Campeonato Mundial de Fórmula 1 de 2003
A Temporada de Fórmula 1 de 2003 foi a 54° realizada pela FIA. Teve como campeão o alemão Michael Schumacher, da Ferrari, sendo vice-campeão o finlandês Kimi Räikkönen, da McLaren.
Fórmula 1 de 2003 | |
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Campeão (piloto): | Michael Schumacher (6º titulo) |
Campeão (equipe): | Ferrari (13º titulo) |
Resumo da temporada
editarFicou marcada pela mudança no sistema de pontuação: a partir de 2003, 8 pilotos passariam a pontuar, e não 6, ficando em 10, 8, 6, 5, 4, 3, 2 e 1, sendo assim mantido até o ano de 2010, quando o atual sistema de pontuação entrou em vigor. O hexacampeonato de Michael Schumacher, primeiro piloto a alcançar esse feito, não veio com a mesma facilidade que nos dois anos anteriores. O piloto e sua equipe, a Ferrari, encontraram duros rivais na McLaren e na Williams. O alemão teve dificuldades no início, marcando apenas 7 pontos nas 3 primeiras provas. Na Austrália e na Malásia, a McLaren venceu, respectivamente com David Coulthard e Kimi Räikkönen. No caótico GP do Brasil, em Interlagos, uma chuva torrencial causou vários acidentes e a corrida foi encerrada mais cedo, tendo como vencedor um surpreendente Giancarlo Fisichella, que deu á já decadente equipe Jordan sua última vitória. Tudo parecia indicar que as "flechas de prata" retomariam deu domínio dos anos 90, mas a reação da Ferrari começou em casa, no GP de San Marino, em Ímola, quando Schummy venceu, mesmo sabendo do falecimento de sua mãe. Seu irmão, Ralf, também disputou a corrida. Schumacher ainda venceria na Espanha e na Áustria (nessa última com seu carro pegando fogo nos boxes) e assumiria a vice-liderança do campeonato, apenas 2 pontos atrás de Kimi.
Na corrida seguinte, em Mônaco, a Williams passou a mostrar sua força com a vitória de Juan Pablo Montoya, com Schumacher chegando em terceiro, atrás de Räikkönen. Porém, o alemão assumiu a liderança após a vitória no GP do Canadá, aproveitando um mau desempenho do finlandês. Depois disso, Schumacher voltou a enfrentar dificuldades:Nos Gps da Europa e da França, seu irmão Ralf foi vencedor, e Schummy chegou, respectivamente, em quinto e terceiro, já começando a ver os adversários encostando. No GP da Inglaterra, em Silverstone, Rubens Barrichello, que estava apagado na temporada, venceu de forma categórica, enquanto o alemão chegava apenas em quarto. A situação piorou no GP da Alemanha, quando Schumacher, correndo em casa, estava em segundo, mas teve um pneu furado, caindo para sétimo. Montoya venceu e ficou a apenas 6 pontos de distância do alemão. A corrida seguinte foi na Hungria, onde novamente a Ferrari teve um péssimo rendimento e Schumacher foi apenas o oitavo. A vitória ficou com o espanhol Fernando Alonso, que venceu pela primeira vez na categoria, seguindo por Kimi e Montoya. Naquele momento, Montoya ficava a apenas 1 ponto de Shumacher e Kimi 2. E a Williams ultrapassou a Ferrari no campeonato de construtores. O alemão iniciou sua recuperação diante da torcida, em Monza, no GP da Itália, quando ganhou de ponta a ponta, mas ainda com Montoya e Raikkonen em sua cola. No GP dos EUA, em Indianápolis, que parecia estar favorável a seus rivais, Schumacher venceu, enquanto Kimi foi segundo e Montoya errou demais, chegando apenas em sexto. Naquele momento, o colombiano não tinha mais possibilidades de conquistar o título, enquanto Schumacher abria confortáveis 9 pontos sobre Kimi Raikkonen. O finlandês precisava vencer o GP do Japão, que encerrava a temporada, e torcer para que Schumacher não pontuasse. Porém, o alemão passou sufoco em Suzuka: teve problemas, andou no meio do pelotão e chegou justamente em oitavo, marcando um ponto. Não precisava, pois seu companheiro Rubens Barrichello venceu de forma impecável, com Kimi chegando em segundo. No fim, mesmo vencendo apenas uma corrida, o finlandês ficou apenas 2 pontos atrás de Schumacher. E a Ferrari era novamente a campeã de construtores.
Além de Rubens Barrichello, dois outros brasileiros disputaram a temporada, ambos estreantes: Cristiano da Matta, pilotando pela equipe Toyota, teve um bom começo, chegando a liderar o GP da Inglaterra. Marcou 10 pontos, 4 a mais que seu companheiro de equipe, o experiente Olivier Panis. Antonio Pizzonia estreou na equipe Jaguar cercado de muitas expetativas, pois era muito vencedor pelas categorias em que passou. Porém, o amazonense não marcou nenhum ponto e isso, aliado ao bom desempenho de seu companheiro Mark Webber, acabou provocando sua demissão antes da temporada acabar, sendo substituído pelo inglês Justin Wilson a partir do GP da Alemanha.
Equipes e pilotos
editarCampeão | Vice-campeão | 3º Lugar |
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Michael Schumacher | Kimi Räikkönen | Juan Pablo Montoya |
Ferrari | McLaren-Mercedes | Williams-BMW |
Começo do campeonato | Durante o Campeonato | |||||
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Piloto | Antes | Depois | ||||
Equipe | Posição | Equipe | Posição | Equipe | Posição | |
Felipe Massa | Sauber | Piloto de Corrida | Ferrari | Piloto de Testes | ||
Ralph Firman | - | Formula Nippon | Jordan | Piloto de Corrida | ||
Zsolt Baumgartner | - | Formula 3000 | Jordan | Piloto de Testes | ||
Takuma Sato | Jordan | Piloto de Corrida | BAR | Piloto de Testes | BAR | Piloto de Corrida |
Jenson Button | Renault | Piloto de Corrida | BAR | Piloto de Corrida | ||
Oliver Panis | BAR | Piloto de Corrida | Toyota | Pioto de Corrida | ||
Fernando Alonso | Renault | Piloto de Testes | Renault | Piloto de Corrida | ||
Mark Webber | Minardi | Piloto de Corrida | Jaguar | Piloto de Corrida | ||
Justin Wilson | - | Formula 3000 | Minardi | Piloto de Corrida | Jaguar | Piloto de Corrida |
Eddie Irvine | Jaguar | Piloto de Corrida | - | Aposentoria da Formula 1 | ||
Pedro de la Rosa | Jaguar | Piloto de Corrida | - | - | ||
Heinz-Harald Frentzen | Arrows | Piloto de Corrida | Sauber | Piloto de Corrida | ||
Enrique Bernoldi | Arrows | Piloto de Corrida | - | Nissan World Series | ||
Nicolas Kiesa | - | Formula 3000 | Minardi | Piloto de Testes | Minardi | Piloto de Corrida |
Jos Verstappen | Sauber | Piloto de Testes | Minardi | Piloto de Corrida | ||
Alex Yoong | Minardi | Piloto de Corrida | - | CART | ||
Anthony Davidson | Minardi | Piloto de Corrida | BAR | Piloto de Testes | ||
Cristiano da Matta | - | CART | Toyota | Piloto de Corrida | ||
Mika Salo | Toyota | Piloto de Corrida | - | Champ Car | ||
Allan McNish | Toyota | Piloto de Corrida | Renault | Piloto de Testes | ||
Luciano Burti | Ferrari | Piloto de Testes | - | - | ||
Olivier Beretta | - | WEC | Williams | Piloto de Testes | ||
Giorgino Pantano | Williams | Piloto de Testes | - | Formula 3000 | - | Champ Car |
Ricardo Zonta | Jordan | Piloto de Testes | Toyota | Piloto de Testes | ||
Darren Manning | BAR | Piloto de Testes | - | CART | ||
Patrick Lamarié | BAR | Piloto de Testes | - | CART | ||
Ryo Fukuda | BAR | Piloto de Testes | - | Formula Nippon | ||
Franck Montagny | - | World Nissan Series | - | World Nissan Series | Renault | Piloto de Testes |
James Courtney | Jaguar | Piloto de Testes | - | Formula 3 Japonesa | ||
Gianmaria Bruni | - | Formula 3000 | - | Formula 3000 | Minardi | Piloto de Testes |
Sergey Zlobin | Minardi | Piloto de Testes | - | - | ||
Jirko Malchárek | Minardi | Piloto de Testes | - | Aposentadoria | ||
Ryan Briscoe | Toyota | Piloto de Testes | - | Formula 3 Euro Series | ||
Stéphane Sarrazin | Toyota | Piloto de Testes | - | Renault World Series |
Ferrari: depois de dominar a temporada de 2002, a equipe italiana manteve Michael Schumacher e Rubens Barrichello, respectivamente campeão e vice do ano anterior.
Williams: vice campeã em 2002, mas com um abismo de distância da Ferrari, a equipe manteve sua dupla de pilotos, formada por Ralf Schumacher e Juan Pablo Montoya, sendo mais uma vez equipada pelo motor BMW.
McLaren: de maior rival da Ferrari, a equipe passou para terceira força, perdendo espaço também para a outra rival, Williams. Visando recuperar terreno, a equipe manteve sua dupla de pilotos, formada pelo veterano David Coulthard e pelo jovem Kimi Raikkonen, visto como um piloto de grande futuro. A parceria com a Mercedes continuaria.
Renault: a equipe ficou aquém das expectativas em 2002. Para 2003, visando conquistar pódios e vitórias, a equipe francesa manteve Jarno Trulli, por esse ser protegido de Flavio Briatore. Apesar de Jenson Button ter um desempenho melhor em 2002, o inglês acabou preterido, entrando no seu lugar o jovem espanhol Fernando Alonso, que correu pela Minardi em 2001, atuando em 2002 como piloto de testes da própria Renault.
Sauber: quinta força em 2002, a equipe manteve o alemão Nick Heidfeld, na época considerado grande promessa. O brasileiro Felipe Massa acabou preterido pelo experiente alemão Heinz-Harald Frentzen, que estava desempregado após a falência da Arrows.
Jordan: a equipe vinha caindo de rendimento e iniciou 2003 sem grandes expectativas, pois perdeu o apoio da Honda, passando a ser equipada pelo motor Ford. O italiano Giancarlo Fisichella foi mantido e o japonês Takuma Sato saiu junto com a Honda. Para o seu lugar, chegou o irlandês Ralph Firman, estreante na categoria. Firman, que sofreu um violento acidente no treino livre para o GP da Hungria, foi substituído por Zsolt Baumgartner em 2 corridas. Com a participação do piloto húngaro (que viria a disputar a temporada seguinte, pela Minardi), pela primeira vez a Fórmula 1 teria um representante do Leste Europeu no grid.
Jaguar: a equipe inglesa passou por uma renovação, com a saída de seus dois pilotos, Eddie Irvine (que negociou com a Jordan, porém não conseguiu a vaga e se aposentou) e Pedro de la Rosa, além de vários dirigentes. Em 2003, apostou em dois jovens pilotos: o australiano Mark Webber, que surpreendeu na Minardi em 2002, com um quinto lugar em Melbourne e o brasileiro Antonio Pizzonia, que chegou cercado de expectativas, devido ao seu grande desempenho nas categorias de base.
BAR: a equipe teve um desempenho modesto em 2002, muito aquém do que se espera de um motor Honda. Jacques Villeneuve foi mantido na equipe pelo quinto ano consecutivo, enquanto Jenson Button veio da Renault para o lugar de Olivier Panis.
Minardi: autor dos heroicos 2 pontos em 2002, Mark Webber foi para a Jaguar, enquanto o malaio Alex Yoong, depois de um desempenho muito ruim, foi demitido. Para 2003, a equipe apostou no holandês Jos Verstappen, que depois de ficar fora em 2002, voltava para o grid, além de Justin Wilson, que estreava na categoria. Com a saída de Wilson para a Jaguar, o dinamarquês Nicolas Kiesa assumiu a vaga.
Toyota: Depois de um desempenho decepcionante em seu ano de estreia, a equipe trocou seus dois pilotos, chegando o estreante brasileiro Cristiano da Matta para pilotar ao lado do experiente Olivier Panis.
Calendário
editar- O Grande Prêmio da Bélgica foi retirado da temporada de 2003, por causa das leis de tabaco do país, e que várias equipes (Ferrari, McLaren, Renault, BAR e Jordan) violaram essas leis devido ao seus patrocínios e certas cláusulas em seus contratos. Isso foi posteriormente ratificado e a Fórmula 1 foi autorizada a retornar para Spa-Francorchamps em 2004.
Resultados e classificação
editarGrandes Prêmios
editarClassificação de pilotos
editar
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Negrito – Pole position
|
- Em negrito indica pole position e itálico volta mais rápida.
Pilotos
editarClassificação de construtores
editarPos | Construtor | Pneu | Vitórias | Pódios | Poles | Voltas mais rápidas |
Total de Pontos |
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1 | Ferrari | B | 8 | 16 | 8 | 8 | 158 |
2 | Williams-BMW | M | 4 | 12 | 4 | 4 | 144 |
3 | McLaren-Mercedes | M | 2 | 13 | 2 | 3 | 142 |
4 | Renault | M | 1 | 5 | 2 | 1 | 88 |
5 | BAR-Honda | B | 0 | 0 | 0 | 0 | 26 |
6 | Sauber-Ferrari | B | 0 | 1 | 0 | 0 | 19 |
7 | Jaguar-Cosworth | M | 0 | 0 | 0 | 0 | 18 |
8 | Toyota | M | 0 | 0 | 0 | 0 | 16 |
9 | Jordan-Ford | B | 1 | 1 | 0 | 0 | 13 |
10 | Minardi-Cosworth | B | 0 | 0 | 0 | 0 | 0 |
Referências
- ↑ Foi piloto de teste por uma corrida em 2003
Notas
editar- A Jaguar ofereceu um teste a Antônio Pizzonia, porém ele saiu da equipe, e mais tarde voltou para a equipe BMW-Williams para ser piloto de testes.
- Marc Gené substituiu Ralf Schumacher na Williams no GP da Itália.
- Ralph Firman sofreu lesões como resultado da colisão durante o treino livre do GP da Hungria. A Jordan substituiu-o pelo húngaro Zsolt Baumgartner (piloto de testes da Jordan e estreando na categoria, assim também como da Hungria) em duas corridas, e retornou para os dois últimos GPs da temporada.
- Tendo começado a temporada como piloto da Minardi, Justin Wilson juntou-se mais tarde com a equipe Jaguar para ocupar a vaga deixada por Pizzonia, devido ao baixo desempenho para as últimas 5 corridas da temporada.
- O dinamarquês Nicolas Kiesa ocupou a vaga de Wilson na Minardi nas 5 últimas corridas do campeonato.
- Após uma sequência de resultados decepcionantes, a BAR substitui Jacques Villeneuve por Takuma Sato (piloto de testes da BAR) no GP do Japão.