Carlos Ribeiro Diniz
Carlos Ribeiro Diniz (Luminárias, 2 de fevereiro de 1919 – Belo Horizonte, 8 de julho de 2002) foi um médico, bioquímico, pesquisador e professor universitário brasileiro.
Carlos Ribeiro Diniz | |
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Conhecido(a) por | pioneiro no estudo de venenos de escorpiões, aranhas e serpentes no Brasil |
Nascimento | 2 de fevereiro de 1919 Luminárias, Minas Gerais, Brasil |
Morte | 8 de julho de 2002 (83 anos) Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil |
Residência | Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Cônjuge | Maria da Conceição Vasconcelos |
Alma mater | Universidade Federal de Minas Gerais |
Prêmios | Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico |
Instituições | Universidade Federal de Minas Gerais |
Campo(s) | Medicina e bioquímica |
Tese | Enzimas proteolíticas da tireóidea (livre-docência em 1948) |
Comendador da Ordem Nacional do Mérito Científico e membro titular da Academia Brasileira de Ciências, foi pesquisador e professor emérito da Universidade Federal de Minas Gerais. Foi um dos pioneiros no estudo de venenos de escorpiões, aranhas e serpentes no Brasil.
Biografia
editarCarlos nasceu na cidade de Luminárias, em Minas Gerais, em 1919. Era filho do fazendeiro Leopoldo Oscar Ribeiro e Marieta Carolina Diniz. Muito curioso e afeito à leitura desde tenra idade, era conhecido como “doutorzinho” no meio rural onde vivia. Aos 5 anos foi enviado para um colégio interno em Lavras, por vontade do pai, que acreditava que o filho poderia ter outra vida além da de agricultor.[1][2]
Como sempre demonstrou grande curiosidade pela formação e transformação da matéria, essa característica o fez ser reconhecido como “doutorzinho” no meio rural onde vivia. No final da década de 1930, Carlos se mudou para Belo Horizonte, a fim de cursar Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Já na graduação interessou-se pela fisiologia, disciplina lecionada pelo professor José Baeta Vianna, um dos pioneiros da pesquisa experimental no Brasil.[1][2]
A convite do professor Vianna começou a trabalhar em seu laboratório, participar de reuniões científicas e a treinar com química analítica, além de fazer revisão de literatura biomédica. A geração de Baeta foi a primeira a usar a bioquímica moderna em laboratórios clínicos em Belo Horizonte e a formar mão de obra especializada.[1][2]
Carlos se formou em 1943 e foi convidado por Vianna a ser seu assistente na Faculdade de Medicina. Defendeu tese de livre-docência em 1948 e no mesmo ano foi convidado para trabalhar no Instituto Biológico de São Paulo e na Escola Paulista de Medicina. Carlos também lecionou na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, onde foi professor assistente, titular e chefe de departamento e de pesquisa. Em 1952, mudou-se para Ribeirão Preto para auxiliar Moura Gonçalves na instalação do Departamento de Bioquímica da recém-fundada Faculdade de Medicina.[1][2]
Junto de Moura Gonçalves, Carlos começou a pesquisa sobre a peçonha do escorpião Tityus serrulatus, cuja natureza química e propriedades farmacológicas eram pouco estudadas na época e definiu uma linha de pesquisa em que trabalhou até o fim da vida, a química e o mecanismo de ação dos componentes das glândulas veneníferas de animais peçonhentos.[2] Esteve nos Estados Unidos com bolsa da Fundação Rockefeller onde realizou vários cursos de extensão no final da década de 1950.[1]
Trabalhou com Mauricio Rocha e Silva no projeto da bradicinina, usada em medicamentos de controle da hipertensão. No começo da década de 1960, a convite do diretor da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Carlos se tornou chefe do departamento de Bioquímica. Dividido entre São Paulo e Belo Horizonte, Carlos também participou da reformulação dos cursos do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG.[2]
Em 1975, criou a Biobrás, empresa para produção de enzimas, situada em Montes Claros, e que nasceu a partir de projetos do curso de pós-graduação em biotecnologia da UFMG. Na década de 1980, participou da fundação da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig) e, a convite do então governador, Tancredo Neves, a assumir a superintendência da Fundação Ezequiel Dias. Foi o responsável pela reformulação e modernização do processo de produção de soros da Funed, criando várias linhas de pesquisa.[2]
Vida pessoal
editarEm 1948, Carlos casou-se com Maria da Conceição Vasconcellos Diniz, com quem teve cinco filhos: Carlos Henrique, Marcelo, Rogério, Miguel e André. Marcelo Ribeiro Vasconcelos Diniz, também é pesquisador da área de bioquímica.[2][3]
Morte
editarAposentado da universidade, Carlos continuava trabalhando com pesquisa e orientação de alunos. Carlos teve um AVC e morreu em 8 de julho de 2002, em Belo Horizonte, aos 83 anos.[2][4]
Legado
editarO Prêmio de Incentivo à Pesquisa Professor Carlos Ribeiro Diniz, da Fundação Ezequiel Dias, leva seu nome e premia anualmente estudantes de nível médio e de graduação que apresentam trabalhos científicos.[5]
Referências
- ↑ a b c d e «Carlos Ribeiro Diniz». Academia Brasileira de Ciências. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ a b c d e f g h i «Um pouco da trajetória de Carlos Ribeiro Diniz». Fundação Ezequiel Dias. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ «Carlos Ribeiro Diniz». Canal Ciência. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ «Prêmio Carlos Ribeiro Diniz começa hoje, 3». Instituto de Ciências Biomédicas UFMG. Consultado em 29 de dezembro de 2020
- ↑ «Prêmio Carlos Ribeiro Diniz: conheça os ganhadores de cada categoria». Fundação Ezequiel Dias. Consultado em 29 de dezembro de 2020