Camiranga
Camiranga é uma comunidade de população tradicional quilombola, localizada no município brasileiro de Cachoeira do Piriá Pará, na região do Gurupi, na fronteira dos estados do Pará e do Maranhão. Em 2010, era habitada por 233 indivíduos.[1][2]
Camiranga | |||
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População total | |||
233 pessoas | |||
Regiões com população significativa | |||
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Línguas | |||
Português | |||
Religiões | |||
Católico | |||
Etnia | |||
Afro-brasileiros |
Localização
editarA comunidade está na divisa dos estados do Pará e do Maranhão, localizado na latitude -1.822778 e longitude -46.260556.[2][3]
História
editarFoi formada no século XVIII principalmente por escravos fugidos das fazendas de arroz e algodão do Maranhão.[2]
No final do século XIX a mineração do ouro passou a ter papel central na vida dessa e de outras comunidades e Camiranga centralizava o comércio do ouro na região, tendo inclusive uma casa de fundição própria.[2]
Com o declínio da mineração do ouro, tiveram que buscar outros meios de subsistência, como o cultivo de tabaco e arroz. Atualmente sobrevivem da pesca, extrativismo e do plantio. Eles plantam principalmente mandioca, arroz, milho, melancia e feijão , e coletam cupuaçu, açai e bacuri.[2]
Problemas territoriais
editarEm 1968, a área em que está situada Camiranga foi ilegalmente apropriada pela Companhia Paraense de Desenvolvimento Agropecuário, Industrial e Mineral do Estado do Pará (CIDAPAR), através de uma operação de grilagem. Dois anos depois essa companhia foi a falência e as terras que eram ocupadas por ela começaram a ser vendidas para outras empresas. A grilagem intensificou-se nas décadas de 1970 e 80, quando diversos fazendeiros começaram a se apropriar das terras da região. Em 2002 o Instituto de Terras do Pará (ITERPA), titulou para essa comunidade uma área total de 320 hectares, uma área ainda inferior à área total que lhe pertence, por isso a comunidade ainda reivindica junto ao governo do estado a ampliação da área regularizada.
Situação Territorial
editarDe acordo com a FUNAI (Fundação Nacional do índio), a comunidade possui 320 hectares demarcados pelo ITERPA (Instituto de Terras do Pará). Nos dias de hoje,a comunidade ainda luta por terras que lhe foi tirada na década de 60.
Cosmologia e Religiosidade
editarCamiranga é um quilombo católico cuja principal comemoração é a festa de São Benedito, o padroeiro da comunidade, que tem início em 17 de dezembro, quando um mastro enfeitado com frutas é levantado. A comemoração segue com a reza de novenas até o dia 24, quando dançam o tambor da crioula durante toda a noite, e, no dia seguinte, ocorre o encerramento da comemoração com uma festa dançante.
Além disso são comemoradas também a festa de São Sebastião ,em janeiro, e a festa Junina, animadas pela quadrilha e pelo boi-bumba.
Referências
- ↑ IBGE
- ↑ a b c d e [Wikiversidade contributors, "Wikinativa/Camiranga," Wikiversidade, https://pt.wikiversity.org/w/index.php?title=Wikinativa/Camiranga&oldid=63028 (accessed agosto 14, 2018)]
- ↑ Veja no mapa
- Sistema de Informações sobre Comunidades Remanescentes de Quilombo
- Criouladepanoebarro
- http://www.cpisp.org.br/comunidades/html/brasil/pa/pa_comunidades_nordeste_camiranga.html
- ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth. Camiranga: mudanças nas antigas terras de preto . Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Universidade Federal do Pará, Belém, dezembro de 2000.
- ACEVEDO MARIN, Rosa Elizabeth. Terras de preto da região de Gurupi - Pará . Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, Universidade Federal do Pará, Belém, outubro de 1998.