Caminho de Ferro do Porto do Funchal
Este artigo não cita fontes confiáveis. (Junho de 2019) |
O Caminho de ferro do Porto do Funchal foi um sistema ferroviário, que operava no interior do Porto do Funchal, na Ilha da Madeira, em Portugal.
Caminho de Ferro do Porto do Funchal | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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Porto do Funchal em 1895 | |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
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História
editarSegundo a obra Breves Considerações sobre os Melhoramentos de que Carece o Porto do Funchal, publicado em 1912 pelo engenheiro Adriano Trigo, as primeiras tentativas para construir um caminho de ferro no porto do Funchal surgiram logo após a construção do cais da Pontinha: «No anno de 1895, logo que ficaram concluidas as obras do porto d'abrigo, lembrou-se um negociante d'esta cidade de pedir a concessão para construir e explorar um caminho de ferro de tracção a vapor entre aquelle porto e a Alfandega do Funchal. Temendo a Empreza do Cabrestante a concorrencia d'aquella via accelerada, que faria deslocar a maior parte do trafego do porto para o caes da Pontinha, apressou-se a fazer identico pedido de concessão ao Governo, o que teve logar naquelle mesmo anno. Em presença dos dois pedidos que lhe foram feitos, resolveu o Governo pô aquella concessão a concurso, mandando pela Direecçâo das Obras Publicas d'este districto elaborar o competente projecto e orçamento das obras, e bem assim organisar o programma de concurso e as condições que deviam servir de base á adjudicaçâo d'aquela concessão. Demorando-se a abertura d'aquelle concurso e prevendo a Associação Commercial do Funchal os grandes beneficios que poderiam resultar para o commercio se aquella concessão lhe fosse feita, tomou a iniciativa de pedir ao Governo, no anno de 1897, uma concessão por 99 annos do exclusivo da exploração commercial do caes da Pontinha, propondo-se construir entre elle e a Alfandega um caminho de ferro de traccão animal.» Porém, apesar daquela associação «se propuzesse adoptar tarifas muito vantajosas para o publico e reservar os lucros da exploração para o custeamento das despezas de manutencão de uma escola de commercio que se óbrigava a criar«, o governo considerou «que tal concessão não era conveniente», e que as obras do caminho de ferro deveriam ser feitas por conta do estado, em conjunto com «as installações que se tornassem necessarias para a exploração do porto d'abrigo, a qual deveria ser entregue á Alfandega». Desta forma, «foram mandados elaborar os respectivos projectos e orçamentos, que ha muitos annos se fizeram, sem que se lhes tenha dado execução. E assim cahiu no esquecimento um dos mais importantes melhoramentos que se poderiam realizar no porto, para beneficiar o seu trafico commercial».
Adriano Trigo refere igualmente que tinha planeado a instalação de «uma linha ferrea entre o porto d'abrigo da Pontinha e a Alfandega e bem assim a de um pequeno caes, provido dos competentes apparelhos de carga e descarga, para serviço exclusivo de mercadorias. Como ccmplemento indispensavel d'estas duas obras projectei a construcção de um amplo armazem de mercadorias, que seria o terminus da linha ferrea da Pontinha, em commnicacão directa com o caes da Alfandega e com o pateo e armazens geraes d'esta estação fiscal. São estes os traços principaes d'aquelle plano de obras que, segundo a estimativa feita tomando por base o custo das obras até hoje executadas na bahia do Funchal, não demandariam um dispendio inferior a 340 contos de reis. O estudo economico d'este plano de melhoramentos, abordado tambem muito superficialmente, fez-me vêr a possibilidade de se occorrer á maior parte d' aquella despeza com o producto da venda dos terrenos conquistados ao mar, sendo a parte restante quasi que inteiramente coberta pelo rendimento da exploração commercial dos caes da Alfandega e da Pontinha e respectiva linha ferrea, exploração que podia ser feita por administracão directa da Junta Geral ou do Estado, quando não se julgasse mais conveniente entregal-a a uma empreza particular a quem se adjudicasse a construcção de todas as obras.» Propôs igualmente a construção de uma grande doca em frente à alfândega, que «seria posta em communicação directa, por meio de uma linha ferrea electrica, com o seu caes e com o porto d'abrigo da Pontinha, cujo caes seria, como aquelle, dotado de todos os apparelhos e disposições exigidas para a sua exploracão commercial». Na mesma obra, é transcrito o parecer de uma comissão nomeada em 8 de Dezembro de 1911 para estudar quais os melhoramentos que eram necessários no Porto do Funchal, e que incluiu a instalação de uma linha férrea eléctrica entre o cais da Pontinha e a alfândega, com «a construcção de um ou mais armazens para mercadorias no terminus d'essa linha, em frente da Alfandega».[1]
Ver também
editarReferências
- ↑ TRIGO, Adriano A. (1912). Breves Considerações sobre os Melhoramentos de que Carece o Porto do Funchal (PDF). Funchal: [s.n.] p. 8, 14-15, P3. Consultado em 20 de Abril de 2024 – via Arquivo e Biblioteca da Madeira