Capitaloceno é um termo utilizado por alguns cientistas para determinar a atual época geológica do Planeta Terra, como substituto do Holoceno. A nomenclatura foi cunhada em 2009 por Andreas Malm como alternativa ao Antropoceno, criticando a ideia de "Era do Humano" e construindo uma noção de "Era do Capital", e melhor desenvolvida e popularizada pelo sociólogo Jason Moore e pela teórica feminista Donna Haraway a partir de 2012.[1] Da mesma forma que com o Antropoceno, os teóricos do Capitaloceno divergem sobre a sua data de início. Malm situa este início ao uso de carvão como combustível fabril, no século XIX,[2] enquanto Moore defende que o seu início está vinculado ao da expansão colonial europeia, ainda no século XV, por exemplo.[3] O Capitaloceno "entende o capitalismo como uma maneira de organizar a natureza - como uma ecologia-mundo multiespécie, situada e capitalista".[1]

Holoceno
Pleistoceno
Holoceno/Antropoceno
Pré-boreal (10.3 ka – 9 ka),
Boreal (9 ka – 7.5 ka),
Atlântico (7.5 ka5 ka),
Sub-boreal (5 ka2.5 ka)
Subatlântico (2.5 ka – presente)

Histórico

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O desenvolvimento dessa nomenclatura acontece a partir do entendimento de problemas na etimologia do Antropoceno. Enquanto este considera que as mudanças climáticas e ambientais do Planeta são produzidas pela atividade humana, os teóricos do Capitaloceno defendem que essa atividade é perpassada por relações politicas e econômicas de poder contextualizadas no sistema capitalista.[4] Moore argumenta que mudanças climáticas serem exclusivamente categorizadas como antropogênicas é uma forma de culpar as vítimas de exploração, violência e pobreza por problemas que não são sua responsabilidade.[5] O filósofo Anselm Jappe reitera que essas desregulações e desequilíbrios na estrutura geológica da Terra acontecem somente após a entrada da humanidade na sua fase capitalista.[6]

Ver também

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Referências

  1. a b MOORE, JASON (2022). Antropoceno ou Capitaloceno? Natureza, história e a crise do capitalismo. São Paulo: Elefante. p. 20. ISBN 9786587235790 
  2. «The Term "Anthropocene" Is Popular—and Problematic». Scientific American (em inglês). Consultado em 16 de outubro de 2023 
  3. Arons, Wendy (março de 2023). «We Should Be Talking about the Capitalocene». TDR (em inglês) (1): 35–40. ISSN 1054-2043. doi:10.1017/S1054204322000697. Consultado em 16 de outubro de 2023 
  4. «Vivemos no Capitaloceno?». www.goethe.de. Consultado em 16 de outubro de 2023 
  5. Mottes, Davide (4 de novembro de 2019). «Who is responsible for the climate crisis?». MAIZE (em inglês). Consultado em 16 de outubro de 2023 
  6. «Capitaloceno e o desequilíbrio irreversível da Terra. Entrevista especial com Anselm Jappe». www.ihu.unisinos.br. Consultado em 16 de outubro de 2023 

Bibliografia

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  • Borinelli, B.; Coltro, F.; Rowiechi, J.; Da Silva, K. R. Natureza Barata e Desigualdade Hidrossocial no Capitaloceno, Revista Gestão & Conexão, 9(3), 122-146, 2021.
  • Arons, W. We Should Be Talking about the Capitalocene. TDR, 67(1), 35-40, 2023.
  • Arons, W. Tragedies of the Capitalocene. Journal of Contemporary Drama in English, 8(1), pp. 16-33, 2020
  • Haraway, D. (2016). Staying with the Trouble: Making Kin in the Chthulucene. Durham: Duke University Press. ISBN 978082236224.
  • Haraway, D.; Ishikawa, N.; Gilbert, S. F.; Olwig, K.; Tsing, A. L.; Bubandt, N.. Anthropologists Are Talking – About the Anthropocene, Ethnos, 81:3, pp. 535-564, 2016.
  • Moore, J. The Capitalocene Part II: accumulation by appropriation and thecentrality of unpaid work/energy. The Journal of Peasant Studies, 45(2), pp. 237–279, 2018.
  • Moore, J. (org.) (2022) Antropoceno ou Capitaloceno? Natureza, história e a crise do capitalismo. São Paulo: Editora Elefante. ISBN 9786587235790.

Ligações externas

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