Carl Orff

professor académico alemão
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Carl Orff (Munique, 10 de julho de 1895 – Munique, 29 de março de 1982) foi um compositor alemão, um dos mais destacados do século XX, famoso sobretudo por sua cantata Carmina Burana.

Carl Orff
Carl Orff
Nascimento 10 de julho de 1895
Munique
Morte 29 de março de 1982 (86 anos)
Munique
Sepultamento Mosteiro de Andechs
Cidadania Império Alemão, República de Weimar, Alemanha Nazista, Alemanha Ocidental, Alemanha
Cônjuge Liselotte Orff, Luise Rinser, Gertrud Orff, Alice Solscher
Alma mater
  • Hochschule für Musik und Theater München
  • Wittelsbacher-Gymnasium München
  • Ludwigsgymnasium
  • Mozarteum
Ocupação compositor, musicólogo, professor de música, professor universitário, teórico musical, libretista
Distinções
Empregador(a) Hochschule für Musik und Theater München, Mozarteum
Obras destacadas Die Kluge, Carmina Burana (Orff), Der Mond, Catulli Carmina
Instrumento órgão, piano, violoncelo, percussion, xilofone
Causa da morte cancro do pâncreas
Página oficial
https://www.orff.de/carl-orff
Carl Orff

Contudo, a sua maior contribuição se situa na área da pedagogia musical, com o Método Orff de ensino musical, baseado na percussão e no canto. Orff criou uma escola de educação musical para crianças e leigos em 1925, no qual trabalhou até a data do seu falecimento.

Carl Orff se recusava a falar publicamente sobre seu passado. É sabido entretanto que nasceu em Munique, oriundo de uma família da alta burguesia bávara, muito ativa na vida militar alemã.

Orff estudou na Academia de Música de Munique até 1914. Serviu então às forças armadas durante a Primeira Guerra Mundial. Posteriormente, atuou nas óperas de Mannheim e Darmstadt, retornando depois a Munique, para continuar seus estudos musicais.[1]

Em 1925 foi co-fundador da Guenther School, para atividades físicas, músicas e dança em Munique, na qual trabalhou com iniciantes em música até o fim de sua vida. Pelo constante contato com crianças, desenvolveu suas teorias de educação musical neste período.[2]

Embora a associação de Orff com o nazismo nunca tenha sido comprovada, Carmina Burana tornou-se muito popular na Alemanha nazista depois de sua apresentação na cidade de Frankfurt, em 1937. Orff era amigo de Kurt Huber, um dos fundadores do movimento de resistência Die Weiße Rose (em alemão, "A rosa Branca"), condenado à morte pelo Volksgerichtshof e executado pelos nazistas em 1943. Depois da Segunda Guerra Mundial, Orff alegou ter sido membro do grupo, tendo-se envolvido na resistência, mas não há evidências disso.[3]

Orff foi enterrado na igreja barroca do Mosteiro de Andechs, no priorado de Andechs, sul de Munique.[4]

Trabalho musical

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Carl Orff é mais conhecido por Carmina Burana (1937), uma cantata encenada. É a primeira de uma trilogia intitulada Trionfi, que também inclui Catulli Carmina e Trionfo di Afrodite. Essas composições refletem seu interesse pela poesia medieval alemã. É descrita pelo compositor como "a celebração de um triunfo do espírito humano pelo balanço holístico e sexual". O trabalho foi baseado no verso erótico do século XII de um manuscrito chamado Carmina Burana (Bayerische Staatsbibliothek, Codex latinus monacensis, Clm 4660 & Clm 4660a),[5] encontrado num mosteiro Benediktbeuern da Baviera em 1803 e escritos pelos goliardos. Apesar de moderno em algumas de suas composições, Orff soube capturar o espírito da era medieval em sua trilogia. Os poemas medievais foram escritos em uma forma arcaica de alemão e latim.

Com o sucesso de Carmina Burana, Orff abandonou todos os seus trabalhos anteriores, exceto por Catulli Carmina e En trata, que foram reescritos até serem reaceitos por Orff. Carmina Burana é provavelmente a peça mais famosa composta durante a época da Alemanha nazi. Foi tão popular que Orff recebeu subsídios em Viena para compor uma música para Sonho de uma Noite de Verão, a fim de substituir a música banida de Mendelssohn.

Orff relutava em denominar seus trabalhos simplesmente como óperas. Por exemplo, ele designou Der Mond (ou A lua em língua alemã) (1939) como Märchenoper (ou Ópera de conto de fadas). Die Kluge (A mulher sábia) (1943) também se incluía na mesma categoria, segundo ele. Em ambas as composições existe o mesmo som medieval ou atemporal, sem copiar os idiomas musicais do período.

Sobre Antigonae (1949), Orff alega que não era uma ópera, mas sim uma configuração musical de uma tragédia arcaica. O texto é uma excelente tradução para o alemão, por Friedrich Hölderlin, da peça de Sófocles do mesmo nome. A orquestração depende muito da percussão, mas é simples. Foi definida por muitos como minimalista, em razão da linha melódica da obra.

O último trabalho de Orff, De Temporum Fine Comoedia (Uma peça para o final dos tempos), teve sua apresentação no festival de música de Salzburgo em 20 de agosto de 1973, executada por Herbert von Karajan com a Orquestra Sinfônica e de Coro de Colônia.

Trabalho pedagógico

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Ao longo de sua vida, Orff trabalhou bastante com crianças, usando a música como uma ferramenta educacional, tanto a melodia e o ritmo, tratadas através de palavras.

Nos círculos pedagógicos, Orff é lembrado por essa nova abordagem da educação musical, desenvolvida junto com Gunild Keetman e consubstanciada no seu método Orff-Schulwerk (1930-35). Sua simples instrumentação permite que mesmo crianças não iniciadas possam executar peças musicais com facilidade. O termo Schulwerk em alemão significa tarefa (ou trabalho) escolar.

Obras musicais

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Obras de teatro

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  • Gisei – Das Opfer (depois do drama japonês Terakoya), Musikdrama, op. 20 (1913); UA: 30. 1. 2010 Staatstheater Darmstadt)
  • Lamenti depois Claudio Monteverdi:
    • Orpheus (1924; nova versão 1939)
    • Klage der Ariadne (1925, nova versão 1940)
    • Tanz der Spröden (1925, nova versão 1940)
  • „Trionfi“
  • „Märchenstücke“
    • Der Mond, ein kleines Welttheater (1939)
    • Die Kluge (1943)
    • Ein Sommernachtstraum (1917, 1939, 1952, versão final 1962 UA: 1964)
  • „Bairisches Welttheater“
    • Die Bernauerin (1947)
    • Astutuli, eine bairische Komödie (1953)
    • Comoedia de Christi Resurrectione, Peça de teatro de Páscoa (1956)
    • Ludus de nato Infante mirificus, Peça de teatro de Natal (1960)
  • „Theatrum Mundi“

Bibliografia

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  • Frohmut Dangel-Hofmann, Carl Orff ─ Michel Hofmann. Briefe zur Entstehung der Carmina burana, Hans Schneider, Tutzing 1990. ISBN 3-7952-0639-1.
  • Bernd Edelmann, Carl Orff, in: Katharina Weigand (ed.): Große Gestalten der bayerischen Geschichte, Herbert Utz Verlag, München 2011. ISBN 978-3-8316-0949-9.
  • Alberto Fassone, Carl Orff, Libreria Musicale Italiana, 2.a edición, Lucca 2009. ISBN 978-88-7096-580-3.
  • Lilo Gersdorf, Carl Orff, Reinbek, Rowohlt 2002, ISBN 3-499-50293-3.
  • Michael H. Kater, Carl Orff im Dritten Reich, in: Vierteljahrshefte für Zeitgeschichte 43/1995, pp. 1–35.
  • Michael H. Kater, Komponisten im Nationalsozialismus. Acht Porträts, Parthas, Berlín 2004. ISBN 3-936324-12-3.
  • Harald Kaufmann, Carl Orff als Schauspieler, in: Werner Grünzweig & Gottfried Krieger (edd.), Von innen und außen. Schriften über Musik, Musikleben und Ästhetik, Wolke, Hofheim 1993, pp. 35–40.
  • Michael Kugler (ed.), Elementarer Tanz – Elementare Musik. Die Günther-Schule München 1924 bis 1944, Schott Verlag, Mainz 2002, ISBN 3-7957-0449-9.
  • Stefan Kunze, Orffs Tragödien-Bearbeitungen und die Moderne, in: Jahrbuch der Bayerischen Akademie der Schönen Künste 2/1988, S. 193-213; reprint: Stefan Kunze, DE MUSICA. Ausgewählte Aufsätze und Vorträge, edd. Erika Kunze & Rudolf Bockholdt, Tutzing (Schneider) 1998, pp. 543-564.
  • Horst Leuchtmann (ed.), Carl Orff. Ein Gedenkbuch, Hans Schneider, Tutzing 1985. ISBN 3-7952-0451-8.
  • Andreas Liess, Carl Orff. Idee und Werk, nuova edición, Goldmann, München 1980. ISBN 3-442-33038-6.
  • Kii-Ming Lo, Sehen, Hören und Begreifen: Jean-Pierre Ponnelles Verfilmung der „Carmina Burana“ von Carl Orff, in: Thomas Rösch (ed.), Text, Musik, Szene – Das Musiktheater von Carl Orff, Schott Verlag, Mainz 2015, pp. 147–173, ISBN 978-3-7957-0672-2.
  • Jürgen Maehder, Die Dramaturgie der Instrumente in den Antikenopern von Carl Orff, in: Thomas Rösch (ed.), Text, Musik, Szene – Das Musiktheater von Carl Orff, Schott Verlag, Mainz 2015, pp. 197–229, ISBN 978-3-7957-0672-2.
  • Pietro Massa, Carl Orffs Antikendramen und die Hölderlin-Rezeption im Deutschland der Nachkriegszeit, Peter Lang, Bern/ Frankfurt/ New York 2006. ISBN 3-631-55143-6.
  • Carl Orff, Carl Orff und sein Werk. Dokumentation, 8 voll., Hans Schneider, Tutzing 1975–1983; ISBN 3-7952-0154-3, ISBN 3-7952-0162-4, ISBN 3-7952-0202-7, ISBN 3-7952-0257-4, ISBN 3-7952-0294-9, ISBN 3-7952-0308-2, ISBN 3-7952-0308-2, ISBN 3-7952-0373-2.
  • Godela Orff, Mein Vater und ich, Piper, München 1995. ISBN 3-492-18332-8.
  • Thomas Rösch, Die Musik in den griechischen Tragödien von Carl Orff, Hans Schneider, Tutzing 2003, ISBN 3-7952-0976-5.
  • Thomas Rösch, Carl Orff ─ Musik zu Skakespeares "Ein Sommernachtstraum". Entstehung und Deutung, Orff-Zentrum, München 2009.
  • Thomas Rösch (ed.), Text, Musik, Szene ─ Das Musiktheater von Carl Orff. Symposium Orff-Zentrum München 2007, Schott Verlag, Mainz 2015; ISBN 978-3-7957-0672-2.
  • Werner Thomas, Carl Orff, De temporum fine comoedia. Das Spiel vom Ende der Zeiten. Vigilia, Hans Schneider, Tutzing 1973, ISBN 3-7952-0132-2.
  • Werner Thomas, Das Rad der Fortuna ─ Ausgewählte Aufsätze zu Werk und Wirkung Carl Orffs, Schott Verlag, Mainz 1990, ISBN 3-7957-0209-7.
  • Werner Thomas, Orffs Märchenstücke. Der Mond ─ Die Kluge, Schott Verlag, Mainz 1994, ISBN 3-7957-0266-6.
  • Werner Thomas, Dem unbekannten Gott. Ein nicht ausgeführtes Chorwerk von Carl Orff, Schott Verlag, Mainz 1997, ISBN 3-7957-0323-9.

Referências

  1. e.g. Early Songs published by Schott Music and Songs and Chants recorded by WERGO. Página visitada em 10 de julho de 2012.
  2. Chronology by Carl Orff Center Munich. Página visitada em 10 de julho de 2012.
  3. Alberto Fassone. "Orff, Carl." in Grove Music Online. Oxford Music Online (accessed September 25, 2009). Página visitada em 10 de julho de 2012.
  4. Carl Orff (em inglês) no Find a Grave[fonte confiável?]
  5. Carmina Burana, Faksimile-Ausgabe der Handschrift Clm 4660 und Clm 4660a, ed. Bernhard Bischoff, Prestel, München 1967; Carmina Burana, edd. Alfons Hilka, Otto Schumann y Bernhard Bischoff, Winter, Heidelberg 1930–1970.

Ligações externas

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