Capitania de São José do Rio Negro
A Capitania de São José do Rio Negro foi uma das Capitanias do Brasil durante o período colonial (1500–1815), criada em 3 de março de 1755 por desmembramento da Capitania do Grão-Pará, sob influência política de Francisco Xavier de Mendonça Furtado. Inicialmente subordinada ao Estado do Grão-Pará e Maranhão, abrangeu territórios correspondentes aos atuais estados do Amazonas e Roraima.[1]
Capitania de São José do Rio Negro | ||||
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Capitania de São José do Rio Negro em 1821 | ||||
Continente | América do Sul | |||
Região | Estado do Grão Pará e Maranhão | |||
País | Império do Brasil | |||
Capital | Mariuá Barcelos Lugar da Barra do Rio Negro (atual Manaus) | |||
Língua oficial | Português | |||
Governo | Não especificado | |||
História | ||||
• 1755 | Fundação | |||
• 1821 | Dissolução |
A sede inicial da capitania foi a vila de Mariuá, atual Barcelos. Posteriormente, a sede foi transferida em 1791 para o Lugar da Barra do Rio Negro (atual Manaus), retornando a Barcelos em 1798. Finalmente, em 29 de março de 1808, a sede foi transferida definitivamente para o Lugar da Barra, consolidando a localização que seria mantida com a criação da Província do Amazonas em 1850.
Criação e primeiros anos
editarA criação da Capitania de São José do Rio Negro foi motivada pela vasta extensão do Grão-Pará e as dificuldades administrativas enfrentadas na região amazônica. Mendonça Furtado defendeu a formação de uma nova unidade administrativa no sertão, próxima às fronteiras com as colônias espanholas, para proteger a soberania portuguesa e promover a civilização dos indígenas.[1]
Em 6 de maio de 1758, a aldeia de Mariuá foi elevada à categoria de vila com o nome de Barcelos, em homenagem à Casa de Bragança. O coronel Joaquim de Mello e Póvoas foi nomeado o primeiro governador, assumindo em 7 de maio do mesmo ano.[1]
Problemas administrativos e mudanças de sede
editarA capitania enfrentou desafios como a baixa densidade populacional e a resistência indígena. Governadores como Melo e Póvoas adotaram políticas para incentivar o povoamento, promovendo casamentos entre portugueses e indígenas e lusitanizando os nomes das aldeias.[1]
Em 1791, a sede foi transferida para o Lugar da Barra do Rio Negro devido à posição estratégica, retornando a Barcelos em 1798. Durante o governo do Capitão de Mar-e-Guerra José Joaquim Vitório da Costa, a sede foi transferida novamente para o Lugar da Barra em 1808, onde permaneceu definitivamente.[1]
Transformação em Província
editarEm 28 de fevereiro de 1821, as capitanias foram convertidas em províncias pelas Cortes Gerais e Extraordinárias da Nação Portuguesa. No contexto da Independência do Brasil (1822), a Capitania de São José do Rio Negro foi integrada à província do Grão-Pará como Comarca do Alto Amazonas (1824). A autonomia foi alcançada com a criação da Província do Amazonas em 5 de setembro de 1850, com Manaus como capital.[1]
Legado
editarA Capitania de São José do Rio Negro representou um marco na organização territorial e política da Amazônia colonial, estabelecendo as bases para o desenvolvimento econômico e social da região. Após a Proclamação da República Brasileira, a Província do Amazonas foi renomeada para Estado do Amazonas, consolidando a herança da antiga capitania.
Referências
Bibliografia
editar- SANTOS, Francisco Jorge (org.). Catálogo do Rio Negro: Documentos Manuscritos Avulsos existentes no Arquivo Histórico Ultramarino (1723-1825). Manaus: EDUA, 2000.