano XIV

com Lúcio Minício Rufo
com Décimo Plócio Gripo (suf.)
com Quinto Nínio Hasta (suf.)
com Lúcio Escribônio Libão Rupílio Frúgio (suf.)
com Marco Otacílio Cátulo (suf.)
com Sexto Júlio Esparso (suf.)


Referências

  1. AE 1911, 67 = AE 2008, 301, Sora (Itália); CIL VI, 2065 = CIL VI, 32367, Roma (Itália); AE 1949, 23 = AE 2003, 588 = AE 2005, 457, Potenza (Itália)
  2. Paul Gallivan, "The Fasti for A. D. 70-96", Classical Quarterly, 31 (1981), pp.
  3. Vasily Rudich, Political Dissidence Under Nero: The Price of Dissimulation, Routledge
  4. Brian W. Jones, The Emperor Domitian, pp. 165-6. Routledge
  5. John D. Grainger, Nerva and the Roman Succession Crisis of AD 96-99 (London: Routledge, 2004), pp. 68f
  6. Grainger, Nerva, p. 69
  7. a b Grainger, Nerva, p. 70
  8. Dião Cássio, História Romana 68.3.2
  9. Dião Cássio, História Romana 68.16.2
  10. História Augusta, Vida de Adriano 5.6